segunda-feira, 2 de março de 2015

A lenda do Sapo Vermelho.


Lendas Escoteiras.
A lenda do Sapo Vermelho.

                O Grupo Escoteiro Águia do Deserto estava em polvorosa. O Chefe Castanha, Diretor Técnico conversava com o presidente do grupo o Chefe Rogerio. Conclusões? Ninguém sabia as respostas. Como agir? Diversas sugestões. O próprio Conselho de Chefes reunidos no dia anterior ficou por mais de quatro horas tentando achar uma solução. Eram e sempre foram um Grupo Escoteiro padrão e bem respeitado em sua cidade. Lucy Francisco e a Lucy de Azevedo estavam na reunião de chefes. Adelaide e Rosana sorriam para todos. Carlos Augusto e Marcileia conversavam entre si. Victor Aleixo dos pioneiros dormitava. Henrique esperava sua vez, sabia que tinha ideias para dar. Marcos Rodrigues e Genivaldo diziam que não podiam ajudar. Mario de Souza só pensava no seu novo uniforme caqui.  O que mais falava era Dan Moisin. Ana Milana e Creuza eram as mais exaltadas. Os pais de Miltinho  o senhor Marcelo Bigjoy e sua esposa Maria Valdereis choravam durante a reunião. Pensavam o que fizeram para ter um filho assim. Foi uma discussão das boas. Nem sua filha mais velha Giovana Pirolla concordava com que o Miltinho fazia.
 
               Era verdade. Miltinho o lobinho não era flor que se cheire. Traquinas era pouco para chamá-lo. Quase pôs fogo na sede na semana anterior quando acendeu cinco velas para chamar o “Espirito de Mowgly” como ele dizia. Ainda bem que a Bagheera Ivete chegou a tempo para evitar a catástrofe. Na Alcatéia ninguém gostava dele. Nem a Kaa Eleni que também era sua tia não sabia o que fazer. Miltinho gostava muito da Stefani pata tenra sua amiga preferida. Talvez porque ela sempre o ajudou nas suas “lambanças” e era muito sabida. Sempre ficava com um pé atrás com cara de inocente arrependida quando aprontava com ele. Miltinho tinha sido expulso de duas escolas primárias. Mesmo os pais insistindo, pois ele só tinha sete anos Dona Maria Cristina à diretora disse que não aguentava mais. Na classe nenhuma professora podia dar aula. A professora Lisandra e Vania Diogo também já tinham desistido. Até mesmo Dona Célia Regina nunca achou que um dia ia vencer a batalha com ele. O pior foi quando o Professor Giancarlo Valente o colocou de castigo na última carteira da sala, e ao sentar sentiu uma fisgada no glúteo.  Alguém colocou na cadeira varias tachinhas. Ele que nunca perdeu as estribeiras gritou: - Não aguento mais! - Já para a diretoria disse!

                  Os pais de Miltinho eram pobres, mas a vizinhança gostava muito deles e sempre tentando ajudá-los a pagar um psicólogo. Quem sabe ele melhoraria? Seu George Hirata o presidente dos amigos do bairro e sua esposa Dona Eunice Mazer foram a casa deles levar a boa notícia. Ao subir na escada da varanda não viu uma cordinha esticada. Tropeçaram e receberam em suas cabeças uma lata cheia de água. Os pais pediram desculpas. Na semana seguinte o levaram ao psicólogo. O Doutor Celso Candido riu quando disseram como era Miltinho. – Deixa comigo disse. Vamos tentar ajudá-los. Tudo foi bem na primeira consulta. Na Segunda o cheiro ruim invadiu o consultório. O Doutor Celso descobriu um barbante que fedia à medida que queimava as pontas. Olhou para Miltinho e não disse nada. Bem foram só três consultas. – Olhem disse o Doutor porque não tentam os Escoteiros? Se eles não puderem dar um jeito nem Deus pode. E riu.

               Sandriny Ribeiro era lobinha da Matilha Verde. Detestava Miltinho. O mesmo pensavam Santos Belli e Léa Dezotti duas lobinhas Cruzeiro do Sul. Quando ele foi admitido na alcateia ficou na matilha delas. Mas em menos de duas reuniões as mães de dois lobinhos Dona Claudia Bitencourt e dona Neide Lopes se juntaram ao pai de Florêncio Castilho o senhor Mario Pimienta para dar um ultimato ao Presidente do Grupo Senhor Esmone. Ou ele ou nossos filhos. Conversa daqui e dali tudo se ajeitou. Foi Ovídia Alves e Monica Carneiro que aceitaram sua mudança para a matilha Azul. A Patrulha da Onça Pantaneira através do seu escriba o Escoteiro Publio Athayde resolveu contar sua historias em um livro. O Monitor Marco Gavarron não achou boa ideia. Victor Aleixo o sub também não gostou. Mas a história foi escrita e muitos anos depois se tornou um dos livros mais lidos em sua cidade.

                 No verão de 68, a Alcatéia foi fazer um acampamento no sitio da Viúva Silvia Flores. Ela morava com seu irmão Gilson Heusser. Eles adoravam os escoteiros e quando acampavam lá sempre se juntavam a eles. Marco Antonio Gonçalves o caseiro não gostava principalmente quando Miltinho ia acantonar. Ele já o conhecia de longa data. A Akelá Ieda combinou com o Chefe Tarzan o Balu e Rose Marques a Kaa ficarem de olho em Miltinho. O lobinho era um desastre. Ninguém entendia porque até hoje não o mandaram embora. Achavam que devia ser os seus pais os culpados. Só sabiam chorar. Sibere Paixão a lobinha da matilha marrom corria quando via Miltinho. Uma tarde ele desapareceu. Tantos olhando e mesmo assim ele sumiu. Foi Maria Lucia a menina que sonhava ser Escoteira uma morena dos cabelos negros e filha do caseiro que disse saber onde ele estava.

               O lobinho Miltinho se escondeu no banheiro, pulou a janela e correu para um arvoredo próximo e lá deitou embaixo de uma árvore. Deve ter dormido, pois se transformou em um horrendo sapo vermelho. Ele tinha muito medo da lagoa, pois lá existia uma cobra enorme e um gavião que queriam comê-lo vivo! Num canto da lagoa, Gustavo de Oliveira o gavião malvado olhava o Sapo Vermelho. Celize Maria a cobra mansa e amiga de todos também espreitava embaixo d’água. Miltinho transformado em Sapo Vermelho estava com sono, mas não podia dormir. Acordou com o Pedro Avancini o Grilo Falante gritando – Corra Sapo! - Eles vem te comer! . Correr prá onde? Marcos Martins o Jacaré cinzento disse – pule nas minhas costas eu o levarei a margem. E agora? Confiar neste jacaré? Mas não se fez de rogado. Pulou. O jacaré afundou e levou Miltinho o Sapo Vermelho com ele. No fundo da lagoa estava o Jacaré, A cobra, O Gavião e até Vicente Vasconcelos o malvado Peixe Espada comedora de sapos. Francis Souza a linda estrela cadente lá no céu assistiu a tudo e deu belas risadas junto aos cometas Walter Dohme, Elmer e Fernando Robleño que passavam. Na via láctea, Natalia Cristina e Marinety outras estrelas cadentes também sorriram.

                Miltinho acordou gritando. A Akelá e todos os lobinhos estavam em volta dele. Todos davam enormes gargalhadas. Maria Arambos uma mãe que ajudava veio abraçá-lo. Ele chorava e suava. Waldineth Barros e Antonio Carlos Perezzani da matilha Azul também vieram abraçar Miltinho. Ele olhou todo mundo e ali mesmo fez um juramento. Juro Akelá que nunca mais farei traquinagem. Acho que aprendi a lição. E foi assim que Murilo Homem, mais conhecido como Miltinho o traquina se transformou em um lobinho que todos passaram a orgulhar. Foi um susto na Alcatéia. Chegaram a telefonar para o delegado Paulo Henrique CAN CAN que junto ao Ricardo Frugoli o detetive e o investigador Antonio Varella deram belas gargalhas com tudo. Ainda bem que ele tinha muitos amigos e todos o ajudaram em ser um cruzeiro do sul. Quando passou para a tropa, todas as patrulhas o queriam. Quem se tornou seu grande amigo foi o Escoteiro José Augusto Pereira.


              Uma história simples. Mais que uma história uma lenda. De amigos de Miltinho e amigos meus. Para ficar na lembrança de todos os meus amigos aqui quando um dia eu me for. Que eles no escotismo ajudem sempre a um Miltinho dos milhares que existem por aí a ser um bom Escoteiro. A lenda do Sapo Vermelho é um conto dedicado a todos. Obrigado!  

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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