sábado, 3 de outubro de 2015

As aventuras de Pimpinela Escarlate e seu pote de ouro.


Lendas Escoteiras.
As aventuras de Pimpinela Escarlate e seu pote de ouro.

                 Passavam das nove da noite. Os lobinhos saltitantes nem pensavam em dormir. Ali naquele sitio distante brincavam de esconde, esconde, um dizia ser Mowgly e outro Bagheera. Ninguém queria ser Shery Khan. Olhei para Maninha minha esposa e pisquei os olhos. – Falei baixinho para ela escutar: - Vou contar uma história e logo os primeiros bocejos irão aparecer. Havia dois dias que estávamos acantonados. Seriam quatro dias. Eu e ela estávamos cansados, mas felizes. Afinal eram apenas dois anos de casados. Não esqueço aquele domingo que de surpresa o Pastor Noel Santos adentrou a minha sala. Já o conhecia, gente boa, educado e prestativo. Foi logo entrando no assunto, pois ele não gostava de rodeios: - Polaco preciso de você e sua esposa. É uma emergência. Os dois chefes da Alcateia do grupo da igreja resolveram sair. Não me disseram os motivos, mas quer saber? Acho que faltou diálogo deles com o Diretor Técnico. O pior é que não são os primeiros. Você me ajuda por alguns meses e prometo correr atrás de outros se não der conta!

                   Olhei para Maninha e ela balançou a cabeça concordando. Fui Escoteiro no passado, mas nunca lobinho. Chegamos à sede naquele sábado cheio de motivação. Quando vimos três meninos e duas meninas desanimamos logo. Mas foi apenas o começo, em quatro meses a Alcateia estava com dezoito lobinhos sendo nove meninas. O vento mudou de rumo. Nós seguimos o vento e nunca nos arrependemos por ter aceitado aquela responsabilidade. Naquela noite, devagar, fazendo gestos, comecei a contar a História de Shery Khan. Sabia que a maioria novatos não conheciam: - Há muito tempo, em um país chamado Índia havia na floresta enorme um tigre mau, feroz que todas as noites percorria a selva em busca de alimentos. Chegou a uma clareira onde estavam acampados um lenhador e sua família. Pensou que eles seriam o banquete que ele sonhava. Viu um menino forte, alto dormindo. De um salto pegou a mulher do lenhador. O Lenhador com sua espingarda correu para atirar nele e Shery Khan fugiu. Naquele corre, corre o menino correu para dentro da floresta. O menino assustado encontrou na colina um enorme lobo. Ele o lobo com pena o levou para sua morada na caverna.

                           Polaco o Balu viu que um menino balançava a mão. - Balu! Ele disse. Quando terminar o Senhor conta a história do menino e seu pote de ouro? Polaco viu que era Josué, mas todos o chamavam de Pimpinela Escarlate. – Não conheço está, ele disse. – Balu, é aquela que o menino soube que havia no final do arco íris um pote de ouro, todo mundo ria e sabia que era mentira, mas o menino não. Ele foi lá e encontrou o pote de ouro. A mente de Polaco o Balu correu cinco meses atrás. Foi quando a mãe de Pimpinela o matriculou. Era um menino comum, igual a tantos lobinhos que ele conhecia. Mas tinha uma mente fértil e muitas vezes ele parava e parecia estar dispenso, viajando pelo pensamento em algum lugar. Ele gostava de Pimpinela, claro gostava de todos na Alcateia mas Pimpinela e Nancy tinha um lugar especial no seu coração. – Posso contar outro dia? Falou Polaco o Balu. Hoje não dá mais tempo. Prometo na próxima reunião.

                     - E vendo que todos quase dormiam sentados na grama, Polaco o Balu terminava a história de Mowgly: - E foi então que Raksha se uniu ao seu esposo para expulsar o tigre dali, pois ela havia se proposto a cuidar do menino, que um dia cresceria e teria condições de matar o Shere Khan. – Polaco o Balu viu que o sono estava no rosto de todos os lobos. Ele e Maninha levaram todos para dormir. Noite enluarada já haviam preparado as barracas onde passariam aquela noite. Polaco o Balu e Maninha nem perceberam quando amanheceu. O sol já ia alto. Muitos lobos já tinham acordado e faziam uma gostosa algazarra na grama perto do campinho de futebol. Maninha se aprontou e formou os lobos. Na cozinha Dona Eufrásia já estava de pé e fazia o café da manhã para todos. Uma mãe de Escoteiro que eles tiravam o chapéu. Sempre pronta a ajudar sem esperar recompensas.

                       Foi no café, já dia claro que deram falta de Pimpinela Escarlate. Ninguém sabia dele. Paolo o lobo da matilha cinzenta foi quem contou que ele ia achar o pote do ouro. Polaco o Balu olhou para o céu e viu um belo arco íris. Em algum lugar perto dali deveria ter chovido. O susto foi grande. Dona Eufrásia ficou tomando conta de todos e os dois chefes partiram atrás de Pimpinela Escarlate. Polaco o Balu estava preocupado. Muito preocupado. Sabia que não havia cisternas sem tampa, nenhum rio e só um pequeno riacho. A montanha sumia de vista. Será que ele foi para lá? Andaram e andaram e nada. Ambos roucos de tanto gritar por Pimpinela Escarlate. A mente de Maninha corria a mil. Como contar para a mãe dele que ele sumiu? Nunca deveriam ter dormido tanto e esqueceram de que estavam em barracas e o som do riacho e dos pássaros os encantou para dormir mais.


                     Polaco o Balu e Maninha já estavam desistindo. Não queriam fazer do sumiço de Pimpinela um espetáculo para que todos dissessem que o escotismo não cuidava de seus meninos. Maninha chorava baixinho. Polaco o Balu tirou seu celular e já discava para o Corpo de Bombeiros. Precisava de ajuda e agora era hora de assumir as responsabilidades. Foi Maninha que olhando para a montanha julgou ter visto Pimpinela descendo pela trilha. Correram até lá e o avistaram. Graças a Deus! Bendito seja todos os santos! Pimpinela estava ali são e salvo. Polaco o Balu prometeu a si mesmo nunca mais o deixar sozinho. Ele não era de confiança. Quando chegaram perto dele levaram o maior susto. Impossível, inacreditável. Ninguém iria acreditar. Mas era verdade, na mão de Pimpinela Escarlate estava lá, um pequeno pote e dentro cheio de ouro!

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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