terça-feira, 3 de abril de 2018

Em volta da fogueira... Maldito quadro negro.


Em volta da fogueira...
Maldito quadro negro.

                 Triste a vida de Liliana. Sua mãe não há deixava sair. Sempre dentro de casa. - Filha, uma bala perdida, um bandido e se você for raptada? Eu morro. – Liliana amava sua mãe, mas tinha hora que ela pensava que se ela morresse seria melhor. Melhor não, dizia para si chorando. Amo demais minha mãe. Seu pai a levava até a escola e sua mãe ia buscar. Seu pai quase não falava com ela. Dizia cansado ao chegar, um banho jantar e cama!

                  A escola era um suplicio. Dona Etelvina a professora não saia do quadro negro. Maldito quadro negro. – Liliana! Ela gritava, venha ao quadro negro! E ela que detestava tinha que escrever somar ou multiplicar. Um dia ficou de castigo. Sua mãe foi avisada. – Escreva: Vou tirar notas boas, vou tirar notas boas. Mil vezes. Lá estava ela no quadro negro. Ódio, muito ódio do quadro negro.

                Sonhava ficar livre do quadro negro um dia. Mas que infelicidade. No natal ela sonhava com um Smart Fone, tinha feito nove anos e seu pai deu a ela de presente nada mais nada menos que um quadro negro. – Filha, agora você poderá melhorar sua letra, escrever o que quiser e assim vai ficar mais sabida!  Deus! Porque me deu este pai? Não poderia ser outro?

               No segundo semestre uma menina nova entrou para sua escola. Sentou perto dela. Sorridente, alegre, fizeram amizade. Contou sua vida sua tristeza, mas não contou que odiava o quadro negro. – Liliana e Tavinha ficaram grandes amigas. Foi então que para surpresa descobriu que era Lobinha. – O que seria? Tavinha não se fez de rogada. Contou tudo!

              - Liliana! Moramos na Jângal. Somos seguidores de Mowgly, um menino perdido na selva que foi adotado por lobos. Mowgly era perseguido por Shery Kaan, um tigre cruel. – E Tavinha contava, e Liliana sonhava. Sonhava estará lá na Roca do Conselho, vendo Akelá orientar sua alcateia. Pensava em acariciar a Bagheera, a pantera negra de pele lustrosa. Passou a amar o Balu a Kaa mesmo tendo enorme medo de cobras.

              - Liliana contou para sua mãe. - Posso entrar? – Vou falar com seu pai. Eu acho que pode. Seu pai chegou, confabulou com sua mãe. Com a cara fechada, disse: - Liliana, vamos sábado conhecer. Se gostar você pode entrar. Festas, canções Liliana não para de cantar. Levantou sábado bem cedo. Ajudou sua mãe a arrumar a casa, lavou os pratos e até fritou os ovos do almoço.

              Ficou esperando seus pais. No carro sonhava. – Oba! Vou ver o Balu, vou ver a Akelá, vou amar a Bagheera! Chegaram. Um local sem árvores. Um pátio de cimento. Não era o que pensava. Onde estaria a Jângal? – Aquela a recebeu sem sorrir, o Balu um bigodudo parecia mudo e a Bagheera? Uma senhora que não sabia cantar. Ainda bem que a Kaa era uma cobra amiga e sincera.

              Seus pais a deixaram lá. – Volto para buscar você quando terminar. Ela e Tavinha ficaram na mesma Matilha. Marrom. Ela queria uma que se chamasse Verde. Soube que não tem lobos verdes. Hastearam a bandeira. Era hora do jogo, ela esperava para ver se era um jogo bonito e gostoso. Saíram em fila rumo à sede. Era em uma escola, entraram em uma sala de aula. Liliana tremia. – Lobinha Liliana! Gritou a Akelá. – Vá ao quadro negro e escreva sobre você!

            Liliana não voltou mais. Quadro Negro? Até na tal Jângal? Detesto. Lá não vai ser o meu lugar!

Moral da história: - O menino ou menina quando entram para os escoteiros querem aventuras, não querem sala de aula, não querem uma professora ou professor, querem se divertir aprender o que disseram quando entraram. Quadro negro e cadeiras eles tem aos montes na escola. – Quadro Negro no escotismo? Detesto!

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