terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A lenda do Sapo Vermelho.


Lendas Escoteiras.
A lenda do Sapo Vermelho.

                O Grupo Escoteiro Águia do Deserto estava em polvorosa. O Chefe Antonio Carlos Melo, Diretor Técnico conversava com o presidente do grupo o Chefe Rui Cesar Dezotti. Conclusões? Ninguém sabia as respostas. Como agir? Diversas sugestões. O próprio Conselho de Chefes reunidos no dia anterior ficou por mais de quatro horas tentando achar uma solução. Eram e sempre foram um Grupo Escoteiro padrão e bem respeitado em sua cidade. Lucy Francisco e a Lucy de Azevedo estavam na reunião de chefes. Simone Talasca e Maria Auxiliadora Medeiros sorriam para todos. Carlos Augusto, Nilton Antonio Correia e Maria Cristina Benvindo conversavam entre si. Marcos Rodrigues dos pioneiros dormitava. Ele adorava um “soninho”. Alfredo Sanseverino esperava sua vez, sabia que tinha ideias para dar. Kaline Felix e Adriana Paz diziam que não podiam ajudar. Mario de Souza só pensava no seu novo uniforme caqui.  O que mais falava era Dan Moisin. Ana Milana e Colemar Leal Pinto eram os mais exaltados. Os pais de Miltinho  o senhor Marcelo Bigjoy e sua esposa Maria Valdereis choravam durante a reunião. Pensavam o que fizeram para ter um filho assim. Foi uma discussão das boas. Nem sua filha mais velha Vania Diogo Patrício concordava com que o Miltinho fazia.
 
               Era verdade. Miltinho o lobinho não era flor que se cheire. Traquinas era pouco para chamá-lo. Quase pôs fogo na sede na semana anterior quando acendeu cinco velas para chamar o “Espirito de Mowgly” como ele dizia. Ainda bem que a Bagheera Adelaide Almeida chegou a tempo para evitar a catástrofe. Na Alcatéia ninguém gostava dele. Nem a Kaa Beatriz de Jesus Souza que também era sua tia não sabia o que fazer. Miltinho gostava muito da Patrícia Colvara pata tenra sua amiga preferida. Talvez porque ela sempre o ajudou nas suas “lambanças” e era muito sabida. Sempre ficava com um pé atrás com cara de inocente arrependida quando aprontava com ele. Miltinho tinha sido expulso de duas escolas primárias. Mesmo os pais insistindo, pois ele só tinha sete anos Dona Sandrini Ribeiro à diretora disse que não aguentava mais. Na classe nenhuma professora podia dar aula. A professora Lisandra e Elisabete Mariano Perez e o professor Orestes Serini também já tinham desistido. Até mesmo Dona Célia Regina nunca achou que um dia ia vencer a batalha com ele. O pior foi quando o Professor Giancarlo Valente o colocou de castigo na última carteira da sala, e ao sentar sentiu uma fisgada no glúteo.  Alguém colocou na cadeira varias tachinhas. Ele que nunca perdeu as estribeiras gritou: - Não aguento mais! - Já para a diretoria disse!

                  Os pais de Miltinho eram pobres, mas a vizinhança gostava muito deles e sempre tentando ajudá-los a pagar um psicólogo. Quem sabe ele melhoraria? Seu George Hirata o presidente dos amigos do bairro e sua esposa Dona Eunice Mazer foram a casa deles levar a boa notícia. Ao subir na escada da varanda não viu uma cordinha esticada. Tropeçaram e receberam em suas cabeças uma lata cheia de água. Os pais pediram desculpas. Na semana seguinte o levaram ao psicólogo. O Doutor Francisco Kainer Rinaldi riu quando disseram como era Miltinho. – Deixa comigo disse. Vamos tentar ajudá-los. Tudo foi bem na primeira consulta. Na Segunda o cheiro ruim invadiu o consultório. O Doutor Francisco descobriu um barbante que fedia à medida que queimava as pontas. Olhou para Miltinho e não disse nada. Bem foram só três consultas. – Olhem disse o Doutor porque não tentam os Escoteiros? Se eles não puderem dar um jeito nem Deus pode. E riu.

               Tina Xavier e Raquel E Giovana Silveira eram lobinhas da Matilha Verde. Detestavam Miltinho. O mesmo pensavam Fabio Alves e Adolfo Coimbra dois lobos Cruzeiro do Sul. Quando ele foi admitido na alcateia ficou na matilha deles. Mas em menos de duas reuniões as mães de dois lobinhos Dona Claudia Bitencourt e dona Georgiana Falleiros se juntaram ao pai de Cicero Faustino e a Senhora Maria Helena Bassaneli para dar um ultimato ao Presidente do Grupo Senhor José Ricardo Baloo. Ou ele ou nossos filhos. Conversa daqui e dali tudo se ajeitou. Foi Ovídia Alves e Lisandra Padilha que aceitaram sua mudança para a matilha Azul. A Patrulha da Onça Pantaneira através do seu escriba o Escoteiro Sandro Seep resolveu contar sua histórias em um livro. O Monitor Marco Gavarron não achou boa ideia. Carlos Caldeira o sub também não gostou. Mas a história foi escrita e muitos anos depois se tornou um dos livros mais lidos em sua cidade.

                 No verão de 68, a Alcatéia foi fazer um acampamento no sitio da Viúva Cida Figueiredo. Ela morava com seu irmão Sha Poll Kaya. Eles adoravam os escoteiros e quando acampavam lá sempre se juntavam a eles. Marco Antonio Gonçalves o caseiro não gostava principalmente quando Miltinho ia acantonar. Ele já o conhecia de longa data. A Akelá Ieda combinou com o Chefe Tarzan o Balu e Maria Amélia Moura a Kaa ficarem de olho em Miltinho. O lobinho era um desastre. Ninguém entendia porque até hoje não o mandaram embora. Achavam que devia ser os seus pais os culpados. Só sabiam chorar. Denise Soares Assenheimer a lobinha da matilha marrom corria quando via Miltinho. Uma tarde ele desapareceu. Tantos olhando e mesmo assim ele sumiu. Foi Eliana Lourenço a menina que sonhava ser Escoteira uma morena dos cabelos negros e filha do caseiro que disse saber onde ele estava.

               O lobinho Miltinho se escondeu no banheiro, pulou a janela e correu para um arvoredo próximo e lá deitou embaixo de uma árvore. Deve ter dormido, pois se transformou em um horrendo sapo vermelho. Ele tinha muito medo da lagoa, pois lá existia uma cobra enorme e um gavião que queriam comê-lo vivo! Num canto da lagoa, Elmer Pessoa o gavião malvado olhava o Sapo Vermelho. Neide Lopes a cobra mansa e amiga de todos também espreitava embaixo d’água. Miltinho transformado em Sapo Vermelho estava com sono, mas não podia dormir. Acordou com o Pedro Avancini o Grilo Falante gritando – Corra Sapo! - Eles vem te comer! . Correr prá onde? Nilton Antonio Correia o Jacaré cinzento disse – pule nas minhas costas eu o levarei a margem. E agora? Confiar neste jacaré? Mas não se fez de rogado. Pulou. O jacaré afundou e levou Miltinho o Sapo Vermelho com ele. No fundo da lagoa estava o Jacaré, A cobra, O Gavião e até Carlos Augusto Scuissiato o malvado Peixe Espada comedora de sapos. Claudiane Winther a linda estrela cadente lá no céu assistiu a tudo e deu belas risadas junto aos cometas Nino del Marlowe, Adolfo Coimbra Alves, Samuel Coutinho,  Ricardo José dos Santos e Luiz Brito que passavam. Na via láctea, Natalia Cristina e Celia Gietzel e outras estrelas cadentes também sorriram.

                Miltinho acordou gritando. A Akelá e todos os lobinhos estavam em volta dele. Todos davam enormes gargalhadas. Silvia Flores uma mãe que ajudava veio abraçá-lo. Ele chorava e suava. Ivete de Fátima Borges e Rosa Relvão junto a Santiago Rolim da matilha Azul também vieram abraçar Miltinho. Ele olhou todo mundo e ali mesmo fez um juramento. Juro Akelá que nunca mais farei traquinagem. Acho que aprendi a lição. E foi assim que San e Jairo, mais conhecido como Miltinho o traquina se transformou em um lobinho que todos passaram a orgulhar. Foi um susto na Alcatéia. Chegaram a telefonar para o delegado Celso Candido dos Santos do CAN CAN que junto ao Gio’ Argiere o detetive e os investigadores Reinaldo Marques Filho e José Henrique Cunha Santos deram belas gargalhadas com tudo. Ainda bem que ele tinha muitos amigos e todos o ajudaram em ser um cruzeiro do sul. Quando passou para a tropa, todas as patrulhas o queriam. Quem se tornou seus grandes amigos foi o Escoteiro Nogueira Impeesa, Adalberto Baltazar e o Aurélio Prosdócimo.

              Uma história simples. Mais que uma história uma lenda. De amigos de Miltinho e amigos meus. Para ficar na lembrança de todos os meus amigos aqui quando um dia eu me for. Que eles no escotismo ajudem sempre a um Miltinho dos milhares que existem por aí a ser um bom Escoteiro. A lenda do Sapo Vermelho é um conto dedicado a todos. Obrigado!  


Ops! Mil desculpas se não inclui seu nome. Fica para a próxima. Prometo! 

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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