domingo, 24 de dezembro de 2017

Contos de natal. Os sete filhos de Moisés.


Contos de natal.
Os sete filhos de Moisés.

                 Foi um natal inesquecível. Nunca esqueci. Tudo aconteceu no dia 24 de dezembro ao pé do monte Canaã, bem próximo ao Mar da Galileia. Portentoso o Rio Jordão corria para terminar no Mar Morto. Eu nasci em Israel cidade abrigada por montanhas centrais e que até hoje faz parte da história do Velho Testamento. Canaã era uma cidade pequena e lindamente florida. Na Rua dos Reis Magos morava Moisés, um homem alto, forte que todos diziam ter mais de 100 anos. Moisés tinha um belo sorriso e admirado por todos os habitantes de Canaã. Zípora sua esposa faleceu e o deixou com sete filhos seis homens e uma mulher.  Idades próximas já que havia dois pares de gêmeos Thiago e João Lucas, Davi e Josué. Só Ismael Ruth e Israel não eram gêmeos.  Conta uma lenda que Deus por meio do seu espírito tomou a forma humana para abençoar e batizar os filhos de Moisés.

                  Aarão Chefe Escoteiro me contou está história. Parei para tomar um refresco já que a tarde estava quente em sua Taberna vazia. Conversa vai conversa vem sentamos em uma varanda com uma linda vista do Mar Morto. Aarão falava baixo, voz rouca e vestia um saiote escocês que até hoje não entendi porque usava ali. Dizem que Escoteiros sabem quem são e não passam despercebidos. Convidou-me para pernoitar ali à noite. Poucos transeuntes sentia falta de bons papos principalmente dos que participavam do movimento escoteiro. Todos os viajantes gostavam dos habitantes de Canaã. Uma cidade tranquila que acolheu muitos deles vindo do norte. Àquela hora da tarde não havia ninguém a vista. Hora da “siesta” rotina de muitos que vieram da Mesopotâmia e que resolveram arranchar na cidade. Aarão era semita, oriundo da Babilônia bem próximo ao Rio Eufrates.

                Aarão não fora Escoteiro. Convidado montou uma Tropa e por pedido dos pais aceitou algumas meninas. Moisés o procurou oferecendo ajuda e foi um baluarte na montagem do grupo em seu início. Inscreveu seus sete filhos e por votação eles decidiram ter sua própria patrulha a qual deram o nome de Garça Branca. Nunca tinha ouvi falar em uma patrulha formada por irmãos e me interessei pela história. Decidiram em Conselho de Patrulha que o Monitor seria eleito conforme a necessidade da atividade dando condições para que cada um pudesse ter a experiência e aprender a ser um líder de patrulha. Eram exemplos para os demais escoteiros. Nunca houve uma altercação, uma discussão, uma palavra áspera, pois levavam ao pé da letra a Lei Escoteira e sem esquecer também a Lei de Moisés. – Sabe amigo – Dizia Aarão, foi numa terça feira, férias escolares, que me pediram para acampar.

                              Moisés aprovou, pois se eles queriam e sabiam o que fazer nada os impediria de acampar. – Aarão – dizia Moisés - Me prometeram que estariam de volta a noitinha do 24 de dezembro, para a missa do galo que frei Kety e Frei Ramsés com mais dois monitores iriam celebrar. Nunca perderam essa missa e Moisés confiava nos seus filhos. Partiram ao alvorecer, ainda com o orvalho caindo nas montanhas do Monte Sinai. O dia prometia. Em fila os habitantes sorriram a vê-los passar cantando o Rataplã. Foi Ruth quem contou como tudo aconteceu depois. Onze da noite do dia 24 de dezembro e não haviam chegado. – Chefe contou Ruth, seguimos pelos Pirineus até a trilha do Monte Carmelo onde montamos o acampamento. Tudo transcorria bem preparávamos as etapas de Primeira Classe e a Correia de Mateiro de João Lucas.

                            Em dado momento sentimos falta de Israel. Isto não era comum. Davi usou seu apito sonoro, sinalizando o S.O.S e nada. Saímos para procurar. João Lucas era mestre em pista. Encontrou uma pegada de Israel. Fomos a todos os lugares possivel. Do alto do Monte Carmelo dava para avistar o Monte Tabor e até o Monte das Oliveiras onde Jesus fez seu sermão da montanha. As pistas eram fáceis de seguir e nada de Israel. À tardinha antes do escurecer voltamos para o acampamento. Thiago chorava baixinho e eu também. Todos não sabiam o que fazer.  João Lucas, Josué e Ismael cabisbaixo também choravam. Davi ajoelhou e começou a rezar. Ajoelhamos com ele. Eles lembravam que ele não queria vir ao acampamento, era o menorzinho dos irmãos. A noite chegou. Não havia fome, não ouve jantar. Não sabíamos o que fazer. Só Deus para nos ajudar.

                     Moisés na praça esperava inquieto a chegada dos filhos. Não queria terminar sua vida assim. Pensou se Deus o abandonara, mas rezou de novo e acreditou que teria ajuda. Nem sempre entendemos principalmente o modo como Deus age. Quando tudo diz que não há solução acontece então os milagres. Moisés amava seus filhos. Ele sabia que sua vida foi repleta de ensinamentos. Ele sabia do modo como Deus o moldou e o fez capaz de criar seus filhos. Ele sorria como se fosse o verdadeiro Moisés das Taboas da Lei. Ele sabia que nunca foi abandonado e mesmo não sendo filho e neto de um rei ele soube criar seus filhos muito bem. Confiava neles, deu a eles os melhores ensinamentos, e uma vida cristã invejável. Onde estariam àquela hora? – Deus! Oh meu Deus! Não posso perdê-los. Fazei de mim seu instrumento, fazei o que quiser, mas traga-os de volta para mim!

                      Os sete jovens ajoelhados em frente à barraca, bem próximo ao Monte Sinai avistaram um imenso vermelhão no céu. Uma estrela enorme que iluminava tudo a sua volta. Descendo a montanha Israel vinha devagar, segurando um cajado e atrás dele viram três velhos pastores montados em camelos. Vestiam túnicas azuis, grandes barbas brancas, e o elevarem no ar até onde estavam. – Um deles falou como um Rei dizendo – Está tudo bem, vão para casa, seu pai os espera na igreja. Thiago, João Lucas, Davi, Josué, Ismael e Ruth abraçaram Israel. Um milagre aconteceu. Ele caiu em uma cascata de pedras e quebrara o joelho. Não podia andar. Os três homens que estavam montados em camelos o socorreram – Disseram para ele: - Vamos Escoteiro, vamos levar você aos seus irmãos. Temos que ir embora, pois Jesus de Nazaré vai nascer! Partiram e lá no céu cantavam: £ “Jesus nasceu. O mundo vai mudar...” £. E foi assim que Melchior, Baltazar e Gaspar partiram para estarem com Jesus.


                     Voltei para casa pensativo. Seria verdadeira a história de Aarão? Perguntei a ele onde morava Moisés e ele sorriu sem me dar resposta. Até hoje me pergunto se poderia haver uma patrulha de irmãos. Não sei. Aarão me disse que sim. Bem quando tudo parece perdido, melhor é procurar refletir o que a gente sente e o que poderá ser. Feliz noite de natal, paz na terra aos homens de boa vontade!

Nota - Esta é a minha ultima história de natal neste mês. Ainda tenho muitas outras para publicar. Um dia quem sabe. Todas elas estarão à disposição breve em um dos meus blocos a partir de janeiro. Nada que a ficção não possa nos mostrar os milagres de Deus e sua participação em nossas vidas. Feliz Natal!

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