terça-feira, 11 de julho de 2017

A Coruja de olhos verdes.


Lendas Escoteiras.
A Coruja de olhos verdes.

                            Ela não tinha muitas lembranças do seu passado. Sua mãe morreu um mês depois que nasceu vitima de uma pedrada dada por um menino sem motivo algum. Um Pardal Cinzento trazia comida para ela todos os dias. Assim se fortaleceu até que sozinha aprendeu a procurar sua comida. Um dia O Pardal Cinzento também sumiu. Quem sabe morreu por outra pedrada de outro menino. Corria deles. Parece que não gostavam das flores, dos animais, dos pássaros, das arvores e matavam por qualquer coisa sem motivo.  Saia pela manhã para procurar sua alimentação e voltava logo. Costumava voar até o Vale da Saudade onde encontrava sempre minhoquinhas pequenas e elas lhe davam força para viver mais um dia. Gostava de ir passear também pelo Vale da Esperança, pois sempre encontrava borboletas, bem-te-vis, abelhas douradas e elas eram grandes amigas.

                      Mas a maioria do tempo ela passava ali, no galho da Arvore Da Felicidade sua grande amiga. A árvore foi à mãe que não teve. A viu crescer e se tornar adulta. Tinha ali sua casinha. Ficava sempre a perscrutar o horizonte para ver se algum animal, e se algum pássaro poderia vir para se aproveitar da sombra da Arvore da Felicidade. Ela gostava de companhia e conversar. De vez em quando aparecia um quati, um lobo, uma onça ou um tatu e uma vez riu muito quando um casal de periquitos que cantavam dando gargalhadas. Diziam: - Rataplã do Arrebol! Ainda bem que nunca apareceu um menino. Tinha muito medo de pedradas. Mas naquela manhã, quase quando o sol ficou sem sombra chegaram seis meninos. A Coruja dos Olhos Verdes se escondeu na copa mais alta da Árvore da Felicidade. Eles se arrancharam, ajuntaram lenha e outros foram ao Riacho do Amor pegar água nos cantis e pescar. Eram alegres e A Coruja dos Olhos Verdes criou coragem e voltou ao seu posto de observação.

         Eles não gritavam, não brigavam e cantavam muito. Tinham um enorme chapéus na cabeça um lenço verde e amarelo e suas roupas eram iguais. Fizeram uma espécie de sopa e comeram com vontade. Um deles cujo nome era Toquinho olhou para cima e viu a Coruja dos Olhos Verdes. Parecia que ele entendia sua língua e ele disse – Olá Corujinha, você é linda! Não tenha medo. Sou um Escoteiro e o Escoteiro é amigo dos animais e das plantas! Ela sorriu e ainda tremendo disse – Olá! Os outros a viram, mas não sabiam sua língua. Só o Toquinho. Ficaram por um dia e meio. À noite cantaram canções lindas. Acenderam uma fogueira e a Árvore da Felicidade reclamou da fumaça. Eles dormiram encostados a Árvore da Felicidade. Nem bem o sol apareceu no horizonte levantaram e se foram. Toquinho olhou para a Coruja dos Olhos Verdes e se despediu. Adeus linda corujinha. Quem sabe um dia voltaremos a nos ver?

               Quando viraram na Colina Verdejante, próximo ao Monte da Alegria o vento balançou os galhos e as folhas da Arvore da Felicidade ela os viu desaparecerem na estrada da Alegria. A Coruja dos Olhos Verdes começou a chorar. A Árvore da Felicidade chorou também. – Porque não vai atrás deles e saber onde vão ficar? A Coruja dos Olhos Verdes não se fez de rogada. Lá foi ela batendo suas asas atrás dos meninos do chapéu grande. Voava alto quando os viu. Viu também um grande acampamento de escoteiros e escoteiras. Pareciam formigas a correr aqui e ali. Viu que os seis meninos erraram o caminho. Ela foi voando até lá e teve que descer para falar com Toquinho onde era o caminho certo. Ele agradeceu. Voltaram e pegaram a trilha certa. Ficou feliz em ter ajudado.

                 Começou a voar de volta. Não era longe a sua morada na Arvore da Felicidade. Sentiu uma forte dor na asa direita. Olhou e viu dois meninos que não eram escoteiros com pedras na mão. Eles a tinham acertado. Com muito custo voando com muita dificuldade chegou a sua casinha. Deitou. Uma dor enorme. Muito sangue escorria. Acordou e viu sua mãe e o Pardal Cinzento que a ajudou quando pequena a sorrirem para ela. Mostraram uma nuvem e ela voou até lá. Sentaram na nuvem branca e sumiram no céu azul.

                 A Árvore da Felicidade chorou por muito tempo. Agora estava sozinha. A corujinha se fora.  Os animais que ali apareciam também choravam. Um dia, numa tarde linda, com ventos brandos vindo do norte, em meio a uma brisa fresca, eis que apareceu a Coruja dos Olhos Verdes. Sorriu para a Árvore da Felicidade que também sorriu. E a felicidade voltou a viver junto a todos que moravam no Vale da Esperança. A Árvore da Felicidade e todos os que ali chegavam para descansar na sua sombra sempre sorriam.


“Mesmo onde existe a maldade, devemos perdoar e sorrir”. Isto é como se a felicidade estivesse sempre conosco. “A Árvore da Felicidade aprendeu com a Coruja de Olhos verdes que a verdadeira felicidade é fazer os outros felizes”!

Nota - “Mesmo onde existe a maldade, devemos perdoar e sorrir”. Isto é como se a felicidade estivesse sempre conosco. “A Árvore da Felicidade aprendeu com a Coruja de Olhos verdes que a verdadeira felicidade é fazer os outros felizes”! Uma lenda? Uma fábula? Não apenas uma historia. Sei que muitos lobos irão gostar.

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