tag:blogger.com,1999:blog-70461814289657925192024-02-20T18:20:52.173-08:00O Contador de Histórias... Escoteiras!Olá, bem vindo ao meu blog. Somente historias e lendas escoteiras. Todos os dias uma nova. Se ama o escotismo e gosta de histórias, aqui voce vai se divertir e aprender. Forte abraço, sempre Alerta e volte sempre"Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.comBlogger1371125tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-11901677757818359702020-05-06T21:00:00.000-07:002020-05-06T15:02:11.508-07:00Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu... <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-v0RaZSE6mRU/W0qNMunAYHI/AAAAAAABJ3I/oCtE4GuxRggV65bmxphONzbuuHtCSF4uACLcBGAs/s1600/DSC01816.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="933" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-v0RaZSE6mRU/W0qNMunAYHI/AAAAAAABJ3I/oCtE4GuxRggV65bmxphONzbuuHtCSF4uACLcBGAs/s400/DSC01816.JPG" width="232" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-family: "franklin gothic demi" , "sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #274e13;"><b><br /></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: #20124d; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>Bem vindo ao Blog As mais lindas historias escoteiras.</b></span><br />
<span style="color: #20124d; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #20124d; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>Centenas delas, histórias, contos lendas que você ainda não conhecia. Venha leia uma duas e comprove. Quem sabe poderá utilizar em reuniões com dias chuvosos, frio intenso e até em acampamentos ou acantonamentos. Agradeço sua visita, volte sempre!</b></span><br />
<span style="color: #20124d; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>Chefe Osvaldo. </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-62352247157513740082020-05-06T15:03:00.001-07:002020-05-06T15:03:32.159-07:00Lembranças inesquecíveis. Luar do sertão.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-0_7HCBSET30/XrM0HoYUpAI/AAAAAAABTY4/_Kh0xzOEV0gA9LDU4nOggsW-U0pUqe5XwCLcBGAsYHQ/s1600/faz.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="879" data-original-width="1050" height="333" src="https://1.bp.blogspot.com/-0_7HCBSET30/XrM0HoYUpAI/AAAAAAABTY4/_Kh0xzOEV0gA9LDU4nOggsW-U0pUqe5XwCLcBGAsYHQ/s400/faz.png" width="400" /></a></div>
<br />
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><span id="goog_654967514"></span><span id="goog_654967515"></span><br /></span></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Lembranças inesquecíveis.</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Luar do sertão.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "arial" , "sans-serif";">... –
Fui um Administrador de fazenda... Até hoje sinto saudades dos cinco anos
vividos as margens do Rio das Velhas e próximo ao São Francisco. O Velho Chico.
Lembranças, belas lembranças que não se apagam. Escrevi ali tantas histórias
tantas que nem sei como contar sob o céu estrelado de lá. Norte de Minas,
Pirapora, inesquecível, até hoje sinto falta daqueles tempos... Daqueles
momentos!</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">- Era uma casinha pequenina, pintada de branco,
cheia de flores em volta. Cercada por dezenas de árvores não muito altas.
Buriti, Jatobá, Pequi, Pau Terra, Tingui e tantas outras. Terra de cerrado. A
casinha tinha dois quartos. Eu e Célia em um e os quatro meninos em outro. Uma
salinha de nadinha com uma poltrona, uma cômoda com um pequeno rádio a pilha e
mais nada. Uma cozinha estreita. Eu mesmo com a ajuda do Mané Vaqueiro e
Antonio Tratorista construí um puxadinho atrás. Um fogão de barro, um forno de
barro de onde saia gostosuras de bolos, biscoitos de polvilhos deliciosos e
assados. Era de piso de terra batida e bancos toscos. Na frente da casa uma
diminuta varanda. Uma cadeira de balanço e dois bancos de madeira. <o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Muitos jarros de plantas e centenas de bromélias,
rosas brancas e vermelhas e outras que faziam um jardim florido em volta
exalando um perfume inesquecível. Célia gostava. Ao lado da casa uns quarenta
passos ela fez uma horta. Tomates, couve, repolho, pés de mandioca, cebolinha,
batata doce, alface, pés de mamão, goiaba, taioba (adoro) e muito mais. Nos
fundos há uns oitenta metros um chiqueirinho. Sempre com dois ou três capados
no ponto. Mais a frente o galinheiro. Como tinha galinhas nossa senhora! Celia
colhia tranquilamente uma a duas dúzias de ovos por dia. Franguinho a molho
pardo uma vez por semana. Amigos da cidade adoravam quando aparecíamos com
cestas enormes de verdura e ovos.</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Como a gente era feliz. Sem preocupações das grandes
cidades. Durante o dia o passear dos avestruzes, das galinhas d’angola, um ou
outro veadinho que passava correndo, passarinhada que escureciam o céu fazendo
um espetáculo fantástico. Na época certa as cigarras faziam a festa. À noite
então! Coisa linda! Quando se aninhavam em frente a minha casa os vagalumes aos
milhares eu apagava a luz. (Luz de gerador ligado só à noite). Não precisava,
pois eles os vagalumes davam conta. Um espetáculo digno de se ver. No porto da
fazenda um belo barco a motor. O Rio das Velhas ficava próximo ao grotão onde
uma pequena cachoeira embelezava o rio cheio de esplendor. Na piracema todos
ficavam boquiabertos com os pulos dos peixes querendo subir a corredeira.
Descendo uns três quilômetros o Rio abraçava o Velho Chico. O Rio São
Francisco. Gente, minha mente mexe comigo ao lembrar. – Célia quer comer um
peixe? – Marido traga um pequeno, não tem mais lugar na geladeira. Geladeira
movida a gás. Sempre cheia, carne de porco de vaca, de frango até de tatu e
capivara. Meu cavalo sempre arriado. Sem pestanejar eu saia para pescar e
trazia um dourado ou um pintado. Coisa de trinta minutos. Conversa de pescador?
O Escoteiro tem uma só palavra!</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Milhares de cabeça de gado. Quase dez mil. Cria
recria e engorda. De manhã correr as curralamas para “escriturar” os novos
bezerrinhos que chegavam ao mundo e depois ir vaquejar nas largas e a tarde
tratorar um pouco nos piquetes da curralama. Leite à vontade, de graça aos que
espichassem uma viagem até um dos currais. Célia adorava. Queijo mineiro,
requeijão doces, manteiga, bolos e tantas guloseimas que é melhor nem lembrar. Dormia-se
de janela aberta, o som de um veículo era considerado intruso na área. Água à
vontade, até uma pequena piscina nós fizemos para a filharada. Hoje quando meus
filhos me visitam e lembram-se dos tempos na fazenda à gente vê nos seus olhos lágrimas
de saudade de um tempo que ficou marcado. A cidade de Pirapora ficava a menos
de vinte e cinco quilômetros. <o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">- Vovó Lavínia era uma grande amiga. Tinha o apelido
de Vovó, mas era pouco mais velha que eu. Era uma Akelá de um grupo Escoteiro
da Capital. Nunca se esqueceu da gente. Foi fazer uma visita de uma semana.
Ficou lá duas. Só foi embora porque o colégio que ela lecionava mandou um
telegrama raivoso. Rs. Não sabia que ela conversava com a natureza. Vi com
estes olhos que a terra há de comer que a vi uma tarde acariciando o pêlo de um
pequeno veadinho. Selvagem é arisco que só vendo. Eu a vi várias vezes conversando
com os avestruzes que lá faziam sua morada. E olhe que eles eram também
ariscos. Deixar alguém tocá-los? Nem pensar, mas ela tocava. Eu na verdade nunca
tinha visto ninguém fazer isto, mas Vovó Lavínia tinha lá seu encantamento.
Levei o maior susto quando vi uma cobra enorme que não identifiquei atrás dela.
Gritei para ela correr, ela parou olhou para a cobra que se enrolou toda. Vai
dar o bote pensei. Impossível, Vovó Lavínia agachou olhando e sorrindo para o
réptil e parecia falar ou sussurrar para a cobra. Instantes depois a cobra
sumiu no meio do mato e foi embora. Palavra de Escoteiro. <o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Uma noite sentados na varanda, filharada dormindo
ela pôs os dedos nos lábios e pediu silencio. Eu e Celia prestamos atenção. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>– Escutem falou baixinho! As estrelas estão
cantando no céu! Gente, na fazenda havia o mais belo céu que tinha visto em
minha vida. E olhe que estive em milhares de lugares por este mundão de Deus. Não
precisava contar, eu sabia que tinha bilhões e bilhões de estrelas no céu. Uma
via láctea que marcava qualquer um. Fizemos silêncio. Olhávamos para o céu. Ouvimos
um som calmo e refrescante como a brisa da madrugada. Se foi o cantar das
estrelas não sei, mas o som, as estrelas brilhantes, o vento calmo e ali ou
acolá um vagalume tornaram aquela e outras noites parte de minhas lembranças
nunca mais esquecidas, parte da minha vida.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span></span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Quando ela foi embora sentimos uma tristeza enorme.
Um vazio grande. Tentei várias vezes ouvir as estrelas cantarem. Nunca mais.
Acho que preciso de mais tempo nesta e em outra vida para poder ouvir o cantar
das estrelas. É eu era mesmo feliz e estes tempos ficaram marcados para sempre.
Daria tudo para voltar no tempo. Mas o tempo não para. Dele só fica as
lembranças, gostosas, incrivelmente belas para que possamos continuar a labuta
nesta vida.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">- Eu fui um Administrador de Fazenda, e até hoje as
lembranças do gado, dos passeios de barco no Velho Chico, no Rio das Velhas,
das viagens das comitivas, de dias fazendo calo nas nádegas, de ter sido um
professor do MOBRAL de tantas coisas que não esqueço jamais!</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-17856226645549025532020-05-05T15:30:00.002-07:002020-05-05T15:30:38.182-07:00Contos ao redor da fogueira. Quando o fogo aquece a alma.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-xqJ7IqGltw8/XrHo-_HOzGI/AAAAAAABTUE/z-Nz2awlkcg1eXgJgn8OfLVO15T-SwXyACLcBGAsYHQ/s1600/DSC01645.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="820" data-original-width="1081" height="302" src="https://1.bp.blogspot.com/-xqJ7IqGltw8/XrHo-_HOzGI/AAAAAAABTUE/z-Nz2awlkcg1eXgJgn8OfLVO15T-SwXyACLcBGAsYHQ/s400/DSC01645.JPG" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Contos ao
redor da fogueira.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Quando o fogo
aquece a alma.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">... – Este conto é uma
homenagem ao chefe Alexandre Fejes Neto, mais conhecido como chefe Lecão e
grande escritor escoteiro. Em dezembro de 2016 tive a honra de conhecer e
conviver com ele por algumas horas em seu grupo escoteiro em uma agradável
conversa ao pé do fogo que deixou saudades. A ele meu Anrê e sei que lá no céu
ainda está fazendo escotismo dos bons, uma de suas maiores escolhas desde que
entrou para o Movimento Escoteiro.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">- Uma noite como as
outras... Na grande cidade não se via estrelas, cometas e a lua não deu sinal
de vida. Ventos calmos sopravam de leste para oeste. A chama pequena da
fogueira tinha toda a atenção dos Chefes Cabeças Brancas e do Escoteiro a sua
volta. Vez ou outra surgia um caso, um conto um pedaço de alguma lembrança. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Despretensioso o fogo não se importava quando
alguém com um pequeno galho mexia e remexia nas suas brasas e ele danado
soltava fagulhas no ar. Sem alarde um Cabeça Branca contou a história de Minarã,
pois diziam que só ele possuía o fogo. Dizia à lenda que os Caingangues sabiam
do valor da luz e o calor vindo do sol. Os alimentos ainda eram comidos crus.
Minarã um índio de raça estranha, egoísta guardava para si os segredos do fogo.
Sua cabana era constantemente vigiada e sua filha Iaravi era quem mantinha o
fogo sempre aceso. Os Caingangues, porém, não desistiam de possuir o fogo
também. Precisavam para sobrevivência e não se conformavam com a atitude
egoística de Minarã. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Os Cabeças Brancas
sentados em volta do fogo e o jovem Escoteiro olharam para o narrador que
sentado com pernas cruzadas à moda índia, tirava pedaços quentes da lenda que
nunca foi contada. Fiietó um inteligente e astuto jovem da tribo, decidiu tirar
de Minarã o segredo do fogo. Transformou-se em gralha branca, apelidado Xakxó e
partiu voando para o local da cabana e viu Iaravi banhar-se nas águas do
Gôio-Xopin, um rio largo e translucido. Fiietó lançou-se no rio e se deixou
levar pela correnteza ainda disfarçado de gralha. A jovem índia fez o que
Fiietó previa. Pegou a gralha e a levou para dentro da cabana e ainda molhada
sentaram em frente ao fogo. Quando secou suas penas, a gralha pegou uma brasa e
fugiu... – Um interesse momentâneo surgiu no piscar das sobrancelhas dos
Cabeças Brancas e do Escoteiro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Minarã, sabendo do
ocorrido perseguiu a gralha que se escondeu em um toca entre as pedras. Minarã
tocou na toca até que viu a vara ficar manchada de sangue. Pensando que havia
matado, Xakxó regressou contente à sua cabana. Esperto Fiietó esmurrara seu
próprio nariz para enganar o índio egoísta. Saiu do esconderijo voou até um
pinheiro. Ali reascendeu a brasa quase extinta e com ela incendiou um ramo de
sapé, levando-o no bico. Mas com o vento o ramo incendiou-se e pesado caiu do
bico de Xakxó. Algumas brasas caídas propagaram fogo nas matas e florestas
distantes. Veio à noite e tudo continuou claro como o dia. Foi assim dias e
dias. Os índios das tribos próximas nunca tinham visto tamanho espetáculo e
cada um levou brasas e tições para suas palhoças. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Um dos Cabeças Brancas
levantou e atiçou novamente a fogueira. Um outro tossiu provavelmente pelo
orvalho da noite. Até o Escoteiro calado pensou qual seria o final do conto, da
fábula que acabava de ouvir. Um dos cabeças brancas do Ar, falou com voz rouca
para todos ouvirem: “Somos da terra... A terra somos... Todo dia é nosso... Os
nossos somos todos... Precisamos usar nossa flecha da sabedoria com o arco da
esperança e reconquistarmos o que éramos”. Seria uma conotação do fogo? De suas
origens? Ou seria do seu “escoteirismo” tão vivido e que hoje não era
mais?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E eis que lá no cantinho da Serra
da Cantareira avistaram a lua surgindo, e ele saudoso dos seus tempos de
Aeroplano, terminou assim: - “Procure conhecer-se, por si próprio. Não permita
que outros façam seu caminho por você. É sua estrada, e somente sua. Outros
podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você”!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">E o fogo apagou o dia e
a noite dos Cabeças Brancas e do Escoteiro. Dizem que um deles hoje mora no
céu, alguns outros sobreviveram para contar esta história. Para um deles o
Decano, foi seu último fogo do conselho até hoje lembrado e nunca esquecido.
Saudades que ficam saudades que se vão saudades que não deixa a gente esquecer
jamais!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-6432323713164825652020-05-04T18:41:00.003-07:002020-05-04T18:41:51.913-07:00Uma pequena historia. Amanhã eu vou! <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-AuR0U-9KtvI/XrDESbQNfCI/AAAAAAABTTs/VWszWf1pUN8v0yLc_2RXpaFB19y9wdFSACLcBGAsYHQ/s1600/1-pt-f6e857f9e41f5e9c350d0392602ac226.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="825" data-original-width="1087" height="302" src="https://1.bp.blogspot.com/-AuR0U-9KtvI/XrDESbQNfCI/AAAAAAABTTs/VWszWf1pUN8v0yLc_2RXpaFB19y9wdFSACLcBGAsYHQ/s400/1-pt-f6e857f9e41f5e9c350d0392602ac226.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<!--[if mso & !supportInlineShapes & supportFields]><span
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</v:shape><span style='mso-element:field-end'></span><![endif]--><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma pequena historia.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Amanhã eu
vou!<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background: white;">... - Conta
na </span><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">lenda</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"> da
carimbamba, que toda lua cheia à meia noite um </span><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">pássaro</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"> ia até a lagoa </span><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">cantar</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">: "-</span><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Amanhã eu vou</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">,</span> <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">amanhã eu vou</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">,</span> <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">amanhã eu vou</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">..." Perto dessa lagoa morava uma menina muito bonita
chamada Rosabela; acontece que Rosabela acordava toda noite para ouvir o </span><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">canto</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"> triste da carimbamba.</span> A lenda diz que quando ele
cantava alguém morria e uma noite de lua cheia Rosabela morreu de amor. Em
tempos que os pássaros de belos cantos e admirados e ameaçados, imagine para
quem carrega a fama de ser agourenta e mal querida dos sertanejos que acreditam
em sua maldição. O certo é que quase não se ouve mais o canto do “Coã” pelas
matas do sertão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Foi nos belos tempos,
no meu retiro na serra da Anta, fogueira acesa, árvores fazendo sombra eis que
em um instante, posou na ponta do galho seco, no alto de uma Peroba-rosa bem
próximo do meu acampamento, ele o conhecido “Amanhã eu vou” e não se sabe se
vai voltar. Era ele sempre ele o Bacurau. Cantou docemente fazendo dueto com um
Urutau, ajudado pelo Curiango que cansado voou pela serra do mar. O “amanhã eu
vou” ressoou por toda parte da serra e até chegou ao vale onde um dia acampei. “Seu”
Manezinho dos cem anos me contou uma lenda da Carimbamba, que toda lua cheia a
meia noite ele o Bacurau aparecia para cantar. É nessa hora que senti o tempo
parar, a cascata emudecer e as estrelas pararem de brilhar. Naquele silêncio
calmo, eis que incrivelmente trepado na Peroba-Rosa o vi pulando no galho seco
sem cair e a me olhar. Ali no seu habitat só ele reinava acima do bem e do mal.
Tunico Tornado um dia me disse que era uma ave de rapina, parecido com a coruja
e costuma hipnotizar Escoteiros quando começa a cantar. Voei até o passado que
não esqueço e me lembrei de Rael que me contou conhecer aquele canto sem nunca
tê-lo visto cantar. Meu amigo ele disse, dizem que é um Curupira e que muitos
por anos e anos não dormiram quando escutava aquele som, de tanto medo que
sentia... Mas eu beato das crenças escoteiras, embalado pela musica dormi tanto
que custei a acordar! E naquela noite juro por Deus que ninguém Morreu!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma ótima noite para
todos!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-19362120697191064082020-05-02T14:56:00.001-07:002020-05-02T14:56:17.308-07:00Em volta da fogueira... “Adios” Francisco.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-9r4zswy4Re4/Xq3sc6VJO2I/AAAAAAABTTE/b3EtVRQIQI8rEFznblSSLGqEhu9viLdEgCLcBGAsYHQ/s1600/1901248_443846805773113_4102833711124339751_n%2B%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="677" data-original-width="997" height="271" src="https://1.bp.blogspot.com/-9r4zswy4Re4/Xq3sc6VJO2I/AAAAAAABTTE/b3EtVRQIQI8rEFznblSSLGqEhu9viLdEgCLcBGAsYHQ/s400/1901248_443846805773113_4102833711124339751_n%2B%25282%2529.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Em
volta da fogueira...<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">“Adios”
Francisco.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">... – São dezenas ou
centenas de causos da perda da sede, de assaltos e cada Grupo Escoteiro que
perdeu tudo, perdeu seu lar, sua barraca onde moravam os sonhos de badenianos
que amavam sua associação. Desistir nunca... Recomeçar sim... A vida destes
jovens que dependem de um lugar ao sol nem sempre é entendida pelos donos do
poder. O que aconselhar? A quem recorrer? Quem sabe o sonho de não desistir, a
força de vontade, aos braços fortes, as pisadas firmes de que sabe que tudo tem
um recomeço. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>As areias viajam nas asas do vento... Ele via
sua vida se acabando na ampulheta do tempo... Seu mundo se esmoronava. Seriam
poucos meses ou quem sabe algumas semanas para manter a chama da vida acesa. Doutora
Sissi com olhos tristes dizia para ele: Não tem volta Antônio. Tentei tudo, mas
o câncer não perdoa. - Doença cruel que o fazia morrer devagar e sofrido. A
quimioterapia era um suplicio. Cada sessão pedia a Deus que o levasse. Não
estava aguentando mais. Chegou a pensar em tirar a vida antes de Morrer do
Diretor Ângelo. Foi apenas um momento de raiva que logo esqueceu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Quarenta anos de
escotismo, o último dos fundadores, de lobinho a diretor e ver tudo se acabar por
causa de um Diretor hipócrita do Colégio onde tinham a sede. Ele decidiu sem
consultar ninguém retomar o terreno da sede escoteira. Lembrou-se da
festividade, do prefeito e tantas autoridades na entrega do documento na praça
solene e que agora não valia mais. Tudo fora mentira? Não valeu colocar tijolo
após tijolo para fazer a construção? Quanto sangue derramado? Quanto suor e
lágrima para conseguir um tijolo, uma telha, uma porta e tudo agora perdido? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">E seus direitos? Eram
mais de cem crianças e adultos que todos os sábados levavam a bandeira aos
céus. Pátria! Não reconheces isto? - O advogado Jamil que nunca foi escoteiro
disse que não havia mais o que fazer. Trinta dias Chefe, se não saírem teremos
policia e delegados a porta. A lei era clara. Deu sua vida, deu seu amor, viveu
ali fazendo tudo pela cidade e agora não havia retribuição. Prefeito,
vereadores se curvavam ao novo Diretor Nomeado da FATEC uma entidade
governamental. Para onde iriam? Como continuar? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Todas as tardes ele
sentava no banco da estação onde se fez tantas alegrias e felicidade e agora
abandonada de cabeça baixa chorava. Não pela sua morte próxima, isto não era
importante, o importante era aonde todos iriam. Procurava uma solução e não
encontrava. Mesmo espiritualista maldizia o Diretor que nunca foi Escoteiro e não
queria entender os benefícios de uma educação extraescolar. Prefiro morrer
antes... Pensou. Não dá para assistir esta derrocada final. Lucy o abraçou.
Chorou com ele as dores da perda e baixinho dizia: - Marido, agora pense em você,
pense em se curar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Duas semanas se
passaram e ele foi levado ao hospital. Escoteiros e chefes acorreram ao local.
Eis que extenuado chega o Presidente. Chefe Paulo sorria: - Graças a Deus! O
decreto do Professor foi anulado. Uma petição entregue ao Ministério da
Educação que ninguém sabe quem enviou foi aprovada. Agora somos proprietários
com escritura lavrada! Uma palma estrondosa ecoou na porta do hospital. Na UTI Francisco
agonizante sorria. A luta se encerrava. Valeu enviar aquela petição. Agora
poderia morrer em paz!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">E morreu com um
sorriso, com glorias de escoteiro vencedor. Olhou para a terra quando subia
para o paraíso. Sabia que deixava saudades, mas ele estava feliz. Jogou um
beijo no vento e pediu que o levasse até sua querida Lucy. Foi uma luta incessante,
mas sempre soube que nunca esteve só. Além dos irmãos escoteiros da terra ele teve
mil anjos ao seu lado o ajudando para a vitória. O céu o recebeu com honras e
junto aos novos amigos no espaço ele voltou a sorrir!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-28071020749282375502020-04-30T15:32:00.003-07:002020-04-30T15:32:57.197-07:00Lendas Escoteiras. O sonho de Bob Longo.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-yS_6HPAAaHs/XqtSDmJveVI/AAAAAAABTSQ/nWyI-IJ-R_4wS97WZPL28n0kwpTrG_zlwCLcBGAsYHQ/s1600/gil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="709" data-original-width="984" height="287" src="https://1.bp.blogspot.com/-yS_6HPAAaHs/XqtSDmJveVI/AAAAAAABTSQ/nWyI-IJ-R_4wS97WZPL28n0kwpTrG_zlwCLcBGAsYHQ/s400/gil.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Lendas
Escoteiras.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">O sonho de
Bob Longo.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">... - “Jamais humilhe ou deprecie
alguém de seu Grupo ou sua Tropa perante os demais. Você pode demonstrar força
e poder, mas aos olhos deles será visto com menosprezo. O génio de um bom Chefe
é deixar atrás de si uma situação em que o bom senso, sem a graça de génio,
possa continuar com êxito”. Sempre Alerta!<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">- Bob Longo era um
homem não muito afoito a conversar. Preferia mais ouvir. Desde pequeno muito responsável.
Bom estudante nunca repetiu de ano. Seus pais não tinham o que reclamar. Aos
dezessete entrou para a faculdade. Futuro promissor todos diziam. Escolheu
Engenharia Civil. Pensava em construir pontes, viadutos, tuneis, estradas e
quem sabe um monte de arranha céus. Formou-se e um amigo de seu pai lhe ofereceu
um emprego em uma repartição publica. – Supervisor, lá terá vinte funcionários
sob suas ordens. Bom salário e futuro garantido. Bob Longo pensou e aceitou. No
inicio se sentiu bem. Afinal seria um Chefe seu sonho. Nunca o chamaram de Chefe,
mas quem sabe um dia? O tempo foi passando Bob Longo casou e sua casa iluminou
com o nascimento de Roberta. Agora sim, tinha tudo que queria uma boa casa,
outra na praia, um bom carro e uma boa esposa e uma filha que amava como nunca
amou ninguém. Ficou esquecido na repartição. Não se filiou a nenhum partido e
assim nunca teve oportunidades que muitos outros tiveram. Seu sonho de ser um
Chefe foi passando...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Ele queria ser um chefe.
Tinha qualidades competência e sabia decidir na hora certa. Oito anos e nada.
Viu que ali nunca seria Chefe. Uma tarde Roberta pediu para ser Lobinha. Ele já
tinha ouvido falar dos escoteiros, mas não entendia nada. Porque não? Pensou.
Foi com ela até o Grupo Escoteiro. Estudou tudo que viu para deixar sua filha
participar com eles. Conversou com Albert o chefão. Gostou do seu estilo. Tinha
pose, voz empastada de politico experiente. Mandava e desmandava. Fazia sinal e
meninada endurecia sem mexer nas intermináveis formaturas. Gostou de tudo que
viu. Ia todos os sábados, ficou amigo, sabia que um dia iriam convidá-lo para
ser Chefe. Aprendeu sozinho, comprou uma vasta literatura escoteira. Submisso
fingia ser obediente para que os demais chefes pudessem acreditar que sabia
tanto como eles. Notou que muitos chefes no Grupo gostavam de quem obedecia e
não reclamava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Bob Longo nunca foi
Escoteiro. Estudou e aprendeu toda a filosofia, seu programa sua organização e
seus métodos. Na repartição ninguém dava nada por ele. No seu tempo ocioso leu
tudo que podia. Normas regulamentos e alguns livros do fundador. Passou a
sonhar em ser um líder escoteiro. Sabia que podia brilhar dirigindo uma tropa.
Quando o convidaram para ir em um acampamento viu que sua hora havia chegado.
Afinal não iria confiar sua filha aqueles adultos que sorriam e diziam ser responsáveis.
Sua filha era tudo que tinha e onde ela fosse ele iria também. Bob Longo sabia
o que era aprender fazendo, sobre o jovem ser responsável pela sua
autoeducação, sobre aprender a andar com suas próprias pernas. – Balela! Ele
sabia que sua filha seria educada como pensava e não como os chefes dos
escoteiros. Adorou o acampamento. Sentiu-se criança. Nem pensou na alegria dos
jovens acampantes. Voltou com as mãos inchadas, cheias de calos. Fez pioneiria,
se mostrou um expert em nós e amarras. Mostrou que tinha conhecimentos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Fez todos os cursos possíveis.
Achava-se um perfeito líder escoteiro. Disseram que o líder trabalha a
descoberto, o Chefe trabalha encapotado. O líder lidera, o Chefe guia. Afinal
era um Chefe ou um Líder? Para ele não havia diferença. Seu plano era ser Chefe
de Tropa. Passava horas treinando em frente a um espelho a pose de chefão. Foi
na Assembleia Regional. Viu tantos chefões, com medalhas, e poses bem
estudadas. Todos mostrando sua posição no escotismo. Morreu de inveja dos chamados
Velhos lobos. Sempre procurados bajulados e endeusados. Sorria para si próprio
imaginando ser um deles. Passou a ler sobre os formadores, os diretores, os
Insígnias de Madeira, sobre a Organização Mundial dos Escoteiros e um dia seu
sonho se realizou quando convidado pelo Chefe Albert para chefiar a Tropa
Escoteira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Era seu caminho para o
sucesso como dizia Baden-Powell. Iria mostrar suas qualidades. O Presidente e o
distrital iriam ver que surgia um novo líder dos escoteiros. Foi apresentado a
tropa. <span style="background: white;">Brilhou na Bandeira, na formação, saudando
os monitores, uma bela oração e uma perfeita inspeção. Passou dias escolhendo
jogos, pois sabiam que eles eram o sucesso para fazer os escoteiros gostarem
dele. Amou seu primeiro dia. Já fazia planos em partir para o campo com seus
escoteiros correr pelas campinas, pelos vales, pelas montanhas e picos sem fim.
Queria fazer o escotismo que não fez quando criança. Certas horas esquecia-se
de Roberta, só pensava em si mesmo e em sua pose de chefão. Fingiu ser
subserviente para ser amigo do distrital e dos presidentes da região e da EB. Seu
sonho era chegar lá. Iria ser Chefe, um chefão. Já pensou? Dirigir um curso e
fazer aquele monte de alunos lhe obedecer? Firme! Descansar! – Seria bom
demais. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">Foi
ovacionado muitas vezes pelos chefes do seu grupo e do distrito. Sentiu-se
realizado quando fez seu curso da Insígnia de Madeira. Quando lhe entregaram o
Lenço ele chorou. Agora sim, começou a ser um chefão. Absorto no pátio viu quando
surgiu um ancião. Ele não o conhecia. Não estava de uniforme, não tinha lenço e
nem chapéu. Só uma bengala que fazia toc, toc no cimento do pátio. – Parou em
sua frente. Sorriu e disse olá! – O ancião falava baixo, chegou mais perto. - Ouça
meu filho a voz da razão e viva sem dores, ouça o coração e seja feliz. –
Quando for complicado decidir... Não deixe a razão agir. Ouça seu coração
falar, pois com ele nada falha. Não se esqueça que mesmo que não concorde com
tudo isto, com os objetivos da sua associação, faça seus escoteiros felizes.
Chefe não é aquele que pensa só e sim aquele que briga para a felicidade de
todos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">- E
continuou: Um Chefe Kalapalo me disse – Não seja um homem solitário. Se você
não pode ouvir o choro de uma ave então ouça o murmúrio do vento, deixe a chuva
cair e perfumar a floresta do mundo. Quando chegar sua hora de morrer, não seja
como aqueles cujos corações estão preenchidos de medo. Eles choram e rezam por
um pouco mais de tempo para viverem sua vida novamente de uma forma diferente.
Assim cante sua canção de morte e morra como um herói indo para casa! </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O “Chefe” Bob Longo estava estupefato. Não sabia o
que dizer. O ancião se foi, ele não soube o seu nome. Aquele dia ele viu que
ser Chefe é muito mais que pensava. Precisar dominar os outros é precisar dos
outros. Ele agora sabia que um Chefe seria sempre um dependente dos outros e de
si mesmo. Seus olhos vermelhos sabiam agora o caminho a seguir. Ele sabia que
para ser Chefe ele sempre iria precisar dos outros. Aquele que quer aprender a
ser Chefe tem de primeiro aprender a servir!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-79048136327860001252020-04-29T14:51:00.000-07:002020-04-29T14:51:09.129-07:00Lendas escoteiras. A lenda dos milagres de Sophia.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-SLJYCaEwYmI/Xqn2tvZ-FaI/AAAAAAABTK4/cv55mOJE4D4jAtQKkG5xtn5QLXlCqYY5gCLcBGAsYHQ/s1600/9307_03082019-escoteiros1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="647" data-original-width="1102" height="233" src="https://1.bp.blogspot.com/-SLJYCaEwYmI/Xqn2tvZ-FaI/AAAAAAABTK4/cv55mOJE4D4jAtQKkG5xtn5QLXlCqYY5gCLcBGAsYHQ/s400/9307_03082019-escoteiros1.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Lendas
escoteiras.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">A lenda dos
milagres de Sophia.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">... - Se Sophia era mesmo
um espírito cheio de luz eu não sei. Se isto é coisa do diabo eu também não
sei. Dizem que Deus sabe o que faz e como eu acredito nele a história de Sophia
para mim poderia ser verdadeira. Afinal temos ou não uma só palavra? Apenas uma
lenda, nada mais que isto.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não conheci a escoteira Sophia. Se não
tivesse participado do desfile do Sete de Setembro naquele ano a história dela
nunca seria conhecida por grande parte do movimento escoteiro. Sei que muitos
sabiam, mas tudo era contado à boca pequena sem chances de até mesmo o
Arcebispo Joshua pensar que um dia ela poderia ser canonizada. Ele ficou
impressionado com o relato do vigário Honório. - Verdade mesmo Honório? – Eminência,
são mais de vinte meninos e meninas que assistiram tudo no acampamento que
fizeram Na Lagoa dos Sonhos. Ela pegava peixes com as mãos, curou doentes,
acendeu um fogo sem fósforos em segundos. E não foram só estes foram vários! –
E adultos tinha algum? Perguntou o Arcebispo. – Não eminência, só uma vez Dona
Filó e o Chefe Manolo assistiram um milagre dela. Foi o mais simples. - Eles
viram-na se elevar no ar e beijar um periquito no ninho de uma árvore há mais
de oito metros de altura!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sei que o Vigário Honório ficou mais de cinco
horas a narrar para sua Eminência o Arcebispo Joshua tudo o que viu e tudo que
lhe contaram. Saiu do Palácio Episcopal mais de meia noite. Deixou o Arcebispo
com a pulga atrás da orelha. Ele já tinha lido e conversado com muitos sobre o
tema mediunidade. Quem sabe esta escoteira não era assim? Mas se elevar no ar?
Isto não é mediunidade. Mais parecia que era sensitiva. Ver os mortos,
visualizar o futuro e ter visões extraordinárias. Agora se elevar no ar? Isto
não saia da mente do Arcebispo. No dia seguinte ligou para o vigário. Pediu a
ele se podia trazer a escoteira até o palácio. Ele queria conhecê-la. Dona
Fabíola mãe de Sophia não se opôs. Partiram em uma manhã de sábado. Daria prazo
para ela participar da reunião escoteira da tarde, disto ela não abria mão. O
Arcebispo ficou maravilhado e abobalhado. Ela na sua presença conversa como
gente grande. Inteligentíssima. Conversou com ela em inglês, francês e italiano
e ate abusou do latim.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas vamos voltar ao início se não vocês
não vão conhecer Sophia e sua história. Monossílabo era sênior da Antares, uma
patrulha antiga e quatro Sêniores e duas guias. Eu cansado de uma manhã do
desfile da cidade, sentei-me no banco da praça e ele sentou ao meu lado. – Sabe
Chefe, se Sophia a escoteira tivesse vindo este desfile seria inesquecível. –
Fiquei encucado. – Quem é a escoteira Sophia? – Chefe! O senhor ainda não ouviu
falar dela? – Claro que não Monossílabo, se não eu não teria perguntado. – Bem
Chefe, ela está conosco há dois anos. Quando chegou à sede ninguém deu nada por
ela. Mas no primeiro dia de reunião Loquinho o Monitor da Águia ficou
boquiaberto com ela. Em uma base de nós, com os olhos fechados ele fez mais de
vinte nós escoteiros e de marinheiro. Ninguém acreditava no que via. Precisava
ver no acampamento. Cortava um galho em segundos. Parecia que o facão era
mágico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Monossílabo ficou me narrou por horas. A
princípio não acreditei nele. Havia muito floreio em tudo. Mas me lembrei de um
fato ocorrido há alguns anos e só não lembrava se era ela a protagonista. Ela e
sua mãe chegaram correndo a delegacia, mais de duas da manhã dizendo que um
acidente grave aconteceu na estrada 45. Na curva da onça um ônibus despencou
por sobre a ponte. Mais de vinte mortos. Pinduca o Sargento da guarda não
acreditou. Foi preciso chamar o prefeito que relutante em acordar acompanhou
todos até a ponte fatídica. Gemidos, gritos de socorro e o trabalho de ajuda
começou. Um menino de três anos ensanguentado foi colocado por sobre uma manta
e o enfermeiro disse que estava morto. Não estava, pois Sophia pegou na mão
dele e ele se levantou. Dizem que ela deu vida a mais oito pessoas. As demais
não, pois conforme disse era desígnio de Deus. Teria que ser assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sophia não era linda, nada disto.
Tinha o rosto fino, nariz comprido, uma boca pequena e cabelos crespos que ela
insistia em não pentear. Ficava diferente e ela gostava. Falava fanhoso e
deixou todo mundo boquiaberto quando um dia falou como uma rainha. Na patrulha
era bem quista e ninguém notava nada diferente. Nas atividades que o Chefe Manolo
e a Chefe Malena faziam na maioria das vezes a patrulha dela não se
evidenciava. Só uns meses atrás que tudo mudou. Ela parava durante alguma corrida
dizendo estar vendo pessoas mortas. Garantiu ao Chefe Manolo durante uma cerimônia
de bandeira que o Chefe Tonon estava presente. Chefe Tonon foi o fundador do
grupo a mais de setenta anos. Morrera há quinze anos. Sophia começou a ser
procurada por doentes, cadeirantes e a cidade começou a ter turistas de todos
os lugares por causa dela. Quando ia para o Grupo Escoteiro a sede ficava
superlotada de pessoas querendo falar com ela ou ser abençoadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O vigário Honório correu a falar com o
Arcebispo. Esqueceu-se de Don Antonio um Velho morador da cidade e Presidente
do Centro Espirita Boa Vontade. Ele ria quieto em seu canto. Sabia que Aimée
era um espírito superior e que os habitantes nunca podia imaginar quem ela fora
no passado. Ele sabia que ela iria desencarnar aos quinze anos. Morte natural.
Falar isto para o padre? Nem pensar. Comentou superficialmente com o Chefe Manolo.
Um bom Chefe. Era evangélico e ficou incrédulo com tudo aquilo, mas o que vira
em Sophia até que poderia ser verdade. Cinco meses depois chegou à cidade monsenhor
Giuseph a mando da cúria papal. Era para averiguar e comprovar os milagres de Sophia.
Não ficou dois dias. Quando a conheceu ela disse para ele – Senhor Monsenhor,
daqui a dois anos o Papa Lozano III vai falecer e o senhor será eleito o novo
papa!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ninguém soube do fato e eu mesmo não sabia
como Monossílabo sabia. Bem o final da história é que a Cúria Romana até hoje
discute se Sophia era possuidora de receber o título de santa. Mesmo após sua
morte ocorrida na aventura Sênior distrital que a tropa participou na Serra dos
Órgãos eles continuaram investigando. Ainda investigam. Quem sabe teremos a
primeira santa escoteira? Vai ser o máximo. O escotismo terá dado um enorme
salto para o sucesso de marketing. Procurei saber como foi à morte de Sophia.
Sua Patrulha jura de pé junto que ela se despediu de um por um e disse para não
se preocuparem. Sua mãe já sabia que era hora de ir. Ninguém acreditou quando
uma forte luz a levou. Seu corpo sumiu e até hoje não foi encontrado. A policia
fez de tudo para ver se não havia outra história, mas teve que se contentar com
a fantástica explicação dos seniores que estavam com ela. O delegado já saiba
de seus poderes sobrenaturais e deu o caso como encerrado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Monossílabo me jurou que nas noites de
acampamento, quando os seniores se reúnem em volta de um fogo para jogar
conversa fora ela aparece e fica com eles por horas contando como são os
escoteiros que moram no céu. Don Antonio o espírita tem boas relações com dona
Fabiola mãe de Sophia. Conversam muito. A cidade não sabe o que conversam. Se Sophia
é mesmo um espírito cheio de luz eu não sei. Se isto é coisa do diabo eu também
não sei. Dizem que Deus sabe o que faz e como eu acredito nele a história de Sophia
para mim é verdadeira. Afinal temos ou não uma só palavra?<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-33443099695727353032020-04-28T15:09:00.001-07:002020-04-28T15:09:42.118-07:00Contos ao Pé do Fogo. Evelyn anjo ou demônio?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0whYX50ik4in2ekL9mI4aIFpqGhEt-OnM4UEw_bwlpBmd0q67jEKnJQK-0MFgGqTRzKxKG199RGDpHvQnfMMNPZ-vXe8Pup_7Xpctw71PCPnvN8hiFDlaD5CjSyPEycmzLKowvjPDlADY/s1600/31674171_1051944751629979_557717343224987648_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0whYX50ik4in2ekL9mI4aIFpqGhEt-OnM4UEw_bwlpBmd0q67jEKnJQK-0MFgGqTRzKxKG199RGDpHvQnfMMNPZ-vXe8Pup_7Xpctw71PCPnvN8hiFDlaD5CjSyPEycmzLKowvjPDlADY/s400/31674171_1051944751629979_557717343224987648_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Contos ao Pé
do Fogo.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Evelyn anjo
ou demônio?<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">... - Os que riram
hoje choram, os que debochavam hoje respeitam, os que não acreditavam hoje
procuram o caminho, o que estava morto foi ressuscitado. Fica fácil quando cada
chave é colocada em sua devida fechadura. <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Nada como um dia após o outro dia</span>. Tudo faz sentido, quando a
motivação é o amor...</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E daí se gostam de mim ou
não? Não estou nem ai! – Michel tremeu de ódio. Permaneceu calado para evitar
dizer uma saraiva de palavrões e ofensas. Leo que estava próximo pensou em
interferir. Melhor não pensou. Não era só ele, toda a Patrulha Antares queria
vê-la longe. Não entendiam a Chefe Sophia e o Chefe Montana que sempre
aconselhavam relevar, pois ela um dia iria melhorar. Evelyn foi levada a Corte
de Honra e a Tropa Sênior por diversas vezes se auto-convocou para um conselho
de tropa. Por quê? Claro, Evelyn. Pensando bem Evelyn era uma jovem bonita,
olhos negros incrivelmente belos. Mas sua apresentação era péssima. Vestia mal,
nas inspeções ela sempre “enterrava” a Patrulha com sua uniformização sem garbo
e boa ordem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ninguém explicava porque
ela insistia em continuar como Guia. Quando entrou falou para Dante: - Olhe
Escoteiro, as montanhas da vida não existem apenas para que você chegue no
topo, mas para que você aprenda o valor da escalada. Viva sua vida e deixe-me
viver a minha “- e quer saber”? Eu entrei nos escoteiros sem precisar de
ninguém. Nem de minha mãe. Eu não preciso de você para ser feliz, eu sei como
me alegrar todos os dias sem contar com nenhum de vocês. Evelyn era só amargura.
Parecia não amar ninguém e não queria que os outros também gostassem dela. Porque
tão mal educada? Essa grosseria seria uma defesa? Mas defender de que? Natanael
o Monitor disse a Chefe Sophia que a Patrulha tinha votado para ela não ir ao
acampamento. – Chefe, ninguém da Antares gosta dela. Acha-se a melhor, reclama
e no acampamento de Julho ela foi um estorvo. A Senhora lembra que por dois
dias ficamos em último lugar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Chefe Sophia tinha uma alma e um
coração de anjo. Nunca aprendeu a tomar atitudes firmes que precisavam ser
tomadas. Sempre achou que deveria ter um caminho uma solução. Evelyn naquela
sexta feira chegou como sempre emburrada e dizendo: Eu vou, mas não vou servir
ninguém. Cada um que se vire! E deu aquela gargalhada de sempre. Rui o Sub
pensou no que viu quando foi à casa de Evelyn. Não comentou com ninguém. Queria
ver de perto. Nicolas um amigo do Colégio morava na mesma rua. Ficaram por
horas conversando. Soube do seu padrasto, homem mau, de Sininho com seus dois
anos que era mais paparicado do que Evelyn, soube também que na rua ninguém
gostava dela, que sua mãe não se importava, não lavava louça e nem limpava
casa. Evelyn fazia o mesmo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pensou em conversar
com a Patrulha e colocar ao par tudo que viu e ouviu. Iria dizer que a vida
pode ate derrubar, mas que escolhe a hora de levantar é você mesmo. Engraçado,
diferente dos outros acampamentos Evelyn ao seu modo ajudou a Patrulha, mas
sempre arredia. Lídia no segundo dia há encontrou chorando próximo ao Riacho
das Flores. – Sentou ao seu lado, não disse nada. Ela sem olhar para Lídia
disse baixinho: Na vida eu encontrei três tipos de pessoa. Aquelas que poderiam
mudar minha vida, aquelas que querem predicar minha vida e ainda não encontrei
aquela que será a minha vida. No terceiro dia um grande jogo foi realizado.
Evelyn gostava de um grande jogo. Achava-se a melhor, resolvia sozinha, não
dava satisfação a ninguém. Na subida do Morro do Macaco ela sumiu. Não era a
primeira vez. A Patrulha se reuniu e discutiram em voltar e procurar ou seguir
em frente e achar o Tesouro escondido. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Eles já tinham decifrado
todas as pistas e sabiam onde estava o Tesouro. Poderiam ganhar o jogo, o que
não acontecia há meses por causa de Evelyn. Uma revolta grande. Achar o tesouro
ou voltar para encontrar Evelyn? Os artigos da Lei são aqueles que dão o tom
para escoteiros de verdade. Vestir o uniforme nada significa se o coração não
bate pela ajuda ao próximo. Era uma Patrulha unida, que se preocupava. Voltaram
por aonde vieram. Vasculharam cada barranco, cada ladeira, cada ribanceira e o
talude do Cristo.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Já iam desistir e
chamar a tropa para ajudar quando ouviram um gemido. Na rampa havia duas
trilhas e um enorme buraco. Viram Evelyn chorando. Desceram. Uma fratura
exposta na perna e no braço. Ela devia estar sentindo dores terríveis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Rui e Hélio voltaram para
trazer socorro. Natanael, Rui Michel e Nair viram que não podiam esperar muito
tempo. Ela estava perdendo muito sangue e pálida desmaiava e acordava. Michel
no alto dos seus conhecimentos de Socorrista fez duas talas largas para não
machucar. Amarrou uma na perna outra no braço. Ela desmaiada nada sentiu. Os
lenços foram amarrados onde o sangue jorrava aos borbotões. Fizeram uma maca
com dois bastões e com muita dificuldade arrastando morro acima a maca com uma
corda chegaram ao topo. O tempo passou um dois três meses e num belo dia de
sol, Evelyn retornou ao Grupo. Mancava da perna que ainda não tinha
cicatrizado. No cerimonial de Bandeira ela pediu a palavra: - Olhou nos olhos
de cada um e disse: - Não sei o que dizer sempre me disseram que o maior
problema em acreditar nas pessoas é que um dia você acaba não acreditando em
mais ninguém. Sei que é difícil o perdão de todos, mas a partir e hoje serei
outra Evelyn. Vou provar que posso ser amiga e irmã de todos vocês!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quem esteve lá naquele dia
nunca esqueceu. Um silencio sepulcral quando ela falava, quando parou a tropa
parecia não entender bem suas palavras. Maria Eduarda batendo palmas foi até
ela e a abraçou. Todos correram para fazer o mesmo. Chefe Sophia sorrindo olhou
para o alto e falou baixinho para ninguém ouvir: - “E tudo ficou tão claro, o
que era raro, ficou comum. Como um dia depois de outro como um dia, um dia
comum”!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-19471245691636826312020-04-27T15:13:00.002-07:002020-04-27T15:13:36.767-07:00Uma história uma lenda. A árvore das folhas rosa.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-OH5O9y8qvOM/XqdY_qLTnhI/AAAAAAABTJs/cmDFCyyQU2waXsPxipdaCzQyW1oHs-VGwCLcBGAsYHQ/s1600/rosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="960" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-OH5O9y8qvOM/XqdY_qLTnhI/AAAAAAABTJs/cmDFCyyQU2waXsPxipdaCzQyW1oHs-VGwCLcBGAsYHQ/s400/rosa.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Uma
história uma lenda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">A
árvore das folhas rosa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Queria ser Cerejeira rosa, alta e frondosa, enchendo
o chão de sombras e os galhos de passarinhos, que nela, aos pares, construíssem
ninhos, lançando aos ventos sonoros pensamentos. Então, a minha sombra à tarde,
abrigaria namorados, trazendo juras de amor tão puras e ternas, que parecessem
eternas. Como as flores rosa de meus galhos”. (Sonia Quartin).</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">... - Apenas uma arvore não uma
qualquer... Era uma cerejeira em flor, na beira do caminho. Nunca tinha visto
uma cerejeira igual. Florida, folhas e flores rosa destoando da natureza ao seu
redor. Só ela, ali, imponente e ao seu lado um pequeno riacho de águas claras.
Visão maravilhosa. Um oásis dos deuses do paraíso naquele campo seco. Uma
historia simples, mas para não esquecer jamais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Bela caminhada na Estradinha do Neco Pastor. A
Patrulha sorria mesmo com o sol inclemente. Era a primeira vez que arriscávamos
a passar por ali. Eis que uma visão incrível apareceu... Assim do nada. Muitos
disseram que seria lembrada por toda a vida. Dizem que só os escoteiros têm o
privilegio de ver e ouvir coisas, pois eles têm o dom de enxergar de outra
maneira a natureza hoje perseguida de maneira implacável pelos homens. Acredito
piamente que isto é real. Éramos seis amigos escoteiros a seguir na pequena
estrada. JG e Palestro seguiam juntos à frente, Nico Landi, Portentoso e
Calango mais atrás dando risadas, devia ser uma boa piada escoteira. Eu olhava
os pássaros a procura de um Bem ti vi cantante. Cortamos caminho para chegar ao
Tanque dos Afogados. Não morreu ninguém lá e nem é um tanque. Uma represa
pequena, dócil, rasa, de águas cristalinas que por duas vezes ali estivemos
acampando. Sempre passamos pela estrada do Marquês mais de doze quilômetros.
Não lembro quem deu a ideia de cortar caminho passando por um vale entre duas
montanhas. Eu sabia que nem sempre as boas ideias prevalecem. Passava da uma da
tarde. Um sol a pico e queimando. Quase quatro horas de caminhada. O suor
escorrendo pelo rosto, os olhos vermelhos e o chapelão de três bicos faziam às
vezes de um protetor carinhoso, mas que pouco ajudava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Um local descampado, sem
árvores, quem sabe para pasto do gado que ao longe pastava calmamente. Pensei
em parar, mas sempre um animando dizia: - Vamos chegar! Vamos chegar! É só
encontrar o riacho das Vertentes. E a sede chegando e o riacho não chegava. Uma
fome brava. Nem um biscoitinho a solta. Já respirava com dificuldade quando
avistei o paraíso. Um riacho e uma árvore. Não uma árvore qualquer. Era enorme.
Incrivelmente linda! Incrivelmente bela! Nunca tinha visto uma cerejeira igual.
Florida, folhas e flores rosa destoando da natureza ao seu redor. Só ela, ali,
imponente e ao seu lado o pequeno riacho de águas claras. Visão maravilhosa. Um
oásis dos deuses do paraíso naquele campo seco. Incrivelmente maravilhosa. Molhei
o rosto calmamente. A sombra da cerejeira nos dava uma sensação de calma
silenciosa e gostosa. Uma brisa fresca soprava de este para oeste. Sentamos
embaixo próximo ao tronco. Pés levantados. Dizem ser bom para a circulação. Dez
minutos, quinze, vinte. Uma hora. Ninguém animava em partir. Estavam todos no
mundo dos sonhos coloridos que só os escoteiros possuem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A tarde chegou mansamente. O
sol estava se despedindo e prometendo voltar amanhã. Vermelho atrás das
montanhas verdejantes. Ainda de olhos fechados lembrei que tinha lido não sei
onde – “A flor de cerejeira cai da árvore na primeira brisa mais forte, mas não
dizemos que ela nunca viveu. Uma flor que só dura um dia, não é menos bonita
por isso”. Não queria abrir os olhos. Não queria partir. Eu tinha encontrado o
paraíso. Não disseram que o tempo é relativo? Que a flor da cerejeira, por
exemplo, dura apenas uma semana e mesmo se durasse mil anos ainda seria efêmera?
Flor tão bela como ela não merecia durar eternamente? E o que é eterno se não o
que dura com tamanha intensidade? Dormi. Não queira acordar. Agora a cerejeira
não dava mais sombra. Não precisava, a noite chegou escura, mas logo o clarão
das estrelas no céu dava o seu espetáculo a parte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Reunião de Patrulha. Partir?
Cinco a zero para ficar. Um foguinho. Uma sopa, um café na brasa. Cantávamos
baixinho a Árvore da Montanha. O céu estrelado ainda dando seu espetáculo maravilhoso.
Um cometa passou correndo deixando um rastro brilhante. Fiz um pedido. Que a cerejeira
em flor durasse para sempre! Aos poucos alguns dormiam. A cerejeira das folhas
rosa era nossa barraca. O tempo passou. Ao lado anjos velavam o sono dos
escoteiros. Abri os olhos mansamente, uma réstia de luz aportava lá por trás
das montanhas distantes. Era a madrugada chegando. O novo dia chegava sem fazer
alarde. O orvalho caia de mansinho. A brisa eterna amiga não nos deixou. Um
acalanto para nos dar um novo vigor no dia que chegava sem fazer ruído. O
riacho ao lado parecia cantar canções de ninar. Pequenos peixinhos nadavam como
a nos dizer bom dia!<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mochila as costas.
Olhares e sorrisos vontade danada de ficar. Eis que o Monitor chama: - Escoteiros
avante! Pé na estrada, pois o sol agora já estava firme no horizonte. Nosso
destino? O Tanque dos Afogados. E lá fomos nós, em marcha de estrada sorrindo,
mas saibam que nunca mais, em tempo algum, nós nos esqueceríamos da árvore das folhas
rosa. Cerejeira em flor. Um amor, uma lembrança que ficou marcada para sempre!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-43438037709288777302020-04-25T15:11:00.002-07:002020-04-25T15:11:30.588-07:00Lendas da Jangal. A lenda de Sasquatch, o lobo solitário da Montanha de Cristal. Uma história para lobinhos e escoteiros.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-0mgTBENJXZw/XqS1iNkZ_2I/AAAAAAABTIw/fnCnapL94Do38O28qStTO7nA8PdpNaoPwCLcBGAsYHQ/s1600/11150524_490964034394723_2168204438523042180_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="843" data-original-width="1050" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-0mgTBENJXZw/XqS1iNkZ_2I/AAAAAAABTIw/fnCnapL94Do38O28qStTO7nA8PdpNaoPwCLcBGAsYHQ/s400/11150524_490964034394723_2168204438523042180_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Lendas da Jangal.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">A lenda de Sasquatch, o lobo
solitário da Montanha de Cristal.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Uma história para lobinhos e
escoteiros.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Era uma vez... Esta é uma história de um lobo, um
lobo solitário que nas madrugadas vagava pela Montanha de Cristal com seu uivo
sinistro como a pedir à ajuda que nunca teve. Dizem que ele chorava que em seus
olhos negros havia sempre uma lágrima a cair. Não é uma história de um final
feliz. Sei que os lobos nas montanhas andam em matilhas, o mais forte protege o
mais fraco, mas quando ele está Velho, sem condições de sobrevivência é deixado
pelos demais e morre uivando de fome sede e frio. Mas deixe-me contar a vocês a
história de Sasquatch. Foi Sandra quem o apelidou assim. Sandra foi outra que
viu seu mundo desmoronar. Não vamos avançar a história. Melhor narrar parte por
parte para que vocês conheçam melhor tudo que aconteceu com Sandra e Sasquatch,
o lobo solitário da Montanha de Cristal.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Sandra tinha trinta e seis anos quando Otávio seu
marido faleceu. Durante quatro anos agonizou em um hospital do SUS até que Deus
o levou e quem sabe para melhor. Sandra não chorou. Chorou sim quando soube que
ele tinha uma grave doença pulmonar e que não sobreviveria por muito tempo.
Viveu quatro anos dos mais felizes em sua vida com ele e o tratando com o maior
carinho. A doença consumiu tudo que tinham. Gastaram todas suas economias.
Vendeu sua casinha que compraram com muito sacrifício. Não tiveram filhos.
Otávio no primeiro ano de casado resolveu assim. Seis meses depois da morte de
Otávio, Sandra ainda morava só. Uma irmã no nordeste escreveu para ela para ir
morar com ela. Sandra não quis e resolveu ficar. Sua tristeza quando chegava à
noite em casa do seu trabalho era enorme. Lia um livro, um programa de TV e ia
dormir sonhando com Otávio ao seu lado.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">A vida de Sandra era uma rotina. Foi Amélia sua
colega de trabalho quem mudou tudo. – Preciso de uma assistente. E você vai me
ajudar disse. – Sandra riu e aceitou. Quem sabe o Escotismo lhe daria um novo
caminho? O tempo passou. Amélia casou e saiu do Grupo. Sandra ficou em seu
lugar. A Alcateia passou a ser um pouco sua vida. Dedicava de corpo e alma aos
seus lobinhos. Adorava os meninos e as meninas. Fez curso, aprendeu muito em
outras alcateias que visitou e acantonou. Tonho e Marilda eram suas
assistentes. Baloo e Bagheera. Os lobinhos e as lobinhas tinham verdadeira
adoração por eles. Sandra já não mais se sentia só. O escotismo deu a ela nova
motivação e uma filosofia de vida que ela nunca esperava.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Tudo aconteceu em julho. Anualmente sempre faziam um
acantonamento no Rancho Fundo do Seu Leôncio. Seu Ruan proprietário adorava os
lobos e dizia enquanto fosse vivo aqui será um rancho de lobos! Atrás da casa
sede tinha uma montanha. Linda. Muitos bosques e uma nascente. Sandra quando ia
ali ficava horas e horas a olhar para ela. Chamavam-na de a Montanha de
Cristal. Sandra não sabia por que, mas no dia da viagem para o acantonamento
bateu uma enorme saudade de Otávio. Três anos sem ele e ela não entendia aquela
melancolia, logo agora em um acantonamento. Quem sabe por que ia só e os seus
dois assistentes iriam à noite. Duas mães foram juntas para ajudar na cozinha e
limpeza diversas. Chegaram, arrancharam, e logo começou as atividades. Iam
ficar três dias.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">À tarde do primeiro dia enquanto os lobos arrumavam
suas tralhas para a noite e o banho Sandra olhava para a Montanha. Assustou
quando avistou um Lobo parado em uma pequena trilha olhando para ela. Não sabia
o que fazer. Entrou correndo na casa sede. Olhou pela janela. O lobo se
afastava. Mancando. Notou que sua perna direita estava quebrada. Sentiu pena
dele. Sem perceber o chamou de Sasquatch. Nada há ver com a história do homem
de neve que contam por aí. Ela saiu de novo da casa. O lobo parou e voltou. Ela
notou seus olhos tristes. Parecia que lagrimas caiam. Não era possível. Ela
devia estar enganada. Lobo não chora. Viu que ele se aproximou dela. Lambeu
seus pés. Ela foi até a cozinha. Cortou um pedaço da carne do almoço do outro
dia e deu para ele. Ele olhou para ela com os olhos húmidos e balançou a cabeça
como a agradecer. Não comeu a carne. Pegou entre os dentes e subiu a trilha que
levava ao alto da Montanha de Cristal.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Sandra acordou várias vezes. Jurava ouvir uivos
enormes. Acordou pela manhã e alguém uivava lá fora. Era ele. Sasquatch. Sempre
mancando. Sandra aproximou dele e ele deixou que ela o acariciasse. Viu que a
perna estava curta e tinha sinal de perfuração de bala. Um caçador malvado só
podia ser. Ela o olhou nos olhos, viu o brilho firme a encará-la. Foi de novo
buscar alimentação para ele. Ele ajoelhou e balançou a cabeça. Deu um enorme
uivo pegou a carne com os dentes e de novo seguiu a trilha da montanha. Vários
lobinhos viram o lobo, tentaram se aproximar, mas ele mancando corria. Só com
Sandra ele se deixava acariciar. Assim foram os três dias. No último ele fez um
sinal para ela. Parecia saber que ela ia embora. Andava em direção à trilha,
parava e olhava para trás. Sandra o seguiu. Não andou muito e ele entrou em uma
pequena caverna.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Sandra ficou com medo de entrar lá. Por diversas
vezes Sasquatch chegou à entrada e fez o sinal para ela entrar. Resolveu
segui-lo. O que viu foi de estarrecer. Dois lobinhos recém-nascidos mortos e
dois vivos entre a vida e a morte. Tinha carne junto deles, mas não conseguiam
comer de tão fracos. Olhou de novo para Sasquatch. Viu que ele era um lobo
macho. A femea devia ter morrido, mas ele não abandonou os lobinhos. Filhos dele?
Sandra não sabia o que fazer. Ele olhava para ela com carinho como a pedir que
o ajudasse. Ajudar como? Ela tinha de ir embora. Sentia enorme pena dos
lobinhos e sabiam que eles iam morrer. Fazer o que? Saiu da caverna. Olhou para
o céu e perguntou a Deus o que devia fazer. Viu em uma nuvem Otávio a sorrir
para ela. Era alucinação, ela não acreditava nisto. Resolveu voltar ao Rancho.
Olhou para trás, Sasquatch ajoelhado uivava. Um uivo dolorido, choroso, e
lágrimas caiam de seus olhos.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Sandra voltou. Colocou os dois lobinhos no colo.
Iria levá-los com ela. Não tinha outra saída. Desceu com Sasquatch a
acompanhando. O ônibus chegou e a lobada cantando tomou seus lugares. Brincavam
com os lobinhos que já estavam recuperando suas forças. Sandra deu leite para
eles que beberam sofregamente. Ao entrar no ônibus deu uma última olhada em
Sasquatch. Ele uivava e ela não sabia se de alegria ou tristeza. Sabia que não
podia levá-lo. Não tinha condições. O ônibus foi saindo devagar pela estrada
vermelha. Sasquatch tentou acompanhar, não conseguiu. Coxeava muito. Sua perna
quebrada não deixava. Uivou muito e Sandra ouvia chorando baixinho. Quando o
ônibus chegou à estrada asfaltada ele olhou pela ultima vez a Montanha de
Cristal. Parecia que uma luz brilhante pairava sobre ela. Mas viu a figura
novamente de Otávio sorrindo. Tranquilizou-se.</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Dizem que durante muitos anos Sandra cuidou dos dois
lobos. Um ela chamou de Lobo Gris e o outro... Sasquatch. Por onde andava os
dois lindos e enormes lobos a acompanhavam. Um de cada lado. Disseram-me que
ela voltou muitas vezes a Montanha de Cristal. Foi até a caverna onde os lobos
nasceram. Levou Gris e Sasquatch e eles uivaram por muito tempo como a lembrar
de seu pai que deu a eles um grande carinho e amor e porque não a vida. Ao
retornar ouviu bem no alto da montanha um uivo enorme. Sabia que era ele. Olhou
para lá, não viu nada. Mas sentiu um calafrio. Não era ele em vida, mas ali
estava seu espirito como a agradecer o belo gesto de Sandra. E posso garantir as
mil e uma historia que um dia irei contar, Sandra viveu feliz para sempre na
companhia dos dois lobos. Sei que ficaram amigos para sempre! E contam até hoje
que uma estrela brilhante paira todas as luas cheias por cima da caverna da
Montanha de Cristal. </span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-13483319626094396492020-04-21T14:36:00.000-07:002020-04-21T14:36:19.501-07:00Lendas Escoteiras. O pecado de todos nós.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-1zk9TM5D0zE/Xp9nSrzH5zI/AAAAAAABS5Y/N-Yofpe_2nInXreUbm8pycedLj6I1ckZwCLcBGAsYHQ/s1600/novo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="636" data-original-width="960" height="265" src="https://1.bp.blogspot.com/-1zk9TM5D0zE/Xp9nSrzH5zI/AAAAAAABS5Y/N-Yofpe_2nInXreUbm8pycedLj6I1ckZwCLcBGAsYHQ/s400/novo.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Lendas
Escoteiras. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">O pecado de
todos nós.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">... -
O corpo e a alma precisam de novos caminhos para se unir harmoniosamente. “O
futuro bate à nossa porta, e todas as ideias - exceto as que envolvem
preconceitos - terão chance de aparecer e serão valorizadas pelas pessoas”.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">- Disseram-me
uma vez que ser feliz não é pecado. A felicidade é desprezada por muita gente.
É irritante ver alguém naturalmente lindo, rico, simpático, inteligente, culto,
talentoso, apaixonado e, ainda por cima feliz! Estou citando isto porque quando
conheci Diego pela primeira vez ele era quase tudo isto. Ele conseguiu dar alma
ao Grupo Escoteiro Ventos do Norte. Trouxe o sorriso que faltava e todos ali o
amavam. Um invejoso comentou que seu jeito, sua maneira de falar e andar, sua
voz cheia de trejeitos poderia trazer resultados danosos ao movimento
Escoteiro. Diego apareceu do nada e do nada se solidificou como pessoa
importante na parte burocrática e em tempo algum alimentou seu sonho de um dia
ser um Chefe Escoteiro ou de lobinho. Doutor Janílson o Presidente não sabia de
onde ele veio. Não tinha filhos no Grupo e alguns o conheciam na cidade porque
era gerente nas Lojas Abil, famosa pelos seus vestidos feitos pelos maiores
estilistas do mundo. Ali se encontrava um Gabriell Miuccia Prada, um Bonheur
Chanel, um Christian Dior ou mesmo um John Galliano sem falar nas famosas
bolsas Louis Vuitton. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">Era
bem quisto pela sociedade local e muitas madames o procuravam para ser
atendidas por ele. Diogo tinha um grande amor. O Escotismo. Como surgiu ninguém
soube. Era incansável na colaboração ao Grupo Escoteiro. Conseguiu com suas
amizades vultosas colaborações financeiras para o Grupo. Nunca fez a promessa e
com seus olhos brilhantes admirava quando alguém no cerimonial jurava a Deus e
a Pátria Ele sonhava em fazer a promessa, mas sabia que no Grupo Escoteiro seus
trejeitos eram considerados anormais havia muito preconceito por pessoas como
ele. Ele respeitava a todos. Mas não era o que pensava Jonny Vampuso. Ele mesmo
se perguntou varias vezes se poderia estar no meio escoteiro um sujeito que era
conhecido como um homossexual ou um sapatão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">Uma
das maiores alegrias de Diogo foi quando a Akelá Sophia o convidou para ajudar
no acantonamento distrital. Ele nunca se sentiu tão feliz. Parecia estar em
casa, ou melhor, no paraíso. Os lobinhos o adoravam e os chefes passaram a ter
por ele um carinho todo especial. Quando retornaram pensou que o Doutor Janílson
o convidaria para ser um assistente. Mas nada aconteceu. Ele não sabia que seu
algoz Jonny Vampuso o condenava no grupo e boa parte do Distrito e região. Sabemos
que pessoas preconceituosas, são reflexos de defeitos não revelados por eles
mesmos. Um dia foi chamado no Escritório Regional. O Doutor Janilson se
desculpou e não foi com ele. Diogo sentiu-se um cordeiro a mercê dos lobos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">Eram
quatro dirigentes. Sisudos. Cara feia. Nem um sorriso. Eram chefes Escoteiros
zelando pelo bem da moral escoteira. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Fizeram mil perguntas e no final da reunião um
querendo mostrar ser boa praça o convidou para um café. Falava baixinho, sobre
o que pensavam dele, sobre os resultados maldosos que o escotismo poderia ter
com sua presença, chegou até a citar Paulo Coelho que disse que quem tentar
possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num
campo, permanecerá para sempre com ela. – Você meu amigo ele disse, sabe que
não o aceitam em todos os lugares, sei que isto é cruel. Aceite meu conselho
peça demissão e vá embora do Grupo Escoteiro. Vamos evitar rusgas e processos
inúteis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">Diogo
foi para casa com a alma ferida. Ele sabia quem era e o que pensavam dele. Chorou
no ônibus, e a tristeza o invadiu por muito tempo. Pediu demissão de um cargo
que não tinha e saiu do Grupo Escoteiro Ventos do Norte. Ficava aos sábados
sonhando com seu passado Escoteiro que para dizer a verdade nunca existiu e
nunca iria existir. Ele sabia que as nuvens das tristezas são como o vento.
Quando elas desaparecem o dia fica mais lindo. Pensava em enfrentar os
maledicentes, dizer que eles não eram os donos da verdade. Falava para si mesmo
que nunca devia deixar de fazer algo de bom que seu coração pede. Se isto
acontecer o tempo poderá passar e as oportunidades também. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">Quando
naquela tarde Jonny Vampuso entrou na loja com sua noiva para comprar um
vestido ele pensou em não atendê-lo. Afinal ele sabia que o dedo duro foi ele.
Porque fizera isto? Ele nunca lhe tinha feito nenhum mal. Ele sabia que seu
coração não podia odiar. O atendeu até melhor que muitos que ali estiveram. A
noiva de Jonny Vampuso se encantou com Diogo. Na saída Jonny Vampuso num
impulso de bom Escoteiro foi até ele e lhe pediu desculpas. Diogo pensou
consigo se aceitaria seu pedido. Ainda tinha uma mágoa guardada em seu peito.
Sabia que Jonny Vampuso errara e não lhe negaria o perdão. Pensou mesmo em não
apertar sua mão. Mas quando viu que ele lhe dera a esquerda, aquela que dizem
ser do coração ele aceitou. Quando Jonny Vampuso foi embora as lagrimas
desceram novamente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">A vida
escoteira de Diogo encerrou ali. Naquele mesmo dia dois menores entraram para
roubar e deram um tiro certeiro em Diogo. Morreu na hora. A sociedade em peso
tristonha, mas não participativa não foram as suas exéquias. As Madames que ele
sempre atendia com presteza e que sempre o trataram como um cão fiel também não
foram. Ele sabia o que as madames queriam. Ele sempre elogiava dizendo: Eu
posso reconhecer a senhora entre mil. Os seus passos têm a magia das grandes
senhoras. A sua voz Madame é o sinal maior do meu momento feliz e às vezes Madame
não precisam nem falar eu sei o que quer!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">Eu fui
ao enterro de Diogo. Simples. Nenhuma Madame presente. A sociedade não perdoa
bajulação sem motivo. Escoteiros? Uns cinco lobos e a Akelá chorosa. Doutor
Janilson apareceu para dizer olá e se foi. Jonny Vampuso também apareceu e
ficou pouco tempo. Quando a terra sagrada o cobriu avistei uma senhora
magrinha, vestida simplesmente, com um menino nos braços e em uma das mãos uma
menina de uns oitos anos chorando. Não tendo mais ninguém lá elas se
aproximaram da última morada de Diego. Fiquei curioso. Aproximei-me. – Vocês o
conheciam? – A menina chorando e soluçando disse – Era meu pai! A Senhora me
contou que era sua esposa. Ele fez um trato com ela quando casaram. Tenho meu
amor que fingir o que não sou. Meu trabalho me obriga. A sociedade que eu
atendo sente-se satisfeita com minha voz, meus trejeitos e sabe, um dia vamos
embora daqui.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif";">- Que
vida, pensei. O acusaram de ser o que não era. Mas de quem seria a culpa? Dele?
Dos que viveram a sua volta? Ou dos preconceitos que norteiam uma sociedade que
não aceita os direitos dos que se acham possuídos dele? Que os anjos estejam
com você Diogo. Para sempre!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-68042647896982904392020-04-20T14:53:00.000-07:002020-04-20T14:53:33.953-07:00Lendas escoteiras inesquecíveis. Não é proibido chorar.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Rcps5e9j5Qg/Xp4Z1RJwClI/AAAAAAABS4s/7XDQXtmXmi02Dd49vmAHitwd41xMfaHCwCLcBGAsYHQ/s1600/sol.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="642" data-original-width="960" height="267" src="https://1.bp.blogspot.com/-Rcps5e9j5Qg/Xp4Z1RJwClI/AAAAAAABS4s/7XDQXtmXmi02Dd49vmAHitwd41xMfaHCwCLcBGAsYHQ/s400/sol.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Lendas escoteiras
inesquecíveis.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Não é proibido
chorar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Obs. Baseado no meu
conto o Ultimo por do sol, fiz um resumo da história de Waldo, meu escoteiro, que
o câncer pegou de jeito e ele já nos seus últimos dias com aquele espírito
indolente me pediu para ir ao seu último acampamento. Sonhava levar para o céu
a visão incrível do ultimo por do sol nas Escarpas Cintilantes. Estava no
programa da Tropa. Seus pais relutaram, e eu insisti que fosse. Não poderia
negar. No segundo dia de campo vi que ele quase não participava das atividades,
mas ajudava na cozinha e capengando buscava água na nascente do Rio das Flores.
Fez uma bela cadeira. Sentava e fechava os olhos. Seus lábios entreabertos
pareciam sorrir. No penúltimo dia vi que ele respirava com dificuldade. –
Waldo, eu vou levá-lo para sua casa. – Chefe nem pensar. Me leve agora até as
Escarpas Cintilantes. Meu tempo está se esvaindo. – Chefe! Será meu último por
do sol! Danado de menino, meu coração sangrava e uma vontade enorme de chorar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Fui sozinho com ele. Em
principio foi andando depois o vi fraquejar. O coloquei no colo. Uma palha de
tão magro. Em menos de meia hora chegamos. Sentei junto com ele na barranca que
dava para todo o Vale dos Sinos. Um espetáculo a parte. Deviam ser umas cinco e
meia da tarde. Chefe eu posso fazer meu último pedido? Claro meu jovem irmão
escoteiro. E ele com a respiração difícil falando com dificuldade me disse: “Quando
eu estiver ido para a terra dos meus ancestrais no campo santo, eu não quero
que cantem a canção da despedida. Cantem todas aquelas alegres que sempre cantávamos,
para que eu tenha boas lembranças”. O sol foi aos poucos se escondendo atrás
das montanhas do Grilo Feliz. Waldo sorria. Não tirava os olhos. Eu engasgado.
Danação! Eu não era como ele. Estava difícil aguentar. Queria chorar e não
podia. Não podia chorar naquele instante. Não podia! Eu sabia que eram seus
últimos momentos. Waldo me olhou. Piscou os olhos e me disse – Chefe foi a
maior alegria que já tive. Vou levar para sempre esta lembrança comigo.
Obrigado Chefe. Obrigado. E no seu último suspiro me deu um Sempre Alerta. Foi
aos poucos deitando no meu colo. Esticou suas perninhas secas. Waldo morreu
sorrindo no meu colo naquele anoitecer frio de junho ali no seu sonho... As Escarpas
Cintilantes. Ficou imóvel como se estivesse dormindo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Fiquei estático tremulo
e chorando por muito tempo abraçado ao corpo de Waldo. Alguém bateu no meu
ombro. Olhei e não vi ninguém. Lá onde o sol se pôs vi uma nuvem branca
brilhante que logo desapareceu. Desci as escarpas com ele no colo. Uma
eternidade até chegar ao acampamento. Uma dor profunda. Toda a tropa chorava.
Voltei para a cidade. Não chorava mais. Meu coração estava partido. Minha
vontade não era minha. Naquele momento achei que eu também tinha morrido com o
Waldo. No dia seguinte estávamos todos na sua exéquias. Cantamos ao som de um
violão maravilhosamente dedilhando pela Escoteira Martinha o Stoldola, Avante
Escoteiro, A árvore da Montanha, Lá ao longe muito distante e tantas outras.
Todos cantavam com vigor escoteiro. Muitos choravam. Eu também. Não dava para
segurar. Os anos passaram. Nunca me esqueci de Waldo. Nunca me apareceu em
sonhos. Nunca falou comigo em espírito. Deve estar feliz, muito feliz em
Capella, a terra dos seus ancestrais.<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-85681174494582588442020-04-19T15:05:00.003-07:002020-04-19T15:05:56.090-07:00Lendas escoteiras. Vida e morte de Arkansas Chamorro.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-D3FU7vqPNAY/XpzLMNXbYyI/AAAAAAABS4A/2sCV8BCvYNQCjFPKaqAmcxISUj6kRHs1QCLcBGAsYHQ/s1600/52112420.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="805" data-original-width="997" height="322" src="https://1.bp.blogspot.com/-D3FU7vqPNAY/XpzLMNXbYyI/AAAAAAABS4A/2sCV8BCvYNQCjFPKaqAmcxISUj6kRHs1QCLcBGAsYHQ/s400/52112420.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Lendas
escoteiras.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Vida e morte
de Arkansas Chamorro.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">... - Quem foi Arkansas
Chamorro? Dizem que foi o maior marginal de Alto da Serra, outros dizem que se
redimiu e se tornou um dos maiores Escoteiro do Brasil. Eu que não acredito em
fadas sei que sua história tem muita fantasia. Dele só quero distância mesmo
que seja o maior arrependido do mundo!<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ninguém pode fazer nada. Ele
escolheu seu caminho. Uns dizem que foi o destino outros que foi uma escolha
pessoal. Aconselhamentos, castigos, e brigas homéricas nunca adiantaram.
Chamorro sempre foi assim. Desde que começou a andar. Se dissessem que foi mal
criado não era verdade. O pai de Chamorro era um verdadeiro Diplomata, não na
formação acadêmica, mas no trato com as pessoas. Ninguém na repartição poderia
dizer nada contra ele. Era bem quisto, amado e ali qualquer um daria a vida por
ele. Dona Ana sua mãe era de uma humildade sem par. Sorria para todo mundo, uma
das forças nas filhas de Maria da Igreja do Bom Pastor. O Padre Nilton agradecia
sempre a Deus por ela estar por perto. Resolvia tudo. Se tivesse de pedir
pedia, se tivesse de varrer varria. Não era uma beata não, era uma senhora que
todos admiravam e servia de exemplo para as moçoilas do lugar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Chamorro era filho único.
Cala-te boca, eu dizia para mim, mas ele devia ter morrido quando nasceu dentro
da carroça do Senhor Lourival. Ela começou a passar mal e não aguentava andar.
Prestativo o Senhor Lourival a levou a Maternidade Santa Rita aonde ela deu a
luz. Um parto simples, um menino bonito, não chorou e sorriu ao nascer. Ate os
dois anos ninguém previa o que Chamorro um dia viria a ser. Ninguém sabe como,
mas um dia ele soltou um rojão debaixo da Saia de Dona Mercês sua professora.
Suas partes íntimas ficaram de fazer dó. Durante um ano não cumpriu suas
obrigações como mestra na Escola José de Alencar. Culpar Chamorro? Ora ele
tinha quatro anos. Ouviu a preleção dos seus pais, de outros mestres e até do
delegado. Mas e daí? Seria que entendia o que diziam? – Quem botou fogo na
delegacia? Quem deu um tiro no trazeiro do Seu Tiago da Farmácia? Quem aos sete
anos assaltou o banco Ipojucan na luz do dia? – Devia ficar preso isto sim
dizia toda a comunidade de Alto da Serra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Apareceu como não quer nada
na sede do Grupo Escoteiro naquele sábado chuvoso. – Disse para o Chefe: Este é
o melhor dia. Capim escorregando, todos molhados e eu fazendo das minhas. E
ria! – Não dá Chamorro, preciso conversar com sua mãe e seu pai. Depois vamos
ver se posso aceitar você aqui. – Chamorro olhou de alto a baixo o Chefe
Miltinho. – riu e como riu depois que foi embora. - Escoteirada! Gritou. A hora
e a vez de vocês vão chegar. E chegou. Da pior maneira. Quando apagaram o fogo
da sede não restou mais nada. A meninada chorava. Tudo perdido. Quem foi?
Ninguém viu, mas todos sabiam que era Arkansas Chamorro. Cutelo e Bate Volta
dois seniores da Cruzeiro do Sul não engoliram tudo aquilo. – Cutelo, este
menino precisa de uma lição não acha? Bate Volta balançou a cabeça. Diziam que
ele era mudo, não era só não gostava de falar.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Derem nele uma surra de
fazer dó. Seniores agindo assim? Sei não. Eu mesmo tive vontade muitas vezes de
esganá-lo. Chamorro sabia quem era Cutelo e Bate Volta. Não contou a ninguém os
hematomas e os olhos sarnentos com que ficou vários dias. Seu pai preferiu não
fazer o BO. - Para que? Chamorro não iria dizer e o delegado quem sabe daria
uma medalha. A sede foi reconstruída. A cidade colaborou com a compra dos
materiais. – Sorridentes os Cucus partiram para um acampamento de dois dias no
Vale do Eco. No dia seguinte voltaram sem nada, pelados e correndo pela
principal avenida da cidade. Entraram na delegacia e o delegado saiu na porta
vermelho e com um chicote na mão. – Desta vez em mato aquele menino! Matou
nada. Arkansas Chamorro sumiu da cidade por três meses. Onde estava? Seus pais
choravam e a cidade aplaudia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Chefe Miltinho reuniu o
Conselho de Chefes – Não podemos continuar assim. Vamos coloca-lo no grupo. Em
uma patrulha. Pode ser a de Sansão. Ele é forte e dominador. Se não fizermos
isto ele destrói o escotismo no sertão. Não foi preciso. Ele aceitou o pedido e
disse que iria ser o monitor. Até que iam aceitar quando Francesca disse não.
Olhou para Chamorro e com sua vozinha meiga e amorosa disse para ele que teria
de lutar pelo seu lugar. Outros estavam à frente. Arkansas Chamorro tremeu.
Olhou para Francesca, seu coração disparou. Uma paixão enorme em um menino de
13 anos. Não deu outra. Um mês depois Francesca e Chamorro desapareceram de
Alto da Serra. A mãe de Francesca desesperada. A mãe de Chamorro não dizia
nada. Um ano depois Francesca chegou retornou a cidade com uma criança nos
braços. – E Chamorro? – Não sei falou chorosa. Dizem que ele agora é o dono da
quadrilha de pivetes de Alta Floresta. É a cidade ficou em festa o diabo mudou
de lugar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cinco anos depois os
jornais estamparam em manchetes: - Chefe Escoteiro retorna a sua cidade natal.
Alto da Serra tremeu. Nunca pensou que ele iria voltar. Chefe Escoteiro? De
onde? Quem o aceitou? Chamorro chegou montado em um baio de pelagem branca
impoluto como sempre. Chapelão, faca e facão. Sorria, parou em frente ao Grupo
Escoteiro. Ninguém sorria com sua presença. Estavam admirados por ele estar
assim fardado. Chefe Miltinho levantou a mão e disse: - Chamorro volte para
onde veio. Aqui não é seu lugar. Procure Francesca, coitada luta com
dificuldade para criar um filho que é também seu. – Chamorro parou de sorrir,
foi até ao Chefe Miltinho, ajoelhou e pediu perdão. – Chefe estive preso, sofri
e aprendi. Mesmo nunca tendo me dedicado como um bom Escoteiro a lei ainda vive
em mim. – Levantou montou em seu cavalo e saiu devagar sem rumo definido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cada coisa tem o seu tempo certo
para acontecer, Chamorro mudou, hoje é um homem honesto, trabalha em sua olaria
e Durval seu filho ama seu pai. Francesca linda mostrava ser a Chefe mais feliz
do mundo. Dizem que as semanas andam e os anos voam. O destino ninguém sabe e a
vida é para ser vivida. Pois pensar positivo, ajuda e só Deus sabe o que é
melhor pra nós. Enfim tudo aquilo que tem que ser será... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-24662258633614735262020-04-18T15:26:00.001-07:002020-04-18T15:26:14.377-07:00Sem crônicas, sem lendas, sem nada... Hoje não têm Crônicas e nem historias...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-vtNygI-kw0Y/Xpt-ddkBPFI/AAAAAAABS1Y/izsWlEb0WB81cKJ5Kh5rZWYMxPeTEAdMwCLcBGAsYHQ/s1600/337b778391d05afacf626de28942a964.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="856" data-original-width="988" height="345" src="https://1.bp.blogspot.com/-vtNygI-kw0Y/Xpt-ddkBPFI/AAAAAAABS1Y/izsWlEb0WB81cKJ5Kh5rZWYMxPeTEAdMwCLcBGAsYHQ/s400/337b778391d05afacf626de28942a964.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Sem crônicas, sem lendas, sem nada...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Hoje não têm Crônicas e nem historias...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">-
Não tem. Ando meio desencantado com minhas escritas. Resolvi fazer um recesso.
Dar um tempo. Contei historias demais. Hoje escrevi uma historia e depois um
artigo. Não gostei. Apaguei do meu pensamento, é nele que configuro as
personagens e vivencias da história. Os temas não foram do meu interesse e não
seria de ninguém que me segue nas mágicas páginas onde costumo escrever. Era
sobre um Escoteiro que cantava para espantar a tristeza. Ele amava sua barraca,
as noites mal dormidas, nas trilhas esquecidas e o céu estrelado com lua cheia
a brilhar. Ele não tinha Chefe, não tinha Patrulha não tinha registro e nem
sabia o que era a palavra união. Muitos perguntavam quem era ele e ele mesmo
não sabia quem era. Dizia que poderia ser uma sombra, uma figura geométrica, um
ser inanimado nas histórias escoteiras do Brasil. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">- Desculpem...
Sem querer comecei a contar uma história... Seria uma boa história? Acho que
não. Prefiro não contar e me silenciar. – Mas deixem-me explicar... Houve um
tempo que ele leu e estudou muito o Sistema da Formação Escoteira. Saia pelas
florestas procurava uma boa aguada, fazia sozinho um fogão tropeiro, montava
seu toldo de folhas verdes, um lenheiro e cozinhava para sí um belo jantar. E
quando a noite chegava, ele olhava para o céu estrelado, pensava que poderia
pegar uma carona em algum cometa viajado e sair por aí soltando poeiras
coloridas no ar... Era um escoteiro danado, pegado nas trilhas do nosso país.
Mas um dia cresceu, virou homem, continuou fazendo viagens “Escoteiras” e disse
para si próprio que ainda não tinha encontrado o seu próprio “eu”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">- Nossa!
Será que estou contando uma história, um relato, um artigo? Sei que não é. Pensando
bem contar para quem? Quem se interessa pelo Escoteiro que cantava para
espantar sua tristeza? Que saia pelos campos floridos, nos montes e horizontes,
a escalar montanhas para acender uma fogueira e deixar as fagulhas subirem ao
céu e irem procurar outros escoteiros moradores das estrelas... Pensava que o
vento açoitava suas noites sem luar. Confuso pensava que sua fogueira poderia iluminar
o mundo, fogueira faceira metida a escoteira, daquelas que soltavam fagulhas
vermelhas no ar, que brincavam de pique esconde, a esconder dos pirilampos que
acendiam suas lanternas querendo brilhar... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">- Melhor
ir parando a história no meio do caminho. Hoje não vou contar... Quem vai se
interessar? Disseram para ele que havia no meio do caminho uma história... Uma
história na beira do caminho! Travesso um façanhudo de Calças Curtas e Chapelão
ele pensava que era um apaixonado escoteiro que gostava de cantar. Costumava
cantar em Si-bemol, tocava uma harmônica e tocava um violão. Em qualquer trilha
solfejava descansando na sombra de um arvoredo para o sol não o pegar. Gostava
de colocar sua mochila e sair por aí cantarolando nas trilhas do faz de conta,
pensando em encontrar Fernão Dias Paes, o bandeirante, aquele que adentrou
pelas terras brasileiras a procura de esmeraldas... E se perdeu em uma montanha
sem nada encontrar... Ele iria encontrar a sua? Uma linda e formosa Esmeralda
tão verde como as matas do seu Brasil?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">-
Não, hoje não vou contar histórias. São tantas que nem sei quais são as
verdadeiras, as vividas, as nunca esquecidas, as sonhadas, as que deixaram cicatrizes
no vai e vem da vida ou as tiradas da imaginação. Nem vou dizer que o Escoteiro
cantador adorava ouvir o som da floresta, ouvir a voz do vento, das estrelas e
do firmamento, adorava os trovões das tempestades, ou de um raio brilhante no
céu. E ao amanhecer de um novo dia ele sorria ao ver um belo dia de sol.
Gostava de ver a passarada acordar nas madrugadas. Amava as noites escuras estreladas
para ouvir a Cotovia e o Uirapuru quando saiam para fazer duetos para os
insetos... Era como a audição do mateiro escoteiro ouvindo o doce chilrear de
um sabiá laranjeira, o curió, “Deus Meu”! Era lindo demais.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">- Se
fosse ontem, eu estaria preparado para criar uma bela história, falar da
fraternidade, da humildade da Lei, da Promessa encantada dita com amor num
cerimonial qualquer... Da bandeira, da Caverna, do Pico do Itacolomi. Mas hoje?
Minha mente não sabe contar uma história. Hoje não. Não daquele Escoteiro que foi
amigo do Lobo Cinzento, do Beija Flor farofeiro nas matas do Azulão. Ele era um
amigo da floresta, dos pássaros, dos animais e tinha até uma dúzia de borboletas
coloridas de estimação. Nunca esqueceu o dia que fez uma amizade perpétua com uma
coruja de olhos verdes, se apaixonaram e até hoje fica tristonho ao lembrar que
nunca mais a viu. Ela sumiu nas matas do meu Brasil. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">- Cutuco
meus dedos... Reclamam do tique taque das batidas estridentes nas teclas
invisíveis, daquela máquina esquecida, que ficou no tempo e hoje foi substituída
pela modernidade. Estou triste... Não vou contar uma história. Não insista, por
favor... Não vou falar do Escoteiro que no Vale dos Esquecidos, sozinho,
hasteou a Bandeira Nacional, em posição de sentido fez sua promessa: - Senhor
Baden-Powell, meu mentor... Eu prometo ser fiel a Deus e a minha Pátria. Cumprirei
meus deveres para com sua bela filosofia e juro pela minha honra que serei um
Escoteiro alegre sorridente nas dificuldades, que ajudarei o próximo em
qualquer ocasião, que serei leal e puro nos meus pensamentos nas minhas
palavras e nas minhas ações. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">- Pisco
de banda... Não posso hoje contar uma história. Para que? Dizer que aquele
escoteiro não tinha inscrição no topo da pirâmide do seu país, pois ele nunca quis
e preferia ser dono do seu próprio nariz! Dizia ser irmão de todos, que iria
cumprir sua lei por toda sua vida. Disse ao Seu Deus que a vida passa e que as
histórias ficam no tempo e nunca mudam de lugar... - Eu queria contar uma
historia e me perdi no tempo, me perdi na memória e não sabia ir e nem aonde
chegar... É... Eu queria contar uma história... Quem sabe você conta uma para
mim?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Uma
linda noite meu irmão de ideal. Desculpe mas desta vez não tem história! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Boa
noite.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-19769001523788222542020-04-17T14:44:00.004-07:002020-04-17T14:44:41.321-07:00Pequenos contos. O destino de uma linda árvore frondosa que amei. <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-mGVRPTB_CUQ/XpojQNl_KEI/AAAAAAABS04/dJa7_2y7E5sTy4buH-YGdWlvr2P39IwOQCLcBGAsYHQ/s1600/flor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="762" data-original-width="762" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-mGVRPTB_CUQ/XpojQNl_KEI/AAAAAAABS04/dJa7_2y7E5sTy4buH-YGdWlvr2P39IwOQCLcBGAsYHQ/s400/flor.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #1d2129; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #1d2129; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a><span style="color: #1d2129; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Pequenos contos.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #1d2129; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">O destino de uma linda
árvore frondosa que amei.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Eu a descobri por acaso. Não mais que a um
quilômetro da minha residência. No final da Rua dos Afonsos. Nada que uma
pequena caminhada para chegar até ela. Vi que era uma linda figueira. Enorme,
Copada, uma sombra incrível produzia. Estava no meio do nada. Um matagal no
final de rua. Apaixonei-me por ela. Durante três dias limpei o mato e o lixo em
volta de sua sombra. Ali a gente se escondia. Pens<span class="textexposedshow">ei
em plantar gramas e flores. Até que plantei uns chapéus de couro, lírios, flor
de laranjeira, crista de galo e todas se deram bem. Era meu cantinho. As tardes
pegava um livro, jogava nas costas uma cadeira de praia e lá ia eu. Sentava-me
refastelava, sem nenhum barulho e viajava em meu livro nas paginas que me levavam
a terras longínquas de um mundo fantástico. Li uma dezena de livros acobertados
por aquela arvore que passei a amar. </span>Minha bela vida de tardes
sombreadas durou pouco. Um ano depois quando lá cheguei encontrei uns homens da
prefeitura. Faziam medidas aqui e ali. – Oi! O que é isto? Perguntei. - A nova
avenida. Isto aqui vai ficar mais agradável. Muitos carros, ônibus, novas casas
você vai gostar! Olhei para ele. Coitado. Não sabia que a civilização não trás
a felicidade. E minha árvore? Perguntei. Vai ser cortada. Ela fica bem no meio
da avenida. – O que posso fazer para vocês deixarem ela viva? – Nada meu amigo.
Nada. Demorou seis meses. Vi com tristeza em uma manhã de segunda, caminhões,
tratores a caminho do meu sonho das tardes assombreadas. Minha árvore ia
partir. Ainda bem que estou "Velho". Logo, logo também irei partir. A
natureza não é mais a mesma. Não há respeito. Ela é jogada como lixo em todos
os lugares. Voltei para minha varanda. Ainda tinha meu canto. Mas que saudades
da minha linda árvore que um dia amei e achei que ia durar para sempre!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-63727206961610884762020-04-16T15:14:00.004-07:002020-04-16T15:14:48.882-07:00Lendas escoteiras. Desafio de bravos. <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-vKNL1PPLYh0/XpjYzKdmsZI/AAAAAAABS0M/r3okt6OnnA0y38sSFTtyyT2o3W7e86OWQCLcBGAsYHQ/s1600/cast.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="763" data-original-width="988" height="308" src="https://1.bp.blogspot.com/-vKNL1PPLYh0/XpjYzKdmsZI/AAAAAAABS0M/r3okt6OnnA0y38sSFTtyyT2o3W7e86OWQCLcBGAsYHQ/s400/cast.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Lendas escoteiras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Desafio de bravos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">... -
Desafios existem e para os escoteiros são aceitos com um sorriso. Fugir?
Correr? Desistir? Não faz parte do abecedário Escoteiro. Conheci muitos iguais
a “Castelhano”, vi também valentes correndo com medo de um cabritinho que
disseram ser uma onça pintada. Mas correr vale sim, desde que uma hora se canse
e resolva voltar. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Batalhas são assim, hoje
se perde uma amanhã se ganhas duas. E lembre-se, escoteiro não desiste! Insiste
até vencer a jornada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Castelhano estava injuriado.
Seis da tarde e nenhum menino para desafiar. Ele gostava. Adorava uma briga,
sem arma só com os dentes e os braços. Todo dia uma acontecia e batendo ou
apanhado ele se sentia realizado. Perdeu a conta dos pais que reclamavam com
sua Avó. Vó! Tá no meu sangue! Puxei meu pai! – Puxou nada moleque. Voce não
conheceu e nem sabe quem foi seu pai. Ele não sabia mesmo. Ouviu Zé Bigode na
Barbearia dizer que ele morreu de morte matada enfrentando o Capitão Lourenço
da polícia de captura. Resolveu cortar caminho. Entrou no Beco da “Catinga”. Do
outro lado sua rua, sua casa. Sorriu ao ver Pequeno Polegar a sua frente. Um
Escoteirinho de nada pequeno menor que um mosquito treteiro. Dava dó bater no
coitado. Mas aquele sorriso, aquele uniforme aquele lenço e o chapelão seria um
desafio. Sempre pensou em dar uma surra em um escoteiro. Aquele estava no papo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Arregaçou as mangas da camisa,
preparou seu primeiro “sem dó” um na nuca e outro na testa e o Escoteirinho
iria se esparrar no chão. Não viu Patativa e Lamartine as suas costas. Tinha
mais. Eram quatro seniores que também resolveram passar pelo beco. Sentiu o
hálito de Lamparina sorrindo e dizendo: Bater no Escoteirinho? Seja homem, bata
em homem como nós. Castelhano não tinha medo, sabia que a barra pesou. Tentou
seguir em frente e não conseguiu. - “Uai” você não é o valentão da cidade?
Castelhano não respondeu. – Porque em vez de brigar não aceita um desafio
nosso? – Eu? Desafio? Qual? – Entre nos escoteiros, fique três meses, se
aguentar será mesmo um valentão, bater nos outros não é sina de valente é sina
de covarde sem respeito. – Castelhano sentiu o sangue ferver. Seria a sina de
seu pai?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- Ouviu a voz de Mostarda, seu
vizinho e escoteiro. – Vá lá! No sábado as duas. Se não aparecer iremos dizer a
todos que grande “porcaria e covarde” é você! – “Eita danação”. Castelhano
pensou e pensou. - Aceitar o desafio? Nunca foi com a fuça dos escoteiros.
Sempre sonhou dar uma surra em um fardado. Seu plano seria adiado. Não iria
correr. Ele não era disso. No sábado se aprontou, calçou seu Vulcabrás, cortou
um pedaço de pau de goiabeira. Eles usavam sempre um a tiracolo. Duas em ponto
entrou no pátio. Surpresa! Bateram palma para ele! Se sentiu um estranho no
ninho. Ficou na Patrulha Águia. Seria o sexto antes do segundo que era o
último. Que danação, não entendia nada! Correu, brincou, ensinaram a ele a arte
dos nós, do evasão, do fateixa, do Aselha, frade e do Zangão, nó até bonito
para fazer. Disseram a ele que na Sexta iriam subir no Pico da Cachaça. Deram o
nome, pois descobriram um alambique logo na subida do Boi Zebu. Nunca tinha ido
lá. Seria interessante conhecer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nossa! Estava pregado! Ia pedir
prá parar, sede, cansaço jurou que ali nunca mais iria voltar. Pedregulho com
um sorriso maroto olhou para ele. - Tá difícil? – Não disse nada. Desafio é
assim ou você começa e desiste ou vai até o fim. Quando voltaram passou um dia
e uma noite de cama. Mas pensando bem até que não foi tão ruim. Pior foi o tal
acampamento. As mãos voltaram em pandarecos. As tais pioneirías matavam
qualquer um. Cortar madeira, furar buraco... Poxa não era Tatu! Só foram dormir
às onze da noite. Escuro feito breu. Olhava as árvores e pensava que eram
monstros prontos para o devorar. Pela primeira vez sentiu medo. Deram a ele a
primeira fornada da sentinela noturna. Tremeu, um foguito, um café, um lampião um
facão e mais nada. Ali deveria era estar com um Colt 45 daqueles que o Capitão
Justino usava. Gostou da noite da fogueira, até chorou quando cantaram que não
era mais que um breve adeus. Logo ele, o machão!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Passaram três meses. Na bandeira
ele foi chamado. Chefe Tutano perguntou: - E aí Castelhano, fica ou não fica?
Ele sorriu. – Chefe, mudei de vida. Nunca fui covarde e medo não estava nos
meus planos. Mas se deixar serei escoteiro por toda vida! – A tropa gritou: -
“Urra, urra”, que o valente agora é um sorridente escoteiro! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Castelhano foi chamado a “promessar”. Se
sentiu realizado com seu chapelão e seu lenço cor de anil. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"> Outro dia subindo a Rua Dos
Doutores vi descendo de um carro militar alguém que conhecia nada mais nada
menos que Castelhano. Bati continência e ele orgulhosamente respondeu: - Vado
Escoteiro, que bom vê-lo! Já era Tenente Brigadeiro da Força Aérea Brasileira.
Era uma patente imediatamente superior à de Major-brigadeiro. Me contou prosas,
me disse coisas, no final sorriu ficou em posição de sentido e repetiu: - Ser
escoteiro Vado foi a melhor coisa que me aconteceu desde minha promoção a
Tenente do meu Brasil! <o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-91066331467446607302020-04-15T14:48:00.000-07:002020-04-15T14:48:18.589-07:00Era uma vez... Na Jângal! Ele era meu amigo, o Mowgly. (uma história para lobinhos)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-WvaG0q7aOkc/XpeBEiu_IkI/AAAAAAABSzc/ML0Qd_bIltYZKMB9Pfy3eIMsu5Wa59JgwCLcBGAsYHQ/s1600/bal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="997" data-original-width="997" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-WvaG0q7aOkc/XpeBEiu_IkI/AAAAAAABSzc/ML0Qd_bIltYZKMB9Pfy3eIMsu5Wa59JgwCLcBGAsYHQ/s400/bal.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Era uma vez... Na Jângal!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Ele era meu amigo, o Mowgly.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">(uma história para lobinhos)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">... –
Menina Lobinha m</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">antenha a paz dentre os senhores da selva, o tigre,
a pantera, o urso; E não perturbe Hathi, o Silencioso, e não perturbe o javali
em seu ninho. - Quando alcateia encontra alcateia na selva, nenhum dos bandos
saí do caminho, Melhor Possível e boa caça!</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A Akelá me deu um “pito” na
frente da Alcateia. Queria chorar e não chorei. Era meu primeiro acantonamento
e eu tinha sonhado com ele. Sonhei na prova da escola e quase não tive nota.
Sonhei no café da manhã e acordei com meu Pai dizendo que estava na hora. Porque
ela gritou comigo? Era bondosa, e juro que achei que era minha amiga. Levava no
bolso um sonho de valsa e me deu vontade de comer. Não pode? – Ninguém me
avisou. Ela me deixou na varanda da “Hacienda Esmeraldas” onde acantonávamos de
castigo. Vi os lobinhos cantando rumo à trilha de Hathi. Ela contou que os
elefantes quando vão morrer se dirigem ao seu Cemitério na Selva. Eu queria
tanto conhecer! Será que Hathi estava lá? Eles sumiram na curva do Monte Mali.
Queria conhecer esse monte, o Baloo contou que lá mora Shery Can. Não tenho
medo dele. Minha mãe me deu um isqueiro. Qualquer coisa faria uma Flor
Vermelha!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sigo a lei do lobinho e ouço sempre
os Velhos Lobos. Esperei e esperei e eles não voltaram. Dona Noêmia estava na
cozinha fazendo nosso farnel. Nome esquisito foi a Bagheera quem nos ensinou.
Fui até lá e ela nem me olhou, voltei novamente para a varanda e resolvi ir até
o Monte Mali. Não iria muito longe. Entrei em um pequeno bosque e avistei um
riacho. Bonito, águas clarinhas davam para ver os peixes a nadar. Sorri,
gostava de peixe, tinha pena deles quando comia. Joguei umas pedras para
deslizarem como meu pai fazia quando íamos ao Parque e ao lago. Cansei. Sentei
olhando ao longe o Monte Mali. Resolvi voltar. Qual o caminho? Não sabia. Não marquei
afinal meus sete anos não entendem muito dessas coisas. Será que ela a Bagheera
vai me procurar? Kaa contou que ela tem um faro enorme! Comecei a ter medo.
Tremia, deu vontade de chorar e chorei. Os sons do meu choro retumbaram na
floresta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Alguém me colocou a mão no
ombro. Olhei e vi um menino de tanga e cabelos grandes amarrados.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>– Mowgly? Ele riu. O que fazes aqui
menininha? Buldeo também te expulsou da Aldeia? Olhei para ele novamente e
sorri. Não Mowgly, a Akelá me deixou de castigo vim aqui e não sei voltar! –
Alguém gritou ao longe chamando Mowgly. – Olhei e era a Bagheera, não a aquela
da minha alcateia, mas a Pantera Negra que gostava dos tempos das falas novas. Mowgly
fez sinal para ela chamando. Não entendi o que dizia. – Ele me olhou e disse: Vou
caçar. Bagheera e Baloo me chamam. A Kaa disse que encontrou um pomar cheio de
mangas e laranjas! – Posso ir? Perguntei. – Mowgly disse que não. Primeiro
vamos achar onde você mora. Akelá sempre sabe aonde vamos. Ele e Raksha dizem
que os pata tenras não podem ficar longe da Matilha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Balu chegou. Um urso enorme.
Tive medo. Ele bondoso disse: - Você fugiu de onde? Mowgly explicou. Precisamos
levar esta menina para sua aldeia. Qual? Perguntou Bagheera. – Acho que vi lá
pelos lados do Waingunga uma aldeia. É onde vivem o Povo Livre próximo às colinas
de Seeonee. Ela me olhou ferozmente nos olhos. – Ainda bem que os Bandar-log o
povo macaco não encontrou você! Mowgly olhou para Baloo. “Sabe Baloo, essas
duas coisas brigam dentro de mim assim como as cobras brigam na primavera”</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Eu sou dois Mowgly, mas a pele de Shere Khan
está sob meus pés.”. Baloo sorriu. Não esqueça Mowgly e</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">sta
é a Lei da Selva, tão antiga e imutável quanto o céu; quando um lobo a viola,
ele morre, mas prospera o lobo que é fiel. Como a hera que envolve o tronco, a
lei sobe, desce e volteia – pois a força da alcateia é o lobo, e a força do
lobo é a alcateia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"> Nossa! Parecia a história que
minha Akelá contou quando entrei para os lobinhos. Eles me pegaram pela mão e
logo chegamos a Hacienda Esmeraldas. Vi todos os lobinhos, a Akelá o Baloo
homem e a Bagheera mulher assustados e me chamando aos gritos. Dei um beijo no
Baloo, acariciei a pele negra e felpuda da Bagueera, dei um abraço enorme no
Mowgly e corri em direção a eles. Akelá chorava. Martinha onde estava? Olhei
para a selva. Sorri para ela, o Baloo e a Bagheera me abraçaram. – Eu? Eu
estava caçando próximo ao Rio Waingunga onde se avista as Planícies de Seeonee!
Encontrei eles Akelá! Eles quem? – Sorri, não iria dizer. Não iriam acreditar.
Quem sabe iriam me dizer tantas coisas que nunca iriam superar o meu medo, que
transformou na maior alegria em poder encontrar pessoalmente eles: - O Mowgly,
o Baloo e a Bagheera! <span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-46252333646171448862020-04-14T15:18:00.002-07:002020-04-14T15:18:31.418-07:00Contos ao redor da fogueira. A estrada do Adeus.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-7wrm6mjWAeQ/XpY2rQWaQLI/AAAAAAABSy4/oocokDN67GIOClLEh5EWwhviuzKqBEoeQCLcBGAsYHQ/s1600/jogo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="656" data-original-width="1050" height="248" src="https://1.bp.blogspot.com/-7wrm6mjWAeQ/XpY2rQWaQLI/AAAAAAABSy4/oocokDN67GIOClLEh5EWwhviuzKqBEoeQCLcBGAsYHQ/s400/jogo.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Contos
ao redor da fogueira.<br />
A estrada do Adeus.<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pingo
D’água e Varetinha estavam desanimados. Estavam cansados de dizer a mesma coisa
e sabiam que não estavam sozinhos. Tudo mudou da água para o vinho. O escotismo
agora era outro e eles não sabiam o que fazer. Pedir conselhos? Comentar com
alguém? Eles acreditavam que nenhum adulto iria dar razão a eles. Claro fizeram
tentativas no Conselho de Patrulha, mas o próprio Monitor não via nada de
errado, portanto suas opiniões nunca foram levadas em consideração na Corte de
Honra. Pensaram em comentar com o Diretor Técnico, mas ele e o Chefe Tavinho
eram unha e carne. Eles não queriam sair do Grupo Escoteiro, mas tudo estava
sendo levado para isto e o pior ninguém via nada. Ninguém enxergava que a tropa
encolhia a cada mês e a procura é pouca. Não dizem que o pior cego é o que não
quer ver? Não iam a tanto, mas pensavam que tem gente que é cego e não por
cegueira. Deve ser por falta de inteligência.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pingo
D’água e Varetinha eram amigos desde que se conheceram na tropa. Eram de
patrulhas diferentes. Ele da Patrulha Pantera e Varetinha da Patrulha Texugo,
no entanto eram unidos como se fossem da mesma patrulha. Foram mais de dois
anos de felicidade, fazendo acampamentos, excursões, grandes jogos, gostosas aventuras
que agora escassearam e praticamente não existem mais. Lembravam-se do antigo
Chefe Tornado com saudades. Ele sim era um Chefe que nunca deveria ter saído da
tropa. Quando entrou na Patrulha Pantera havia seis patrulheiros. Ele foi o
sétimo. Chefe Tornado era daqueles que dizia – Aprender é fazer. Quer aprender?
Faça o nó na árvore ou no galho mais alto com uma só mão. Fazer no braço ou
bastão na vai ajudar na hora do vamos ver! Ele lembrava que em vários
acampamentos as patrulhas estavam completas e as atividades eram demais. Eles
não paravam. Era Morse à noite ou semáforas ou fumaça no dia, sinais de pista, ver
sem ser visto, Jogos do Kim de todos os tipos, seguir pista a moda índia,
grandes pioneiras, dezenas de nós e amarras, barracas suspensas, artimanhas e
engenhocas, nossa! Quantas saudades!<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tudo
mudou com a mudança do Chefe Tornado para a Capital. Ele nunca teve um
assistente uma pena, pois poderia ter dado continuidade à tropa. Chefe Lobão
convidou o Chefe Tavinho para assumir a tropa. Chegou com ares de chefão.
Sempre gritando falando com todo mundo e as patrulhas começaram a desanimar com
as atividades. Jogos? Não consultava ninguém se era bom ou ruim. Muitas vezes
dava uma bola e dizia - Se virem! Jogar futebol não era meu forte. Bastavam
minhas atividades de educação física no colégio. Eu queria escotismo de campo,
de luta, de aventuras e de desafios. Ele era cego mesmo, pois não percebia que
as faltas aumentaram. Alguns desistiam e nem iam mais ao grupo para dizer que
saíram e não iam mais voltar. De 32 escoteiros a tropa agora tinha 18 e muitas
reuniões não passavam de 12.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Perna
Fina o Monitor parecia estar em outro mundo. Nada via e deixava seguir sem
reclamar. Ele sempre foi um bom gritador. Por ser maior e mais forte levava a
patrulha no muque. Em tempo algum aprendeu que o bom líder e aquele que sabe
liderar e ser liderado. Não ensinaram isto para ele. Esqueceu completamente que
precisávamos ser consultados e ouvidos. Mesmo dizendo o que acontecia a ele
entrava em um ouvido e saia por outro. E olhe que foi num tal Ponta de Flecha e
voltou todo posudo se achando o tal. Mostrou o certificado como se fosse o
melhor Monitor do mundo, e só faltou dizer que agora o respeito tinha de ser
maior. Eu e Varetinha conversávamos muito sobre isto. A maioria dos
patrulheiros que ainda frequentavam não diziam nada. Conversei com meu pai. Ele
nunca foi Escoteiro e seu conselho foi – Faça o que achar melhor e completou –
Aprenda a tomar suas próprias decisões. Achar melhor? Tomar decisões? Chamei
Varetinha e disse a ele que ia sair. Amava o escotismo. Sempre pensei que seria
Escoteiro para sempre. A minha maneira aguentei por quase um ano as mudanças na
tropa. Não dava mais. Nossa patrulha não tinha mais que três ou quatro
frequentando. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No
último acampamento, um dos poucos que fizemos não tivemos liberdade. Ele levou
pais para cozinhar para nós. Disse que assim teríamos mais tempo para outras
atividades. Deus do céu! Pensei que isto só com lobinhos. No nosso canto de
patrulha ele não saia de lá. Sempre fazendo o que deveríamos fazer. O fogo do
conselho foi o pior que participei. Só ele determinava só ele falava só ele
dizia o que fazer. Esperei a reunião seguinte e procurei o Chefe Tavinho.
Queria ser sincero e dizer por que estava saindo. Nunca devia ter feito isto.
Ele me olhou e disse que ser Escoteiro não era para qualquer um. Escotismo é
para homens que não desistem, que tem garra e aceitam a disciplina sem
reclamar. No escotismo não tem lugar para perdedores. Meu Deus! Nunca esperei
isto dele. Eu era para ele um perdedor? Será isto mesmo? Será que ele estava
certo e eu errado? Varetinha me disse que não ia falar com ele e lá não pisava
mais. No sábado seguinte não fui. Por dois meses não apareci no Grupo
Escoteiro. Ninguém nunca me procurou para saber o que houve. Nem o Monitor.
Diversos outros meninos que saíram me procuraram para reclamar. Outros que
nunca foram riam e diziam que lá nunca iriam aparecer. Ser Escoteiro? Nunca meu
amigo. Nunca!<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">De
vez em quando encontro com um e outro que ainda estão lá. Dizem que saíram muitos
e entraram outros. Nada tinha mudado. A tropa tinha onze escoteiros sendo quatro
meninas. Elas foram incorporadas por falta de chefia. O Chefe Tavinho continua.
Não mudou nada. Labareda um Monitor da Tigre me contou em segredo – Olhe Pingo
D’água, eu estive para sair. Fiquei por causa da patrulha, ou melhor, para dois
deles, pois os demais saíram e entraram novos. Tudo continua como antes. É só
apito, jogos repetidos, ele gritando para todos e sorrindo para as meninas.
Elas agora são o xodó dele. Só tira foto com elas. Acampamentos? Poucos. Muito
poucos. Dizem que ele vai substituir o Chefe Lobão na Chefia do Grupo que anda
muito doente. Rezo que sim, pois quem sabe aparece um Chefe de verdade?<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">São
coisas no escotismo. Dizem que isto não mais existe nas tropas escoteiras, que
o programa é muito bom e os escoteiros adoram... Será? Ou o Chefe é quem adora?
Eu sei que sim sempre tem aqueles que dizem amém e não reclamam. Como dizia meu
amigo o Chefe Wander, Vado Escoteiro tem gosto prá tudo e rindo completava: Tem
sim gente que gosta, eu já vi Chefe dando uma vara para o escoteiro pescar sem
explicar que sem isca ele nada irá pegar. E vamo que vamo, sem reclamar da tal
evasão, coisa de bicho doido que muitos acreditam que não, é fase do tempo,
remelexo no bornal para ficar os bons. Eita Chefe Wander velho poeta de guerra!</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-30405517777838339152020-04-13T14:59:00.002-07:002020-04-13T14:59:42.150-07:00Lendas escoteiras. Tobruk - O sonho não acabou.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-63GgS4IFa0M/XpTguUbqiUI/AAAAAAABSgM/ZOz-ByUNEjcb3cXhaHWDaIhSjd2i8kF_QCLcBGAsYHQ/s1600/loria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="558" data-original-width="987" height="225" src="https://1.bp.blogspot.com/-63GgS4IFa0M/XpTguUbqiUI/AAAAAAABSgM/ZOz-ByUNEjcb3cXhaHWDaIhSjd2i8kF_QCLcBGAsYHQ/s400/loria.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Lendas
escoteiras. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Tobruk - O
sonho não acabou.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">... - Conta-se que
Baden-Powell quando fundou as bases do escotismo em 1907 que o inicio do
movimento foi entre meninos pobres. Aos poucos viu que economicamente ouve uma
mudança social entre eles. Hoje ele está lá no céu vendo que espiritualmente
ainda existem rapazes tão pobres como naquela época. E são eles que mais
necessitam do escotismo! Você é meu convidado para ler e comentar!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">- Apenas um menino
igual a muitos. Chamava-se Juliano Santos. Apelidado de Tobruk. Magro, roupas
remendadas, diziam que sua vida não iria durar. Pai pescador, mãe faxineira.
Tinha meses que não ganhavam um tostão. Tobruk gostava do apelido. Nem
imaginava que era uma cidade perdida no Egito e que ficou famosa na Segunda
Guerra Mundial, palco da batalha do Afrika Korps do Marechal alemão Erwin Von
Rommel contra o Major Donald Craig. Mas isto é outra história. Tobruk tinha
dificuldades de locomoção. Uma perna mais fina e menor que a outra. Seu rosto
tinha marcas de quem sofreu paralisia facial e que agora estava recuperando.
Tobruk era um menino de coração de ouro. Nunca se preocupou com sua aparência.
Na escola muitos ficavam longe dele. Diziam que tinha doença contagiosa e
poderiam pegar. Ele se sentia só, sem amigos, mas mesmo assim sorria. Um
sorriso amarelo que só de ver dava vontade de chorar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Zé Outeiro ficou amigo
dele. Zé sonhava ser Escoteiro. Os dois se encontravam na praça para contar
causos e Zé só falava nos escoteiros. Tobruk sorria ao ver Zé falar. Zé e ele
sabiam que nunca poderiam ser um. Tinha que pagar, comprar uniforme e coisas
para acampar. Tudo tinha taxa e as despesas enormes. Os dois assistiam as
reuniões “trepados” em um pé de Jequitibá próximo ao pátio de reuniões. Zé
dizia que gostaria de ser da Touro, Tobruk sonhava ser de qualquer uma. Ria do
Monitor a exigir postura e garbo. Cantava com eles. Choravam quando partiam
para o acampamento. Quantos jogos aprendeu? Aprendeu nós, semáforas, aprendeu
até um percurso de Gilwell quando a patrulha escolheu o Pé de Jequitibá para
desenhar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Zé foi para o nordeste
com sua mãe de mudança e disse que lá seria escoteiro. Um dia Tobruk tomou
coragem e pediu sua mãe para levá-lo. Mulher simples, humilde, olhando os brancos
de cabeça baixa nunca disse para Tobruk que os negros não eram bem vindos em
certos lugares. Não foi mal tratada. O Chefe foi educado, mas disse que tinha
pouco tempo e deu para ela as normas, os valores e pediu um atestado médico.
Afinal a imagem dele deixava a desejar. Voltou para casa amargurado. Como
pagar? Como tirar um atestado médico? Difícil, até mesmo o barraco era
emprestado por uma vizinha amiga de sua mãe. Tobruk voltou a sua morada no alto
do Pé de Jequitibá. Um ano, dois e Tobruk fez quinze anos. Precisava trabalhar.
Ninguem o aceitava nem como aprendiz. Seu aspecto não era agradável e sendo
negro pior ainda. Nunca abandou seu escotismo de sonhos, seu Pé de Jequitibá.
Cresceu com muitos que foram para os seniores, e aprendeu a amar os novos que
chegaram à patrulha Guará.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Tobruk sentia saudades
de Zé Outeiro. Amigos de causos ele fazia falta. Polaco era o Chefe. Sabia
tudo. Desde menino foi Escoteiro e hoje engenheiro químico brincava de correr
pela floresta, catar vento nos vales, pegar estrelas no céu. Era um sonhador.
Notou Tobruk no alto da árvore. – Vem cá meu jovem, vamos conversar. Foi um dia
mais feliz de sua vida. Tobruk entrou para os Guarás. Um mês dois e o Chefão o
chamou. – Meu jovem, você está sob a proteção do Polaco. Não faça besteira e o
jogo para fora ou para a prisão. O Chefe Tomás reclamava: - Ele paga tudo e
isto não está certo. Aqui não tem lugar para negro e pobretão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Reclamar com o Chefe
Polaco? Criar inimigos? Calar e aceitar? Foi assim que Tobruk viu que escotismo
era para ricos, pobres não tem vez. Se tiver alguém que interessa ele fica se
não que se dane. Tinha mensalidade tinha taxas para acampamentos, para os
grandes nacionais. Ninguem se preocupava com ele e com outros que um dia
poderiam ser escoteiros. Se tem paga se não tem dá o fora. Soube que sua
mensalidade no órgão nacional foi perdoada. Tinha uma norma para os pobres e
nada seria cobrado se ele pudesse provar. Mas só isto. Para alguns chefes ele
não servia para nada. O Chefe Polaco sorria, cativava, disse a Tobruk que
estudasse muito, que um dia pudesse provar que ele era alguém, que lhe dessem
respeito e afeição. Era seu direito. Seis meses depois Tobruk saia de uma
reunião de Patrulha, feita na sede, pois na casa do Lancaster sua mãe não
gostava dele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Tobruk acostumou com
tudo. Já não revoltava e aceitava o que a vida lhe reservou para seu destino.
Na Rua do Coqueiro três meninos negros passaram correndo. Um deles o jogou ao
chão. Ao se levantar um carro patrulha parou. Desceram atirando. Tobruk morreu
na hora. Quando o viram de uniforme escoteiro tentaram mudar a cena. Uma arma
foi jogada aos seus pés. O sangue se espalhava pela calçada. Ninguem parava
todo mundo com pressa a sair daquela emboscada da morte de um jovem que a vida
não tinha reservado um final feliz. Chefe Polaco chorava na cerimônia fúnebre.
Abraçou sua mãe e seu pai e disse que só Deus podia entender o destino de
Tobruk, um menino cujos sonhos o vento levou!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Sonhos de meninos que
não se realizam. Alguns que podem não querem. E os que querem muitas vezes não
podem. Quem sabe estamos nos tornando demasiados respeitáveis e esquecemos que
o escotismo não é só para os rapazes bons. Não era isto que pensava
Baden-Powell? Ele repetia sempre que o movimento é para os rapazes que dele
necessitam. Afinal o escotismo nasceu em 1907 entre meninos pobres e, se
economicamente ouve uma mudança social entre eles, espiritualmente ainda
existem rapazes tão pobres como naquela época. E são eles que muito necessitam
do escotismo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-36289320649545847282020-04-11T14:52:00.003-07:002020-04-11T14:52:32.058-07:00Lendas da Jangal. A lenda dos peixinhos dourados. (uma história para lobinhos).<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-_fwCBYs0GNI/XpI8FQJCJLI/AAAAAAABSfY/jpbr_IwlC8smmxbrzHR4Dhfg3hAUq4rjACLcBGAsYHQ/s1600/niw.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="861" data-original-width="1140" height="301" src="https://1.bp.blogspot.com/-_fwCBYs0GNI/XpI8FQJCJLI/AAAAAAABSfY/jpbr_IwlC8smmxbrzHR4Dhfg3hAUq4rjACLcBGAsYHQ/s400/niw.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Lendas da
Jangal.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">A lenda dos
peixinhos dourados.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">(uma história
para lobinhos).<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> Conta uma lenda que existia uma cidade
pequena, muito e muito longe lá onde as nuvens se escondiam ao anoitecer.
Contam ainda que em Harmonia era comum todos se saudarem, semblantes alegres,
cantantes, andar cadenciado como a mostrar suas alegrias em viver. Disseram-me
que lá não havia ódio, não havia tristeza e que seus habitantes viviam como
irmãos. Foi lá que Ruth nasceu de parto natural. Conta à lenda que ela nasceu
sorrindo e que Dona Sarah a parteira a “benzeu” dizendo – Ela vai ser nossa
guia e a Santa de Harmonia. Ruth foi crescendo e todos admiravam sua beleza.
Tinha cachos dourados e brilhantes, olhos verdes como as esmeraldas e
distribuía onde passava seu sorriso que parecia trazer o aroma das flores, os
pássaros esvoaçantes a seu redor e milhares de borboletas coloridas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> Contaram-me que em Harmonia as noites
sempre tiveram lua cheia. Era uma lua diferente, grande e apesar de um branco
harmônico em volta parecia ter uma coroa de flores das mais variadas matizes.
Todos sabiam que na cidade havia o mais lindo céu de estrelas. De todos os
tipos, vermelhas, brancas, verdes e não havia em nenhum lugar um brilho maior
do que lá e que elas pipocavam no céu divinamente. Ruth aos seis anos era uma
lobinha da Alcatéia do Amor. Ali lobinhos e lobinhas viviam felizes juntos aos
chefes da Alcateia. Dalila a Akelá era amiga de todos, Sarah a Baguera contava
lindas histórias e Isaac o Balu brincava a mais não poder com todos os lobos da
Alcateia do Amor. Naquela Alcateia feliz se sabia que todos seguiam sem nenhuma
duvida a lei do lobinho. Ruth era filha de Talita e David. Seus pais eram
pessoas humildes e trabalhavam na loja do Senhor Levi. Muitas vezes Ruth ficava
só e ela amava estas horas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> Nos fundos da casa de Ruth, corria um
córrego de águas cristalinas, límpidas e diziam que quem bebia daquelas águas
não ficavam mais doentes. Era lá quando estava só que Ruth passava boa parte do
tempo enquanto seus pais trabalhavam. Ela era amiga de muitos peixinhos
dourados e conversava muito com Estrelinha, Pingo d’água e Gota de Chuva. Podia
ter sol ou chuva que Ruth não saia do laguinho que as águas formaram. Um dia
Ruth viu chegando um Bagre cinzento. Ele era feio, muito feio. Os peixinhos
dourados sempre corriam quando o Bagre chegava. Ruth ficou ali olhando para ele
e ele olhando para ela. Não vai correr? Não vai fugir? Afinal sou um bagre
cinzento e sou horrendo. Todos quando me veem fogem. Ruth sorriu para ele. -
Seu bagre saiba que a beleza ideal está na simplicidade calma e serena. Sei que
quando o conhecer melhor encontrarei em seu coração uma beleza que fará brilhar
todas as luzes. Lembre-se que o valor das coisas não está na aparência ou no
tempo que elas duram, mas na intensidade que você impõe a bondade em seu
coração. Isto é tão verdade, pois a gente sabe que temos momentos
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> O Bagre Cinzento a olhou de
tal forma que sem ele perceber se transformou em um Bagre dourado, de olhos
azuis. Ele não estava acreditando e foi preciso que Ruth dissesse para ele –
Saiba Seu Bagre Dourado a gente não julga ninguém pela aparência e sim por suas
atitudes. São elas que irão comprovar o quão diferenciado você vai ser dos
demais. Foi então que os peixinhos dourados se aproximaram e abraçaram com amor
o Bagre Dourado. E assim graças a Ruth os peixinhos e os peixes maiores
aprenderam que todos eram iguais, pois em cada coração existe uma beleza que
ninguém pode ver, mas a gente pode sentir e mostrar como somos bons quando
queremos ser. Ruth a lobinha que tinha cachos dourados e brilhantes, olhos
verdes como as esmeraldas e distribuía onde passava seu sorriso que parecia
trazer o aroma das flores conseguiu que os peixes que moravam no lago dourado
de Harmonia vivessem alegres e felizes para sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Ninguém deve julgar ninguém pela aparência,
julga-se pela essência, </span></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-76855176210669865272020-04-10T15:01:00.001-07:002020-04-10T15:01:12.198-07:00Lendas Escoteiras. O Destino de Salomon St Gilles.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-uJ6pY1kQtGA/XpDsmBY4s3I/AAAAAAABSew/l-FoBWxWTrsg5bhw7nqF4mcaR3TckTSaQCLcBGAsYHQ/s1600/castelo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="698" data-original-width="974" height="286" src="https://1.bp.blogspot.com/-uJ6pY1kQtGA/XpDsmBY4s3I/AAAAAAABSew/l-FoBWxWTrsg5bhw7nqF4mcaR3TckTSaQCLcBGAsYHQ/s400/castelo.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Lendas Escoteiras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">O Destino de Salomon St Gilles.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">... –
O começo... Lembro quando Salomon me descreveu seu Castelo na França: - Chefe
foi construído no cume de uma colina formada por um rio cheio de voltas. Eu
gostava de ir lá e até fiz uma nova cadeira com encosto. O pátio interno do
castelo forma um retângulo áspero, com mais de 40 metros de comprimento. Tem
torres voltadas para o Sul e o Norte. Á porta é protegida por uma barbacã...
Quando ele me contava eu chorava com ele. Lembranças de um Castelo de Najac que
Salomon deixou para trás, para morar numa cidadezinha comum. Morro
Vermelho!<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">- Salomon
St Gilles estava preocupado. Há dias estava assim. Não tinha ideia qual atitude
tomar. Nas margens do Regato Baden-Powell nome que os escoteiros deram quando
acamparam ali pela primeira vez, ele não sorria. Não tinha como. Em uma cadeira
com encosto que construíra às margens do Regato feita com encaixes para durar
muito tempo ele meditava. Sua Tropa gostava de acampar nas terras do Miranda,
um amigo dos escoteiros. Passavam das doze horas e as patrulhas foram liberadas
para fazer o almoço. Carlito e Moeda tinham feito uma proveitosa pescaria ao
anoitecer de ontem e as patrulhas sabiam que os cozinheiros iriam preparar uma
deliciosa moqueca já famosa de acampamentos passados. Nem pensava no que iam
fazer à tarde. Seu pensamento era outro. Porque seu pai nunca lhe contou onde
nasceu e quem fora sua família na França. Na França? Ele sempre pensou que
nasceu em Morro Vermelho. Era a única cidade que conhecia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Monjave
e Lamparina chegaram sem fazer barulho. – Chefe, hoje o senhor vai almoçar
conosco. Já conversamos com os Tigres, Beija Flor e Morcego. Eles concordaram.
Salomon agradeceu. – Muito obrigado, me chamem quando ficar pronto. Sempre fora
assim ele amava seus escoteiros que também o amavam como seu líder seu herói.
Era um simples carteiro na cidade, por sinal o único. Dona Florência era a
Chefe dela e dele. Morro Vermelho nunca cresceu apenas três mil habitantes e
perdia boa parte de pessoas que iam embora. Vinte anos de Correio. Vinte anos
que fez amizade com quase todos da cidade. Gostava de papear com Dona Valência,
Seu Pafuncio, Dona Violeta e tantos outros. Todos os dias saia para trabalhar
sorrindo e voltava sorrindo. Doutor Flaviano se apresentou a ele na sua casa na
tarde de quinta feira. – Senhor Salomon, sou advogado contratado para lhe
informar suas origens. Salomon se sobressaltou. Viu um homem de terno, cabelos
brancos, muito educado e ouviu tudo que ele tinha a dizer. Porque seu pai nunca
lhe disse nada? Por quê?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">-
Senhor Salomon, o senhor é descendentes de uma nobre família francesa. Seu pai
era filho do Conde Bertrand de St Gilles e da Condensa Adélia Taipé St Gilles.
Em 1948 seu pai teve uma altercação com seu Avô e ele saiu de casa prometendo
nunca mais voltar. Seus avós nunca tiveram notícia dele. Ano passado seu Avô
faleceu aos noventa e dois anos. Sua Avô contratou diversas agencias para achar
o paradeiro do filho. Chegamos ao senhor o neto. - Sua Avó já com idade
avançada requer cuidados e quer o senhor ao seu lado. Em um testamento deixou
toda a fortuna para o Senhor desde que fique ao lado dela até sua morte. Recebi
ordens de depositar em sua conta $100.000 Euros para sua viagem e despesas.
Aqui está o endereço onde o senhor deve ir à França: - Salomon leu devagar.
Estava assustado. Nunca pensou que era rico e gostava da vida que levava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">Naquela
noite Salomon St Gilles reuniu os monitores. Contou a noticia quase chorando. –
Tenho de partir meus caros monitores, não posso deixar minha avó sozinha.
Embarco para a França a semana que vem. Meu endereço é Najac, departamento de
Averon no sul da França no Castelo de Najac onde mora minha Avó. Os monitores
correram a abraçar Salomon. – Chefe! Disse um deles, o que será de nós? A tropa
não tinha Assistente e nem era reconhecida. Eram livres para voar onde
quisessem e fazer o escotismo de campo que todos adoravam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na plataforma da Estação Don
Pedro, os escoteiros choravam abraçavam e diziam.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Salomon também chorava. Deixou uma vida de
amor e fraternidade para trás. Passaram quinze anos. Sua Avó a Condensa Adélia
Taipé St Gilles falecera há dois meses e Salomon naquele castelo gigantesco não
sabia o que fazer. Sua fortuna era incalculável. Tinha um jato, carros
motorista e até um Iate ancorado em Sain-Tropez um balneário famoso. Salomon
resolveu voltar. Não iria vender o castelo, tinha condições de mantê-lo. Iria
comprar um terreno no alto do morro da Coruja em Morro Vermelho e ali fazer uma
bela mansão. Construiria uma bela sede e retornaria ao escoteiros que sempre
amou. Fez planos, muitos. Chegou à noitinha em Morro Vermelho. Hospedou-se na
Pensão Santa Lucia. Dona Etelvina tinha falecido e seu novo proprietário não o
reconheceu. Dormiu pensando em abraçar seus escoteiros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Salomon St Gilles esqueceu-se
dos quinze anos que haviam passado. Seus escoteiros agora eram homens feitos. A
maioria saiu da cidade em busca de oportunidades escolares e profissional. Só
encontrou Monjave e Lamparina. Monjave estava em um estado lastimável. Magro
tosse intermitente quase não falava. – Chefe, apenas uma tuberculose, nada
demais... Lamparina trabalhava como Gari na Prefeitura local. Salomon chorou.
Chorou demais. Do que valeu sua fortuna, seu castelo se tudo que amou deixou de
existir? Monjave morreu uma semana depois. Lamparina o olhava com estranheza.
Salomon sabia que não era o mesmo Chefe de outrora. Alugou uma charrete e foi
até ao Riacho Baden-Powell. Acreditou que lá ele teria a paz. O Senhor Miranda
também deixou este mundo. Conheceu Palácios um homem comum diferente daquele
que o abraçava quando chegava cantando o Rataplã com os escoteiros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; line-height: 115%;">... –
O fim... Encontrou sua cadeira de encosto, velha, madeirame querendo cair.
Reconstruiu, sentou. Fechou os olhos olhando para as águas tranquilas do Riacho
Baden-Powell. Chorou baixinho. Não tinha mais monitores para conversar... Olhe
esta história não tem um final. Voce meu amigo leitor pode fazer seu final e
escrever nos comentários. Eu conheci Salomon e quando vou até Morro Vermelho e
aproveito para sentar em sua cadeira eu... Não gosto de lembrar!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-14333983032711291442020-04-09T15:03:00.000-07:002020-04-09T15:03:09.727-07:00Lendas Escoteiras A última estação de um trem.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-G-C4va38tnU/Xo-bkSvcixI/AAAAAAABSeM/cZRoDPpwmNw3N329GpWLUVz60DDK-aCPACLcBGAsYHQ/s1600/tr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="696" data-original-width="1037" height="267" src="https://1.bp.blogspot.com/-G-C4va38tnU/Xo-bkSvcixI/AAAAAAABSeM/cZRoDPpwmNw3N329GpWLUVz60DDK-aCPACLcBGAsYHQ/s400/tr.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Lendas
Escoteiras<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">A última
estação de um trem.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">... – A última
estação... Foram tantas! Quantas vezes sentado no banco da plataforma eu tentava
ler pensamentos dos que iam partir e outros chegando... Um conto? Não sei... Quem
sabe uma pequena verdade cujo final nunca soube o que aconteceu na última
pagina. Um dos meus melhores contos... Peguem seu lugar no banco da Estação e
viagem comigo nesta história sem um ponto final!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">- Os sonhos às vezes são
como ventos que terminam sem a gente saber o final. Esperando o Vírus passar vi
na lembrança a menina a chorar na estação quando seu amado se foi. Pequena
história... Um breve espaço de tempo. Apenas um trem soltando fumaça branca em
uma estação perdida em qualquer lugar. Voltava de meu périplo no campo, rotina
comum a procurar a paz de dias difíceis que iam chegar. Um trem uma mochila e
lá fui eu a “escoteira acampar”. Amava dormir sob o manto das estrelas e ter o céu
como barraca. Sorria ao pisar na grama verde das campinas sentindo o cheiro da
madressilva, gardênias cravos e lavanda... De olhos fechados deixava os respingos
esvoaçando pela queda d´agua do Riacho. Cozinhava em um pequeno fogo... Conversava
com a floresta e os pássaros. Mas sempre chega a hora de voltar. Sentado em uma
pequena parada de trem de uma estação pequena de um modesto arraial, aguardava o
noturno das onze que diziam nunca se atrasar. Cansado ouvia o tic tac do telegrafo
matraqueando sons e mensagens que corriam pelos fios criptógrafos numa
linguagem simples que o Morse um dia inventou. Sinais curtos e longos um
“tatatá” gostoso que me fazia lembrar os meus tempos de sinaleiro. Não tinha
pressa... Nunca tive!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">- Aos poucos uns
minguados passageiros chegavam calados olhando ali e acolá. Um trem de carga
passou sob os olhares vigilantes do Chefe da Estação. Abrindo os olhos e
ouvidos podia-se ouvir o som do rio caudaloso que corria no vale encantado do
Rio Doce. O trem que subia o rio chegou mansamente. Não era o meu. O Chefe da
Estação com seu arco deu instruções ao maquinista que treinado não teve duvidas
para enlaçar. O barulho quieto da fornalha soltava fumaça quente no ar. Eu
adorava aquilo. Olhava hipnotizado a beleza de um trem de ferro que em breve
iria sumir engolido pela modernidade. Foi então que avistei um casal. Jovens.
Parados em frente à entrada do vagão de primeira classe. Um olhando para o
outro. Não diziam nada. Ela só tinha olhos para ele encharcados de lágrimas de
amor. Ele tristonho não tirava os olhos dela. – “Eu volto para te buscar” falou
tristonho. Ela chorava baixinho. – Nunca vou te esquecer meu amor. O último
apito, um beijo simples, um roçar de lábios sedentos que não queriam se
separar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">- O trem deslizava
sobre os trilhos despedindo da estação tristonho. No amanhã ele voltaria para
descer o rio. O jovem deu seu último adeus, correu subiu nos degraus de seu
vagão e ficou ali de mãos estendidas acenava pensando que seria um breve e
longo adeus. Ela sabia que não. Sabia que ele nunca mais iria voltar. Em pé
olhava com um tremor no corpo nas mãos os olhos cheios d’água dizia: - Leve o
meu sonho com você! Tristonha não tirava a vista do trem que partia apitando
até sumir de vista na curva do rio. Seu amor partiu, seu coração chorava. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Um silêncio tomou conta da plataforma vazia.
Eu só ouvia o tic tac do telegrafo e os soluços da bela moça que havia perdido
seu grande amor. Calado nada dizia. Não tinha nada para dizer. Ela estática não
saia do lugar. Perdida em uma estação de trem o seu mundo desmoronava. O meu
chorava com ela. Ela se virou e me viu. Seus olhos estavam marejados de
lágrimas. Eu de calças curtas com meu chapelão tirei a mochila ficando em pé
respeitosamente. Queria me solidarizar. Não sabia o que dizer. Ela deu um
pequeno sorriso levantando o braço dizendo baixinho “Sempre Alerta”! Respondi
do mesmo modo em posição de sentido tirando o meu chapéu. Lentamente ela caminhou
na estradinha poeirenta ao lado dos trilhos que devia ser o seu destino final!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Senti-me só, impressionado
com a imagem de uma partida e a dor de alguém que perde o sonho de um grande
amor. Olhei ao redor, vi de novo a estação vazia. Uma pequena lua desabrochava
no horizonte perdida entre o brilho das estrelas. Uma leve brisa soprava e eu
sem notícia do meu trem. O Chefe da Estação se aproximou. Educadamente me
disse: - Um atraso de quatro horas. O ultimo trem desencarrilhou! Muitos
feridos outros mortos! Não disse nada. Pensava como ela iria saber que seu
amado nunca mais iria voltar. Ela em ser lar devia estar chorando acreditando
que um milagre poderia acontecer. Quem sabe Deus ouvindo suas preces o traria
de volta. Mas destino é destino e poderia ser melhor assim. Dormitava sozinho
naquela estação de trem. Deu para ouvir alguns trovões no céu. A chuva mansa
chegou. Eu gosto da chuva, ela me trás lembranças e uma paz que me revigora. Ao
longe ouvi o apito do trem. Era o meu que chegava. Como um pássaro negro
gigante adentrou na estação de trem rangido os freios, soltando fumaça branca
no céu. Calmamente parou para respirar em sua chaminé o calor que ainda
resistia em parar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">- Um retorno sem
consequências. Na minha morada meu amor dormia. Entrei de mansinho. Fui olhar
meus filhos que adormecidos sonhavam com anjos do céu. Abracei minha amada de
muitas vidas e deitei ao seu lado. Ela sorriu. Pensei no amor da outra que
tinha ido e nunca mais ia voltar. Sina marcada. Destino escrito no livro da
vida. Nada do que se tem a gente pode manter para sempre. Sonhos que não foram
vividos. Estrelas piscantes que se mantém no universo através dos tempos.
Esperanças que nunca se acabam. Ainda deitado ao lado da minha amada, com as
mãos entrelaçadas no peito eu chorava baixinho. Mais um dia que se foi. A dor
da saudade de alguém que achou que teria e nunca teve ninguém. </span><span style="font-family: "Franklin Gothic Demi","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-71831437558132522232020-04-07T15:35:00.001-07:002020-04-07T15:35:22.704-07:00Lendas Escoteiras. Vai acampar? Cuidado, se alguma coisa pode dar errado, dará!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-PfxC6ZTuZDQ/Xo0AINqeIWI/AAAAAAABSbo/Q8_OedX45bIxasu_o6RsCFS0hxL1qipuwCLcBGAsYHQ/s1600/campo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-PfxC6ZTuZDQ/Xo0AINqeIWI/AAAAAAABSbo/Q8_OedX45bIxasu_o6RsCFS0hxL1qipuwCLcBGAsYHQ/s400/campo.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><br /></span></div>
<div align="center" style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><br /></span></div>
<div align="center" style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Lendas Escoteiras.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Vai acampar? Cuidado, se alguma coisa pode dar
errado, dará!<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">... - L<span style="background: white; mso-bidi-font-style: italic;">ei de
Murphy</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"> </span></span><span style="background: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;">é um<span class="apple-converted-space"> </span></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ad%C3%A1gio" title="Adágio"><span style="background: white; color: windowtext;">adágio</span></a><span class="apple-converted-space"><span style="background: white;"> </span></span><span style="background: white;">ou<span class="apple-converted-space"> </span></span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Epigrama" title="Epigrama"><span style="background: white; color: windowtext;">epigrama</span></a><span class="apple-converted-space"><span style="background: white;"> </span></span><span style="background: white;">da<span class="apple-converted-space"> </span></span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_ocidental" title="Cultura ocidental"><span style="background: white; color: windowtext;">cultura ocidental</span></a><span class="apple-converted-space"><span style="background: white;"> </span></span><span style="background: white;">que normalmente é citada como: "Qualquer coisa
que possa correr mal, ocorrerá mal, no pior momento possível". Ela é
comumente citada. Se vais acampar cuidado. Se começa mal é sinal que vai
terminar mal. Reze muito, peça a Baden-Powell sua proteção e seja o que Deus
quiser! Mas o acampamento foi supimpa. Só quem esteve lá sabe por quê!</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">
Acampar é bom, é delicioso, é gostoso, não existe nada melhor. Mas cuidado com
a principal lei de Murphy. Ele foi um capitão da Força Aérea Americana. Foi
também a primeira vitima conhecida de sua própria lei. Resolveu fazer uma
medição que registrava batimentos cardíacos e respiração dos pilotos. O
instalador fez tudo errado. Alguns quase morreram. Foi ai que surgiu suas leis.
São mais de cem. Mas vamos ao que interessa vou contar o acampamento da Tropa
Escoteira do Grupo Escoteiro Flores do Vale. Várias reuniões de Patrulha, duas
Cortes de Honra, quatro reuniões dos chefes da tropa e parecia estar tudo muito
bem programado. Parecia. O Chefe Vadico teve um mau pressentimento. Nunca
aconteceu. A escoteirada vibrando. Seria um acampamento de cinco dias.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">
Chefe Zezé repassou tudo em sua cartilha de anotações: Local? Ok. Transporte?
Ok. Intendência? Ok. Autorização dos pais? Ok. Alimentação? Ok. Previsão de
tempo? Ok. Farmácia? Ok. Pronto socorro mais próximo? Ok. – Porque o Chefe Zezé
estava preocupado? O programa era bom. Fizeram outro para eventualidades. Os
Monitores e as patrulhas praticamente fizeram tudo. Nos sacos de Patrulha eles
tinham tudo que iriam precisar. – Quinta feira. Oito da manhã. Horário de
reunir. Partida as nove em ponto. Chefe Zezé era exigente. Horário é horário.
Dona Mercês atrás dele dizendo – Chefe! Cuidado com meu filho. Se não levar o
celular vai chorar! Como vou perguntar se ele está bem? – Chefe Zezé conhecia a
ladainha. O Acampamento é uma maneira de fazer o jovem se virar. Ele tem de
aprender a andar sozinho Senhora. Um dia ele vai ter de partir não acha?</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">
Nove em ponto. Tralha arrumada no ônibus. Nem bem pegaram a estrada um pneu
furou. Quarenta minutos para trocar. Já na estrada vicinal o motor do ônibus
soltou uma fumaceira que não tinha tamanho. Mais quatro quilômetros a pé com a
tralha nas costas. Tiveram que fazer o percurso duas vezes para transportar tudo.
Quase duas horas. Turma varada de fome. Monitores foram chamados. Ficam dois em
uma cozinha improvisada, fazer um arroz, bife e salada de tomate. A demais
montagem de campo. – Intendência distribuída. – Chefe faltou o sal. Cadê o sal?
Não veio. O pai que comprou tudo esqueceu. Estes pais! Dois chefes tinham
celulares. Eram os únicos autorizados. Um pediu para a esposa. Ela só chegaria
ao campo às oito da noite. Vamos comer pão com manteiga. A montagem dos campos
foi bem. O sal chegou. Nove e meia uma comida mais forte. Forte? Vários com
diarreia. Por quê? Levaram escondidos biscoitos doces e chocolates e comeram a
fartar sem ordens.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">
Farmácia completa. Lá estava o Imosec. É tiro e queda. Mesmo assim a
escoteirada correndo para o mato até de madrugada. O jogo noturno foi
substituído por uma cantoria. Até que não foi ruim. Silêncio. Todos dormindo.
Três da manhã. Dois Monitores na barraca do Chefe. – Chefe acorde! O que houve?
Mesmo olhando tudo armamos as barracas na trilha das formigas Lava pés.
Enormes. Mordem com gostosura. Todos ajudam. Desarmam as barracas. Armam em
outro lugar. Muitos foram mordidos. Novamente a Farmácia em ação. Deixou dormir
mais uma hora. Alvorada as sete. – Chefe? Vai ter educação física? - Claro!
Chefe Zezé não era mole. A manhã foi corrida. Parece que agora tudo engrenou.
Física, café, inspeção, bandeira e um jogo/adestramento. A escoteirada vibrou.
Meio dia. Tempo livre até as três. Almoço, limpeza e porque não um cochilo?<span class="apple-converted-space"> </span></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">
Uma boiada chegando. Todos gritando. Os bichos nem ai. Vão pastando entre as
barracas. Muitas caem. Uma cozinha foi prú brejo. Não importa vamos começar tudo
de novo. Escoteiro não desiste. Hora do banho. No remanso viram boiando uma
enorme Sucuri. Subiram até a cascata. Ninguém se arriscou a entrar na água.
Lavam braço, perna e cabeça. A janta foi ótima. O intendente deu açúcar em vez
de sal. Paciência. Comida doce faz parte, mas sopa de macarrão doce é de
lascar. Um jogo noturno. Sem problemas. Dia seguinte barulho de onça. Chefe
Zezé conhecia. Melhor ficarem todos juntos. Ninguém deve sair do campo. Desta
vez montaram guarda. Em todos os campos uma fogueira. - Não deixem
apagar! A onça sumiu! Ainda bem. À tarde depois do jogo todos cansados agora
banho. De novo a Sucuri. Desta vez acompanhada de três filhotes.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">
Penúltimo dia. Sempre esperado. Fogo de Conselho. Tudo preparado. A escoteirada
vibrando. Fogo crepitando. Rostos queimados e olhares direto na fogueira. Cada
um rindo e fazendo diabruras. Bumm! Um trovão. Bumm! Outro. Raios ciscando os
céus. Um cai bem perto. Um toró. Um verdadeiro toró. Granizo. Pedras enormes de
gelo. Barracas furadas. Esconder onde? Corre aqui corre ali e o granizo
diminuiu. A chuva não. Chefe? O que vamos fazer. – Rezar! Mas não adiantou. Só
lá pelas quatro a chuva passou. Amanheceu. Um lindo amanhecer. Um sol lindo.
Barracas já eram. Material de campo, sapa e intendência espalhado por todo o
lado. Melhor por para secar. Comeram alguma comida enlameada. Duas horas o
ônibus chegou. – Deus faça com que todos cheguem bem. Chegaram no horário. Dona
Mercês correndo – Meu filho! Meu filho! – Mamãe! Sou homem. Veja os outros!
Nenhuma mãe fica como à senhora. Guardar tralhas. Cinco dias. Um belo
acampamento? Ah! Murphy. É bom aprender. Se alguma coisa pode dar errado vai
dar errado!</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 13.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">
Incrível! Chefe Zezé quase não acreditava. O
acampamento ficou falado. Comentado em todos os lugares até na escola. Todos
queriam saber como foi. Correram lendas, boatos tudo foi contado à exaustão. O
Chefe Zezé quando soube das histórias ficou em duvida se seria o acampamento
mesmo ou outro. Nos livros de Patrulha escreveram – O melhor do mundo! Na
Corte de Honra quando fizeram a analise todos disseram: - Chefe, por favor,
quando vai ter outro igual? É. São coisas da vida. São coisas de escoteiros.
Poucos entendem esta meninada de calças curtas zanzando pelo campo. Eles são de
lascar! Não importa. Murphy? Saibam que os escoteiros adoraram você!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-63167692193187402832020-04-06T15:53:00.004-07:002020-04-06T15:53:51.343-07:00Lendas Escoteiras. Apenas uma patrulha escoteira...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd9Zsl59I1WFwzeLd_ldxqHIJmx7N8JMF7i06aUG_8CFMGKdNtrlrKKx0CkB3KSTpM4uyzR8pxBUQIElScKtXRJSWXMGb7411IbvdCyvhcYfYpnDDiISVHay3He4okEwIDoIZ3DH4q7OXj/s1600/pt.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="990" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd9Zsl59I1WFwzeLd_ldxqHIJmx7N8JMF7i06aUG_8CFMGKdNtrlrKKx0CkB3KSTpM4uyzR8pxBUQIElScKtXRJSWXMGb7411IbvdCyvhcYfYpnDDiISVHay3He4okEwIDoIZ3DH4q7OXj/s400/pt.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lendas Escoteiras.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Apenas uma patrulha escoteira... <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">... – Apenas uma Patrulha. Touro era seu nome. Bonifácio Luz era o
monitor. Tomé Lindolfo o sub. José Nonato o intendente. Flávio Rosado o
Cozinheiro. Tomás Lívio Bombeiro e lenhador. Eu Wantuil Leal o Escrevente e
Construtor. João Quaresma o novato virou Faz Tudo e nas horas vagas socorrista.
Amávamos a patrulha Touro e o nosso Chefe Lontra. A Patrulha tinha história
para contar. Vinte anos de vida! Sabiamos os nomes dos monitores que passaram
por ela de cor. Alguns sumiram da cidade outros permanecem lá até hoje. No
oitavo livro da Patrulha tudo que importasse era anotado. Havia historias de
acampamentos, especialidades, e jornadas incríveis dos primeira classe. Os
acampamentos, as excursões às viagens, os distintivos conquistados e até mesmo
as estrelas de atividade. Ela tinha um lema: - O que é de um é de todos! O
grito de Patrulha simples, mas que viveram no coração de todos que nela
participaram: – Qui, que, code, com o Touro ninguém pode! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A Patrulha chegou a ter oito escoteiros. Agora seis e o mais novo Tomé
Lindolfo já tinha dois anos e meio na patrulha. Todos grandes amigos. Se um visitava
outro tinha que ficar para o almoço ou o jantar. Ninguem era rico, Flávio
Rosado o cozinheiro era o mais bem aquinhoado. Seu pai Escrevente do cartório
ganhava razoavelmente bem. Tomé Lindolfo o sub o mais pobre. Negro, morava na
Favela do Chico Bento. Ali era seu lar e o nosso também. Chefe Lontra quando
chegava apertava a mão de cada um e perguntava: - E aí turma, como foi à semana?
Sempre a mesma coisa entra sábado sai sábado fora quando íamos acampar. Chefe gente
fina, nosso herói. Podíamos procurá-lo a qualquer hora do dia ou da noite e ele
sempre com aquele sorriso de amigo e irmão mais velho prestativo nos atendia
com um sorriso nos lábios. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Ferroviário o Chefe Lontra com seus trinta e poucos anos,
funcionário da Vale do Rio Doce conseguia passagens de primeira classe para
onde quiséssemos ir. Um dia nos convidou para um passeio até Baixo Guandu em um
comboio com quatro locomotivas e mais de duzentos vagões de minério. Foi
demais. Estávamos em reunião de patrulha quando ele se aproximou: – Dá licença?
– A casa é sua Chefe! – Este é João Quaresma. Pensei em colocar na Patrulha de
vocês! Bonifácio comentou – Ele é bem vindo Chefe! - Chefe Lontra sorriu e o
apresentou a todos nós. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">João Quaresma era alto e forte. Tenho doze anos. Ninguém acreditou.
Parecia ter quatorze. Sorridente, aspecto de sabe tudo. – Quem é o monitor?
Perguntou. Sou eu disse Bonifácio Luz. Ele olhou Bonifácio de cima em baixo.
Tem eleição para ser monitor? – Não tem. O Chefe indica a patrulha opina. Foi
seu primeiro dia. Cada um olhando o que ele fazia e como fazia. Dizem que o
primeiro dia do novato é madeira de dar em doido. Mesmo exigindo dele aos
poucos fomos nos acostumando com João Quaresma. A Patrulha tinha quatro
segundas classes e dois primeira. Não havia noviços. João Quaresma foi o
primeiro noviço a chegar à patrulha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fiquei em duvida. Será que ele queria se mostrar? Mostrar o que?
Escotismo não dá serve para isto. Nos jogos ele dava a alma e a vida para
ganhar. Acostumamos a jogar em equipe. Quem ganha é a Patrulha e não o patrulheiro.
João Quaresma queria ganhar sozinho. Na Reunião de Patrulhas comentamos e ele
não deu bola. Fizemos um Conselho de Patrulha e ele concordou em trabalhar como
equipe. Um dia procurou o Chefe Lontra para dizer que estava pronto para ser um
primeira classe. Chefe Lontra o levou até a sede. Conversaram sobre isso. –
João tem uma escada. Primeiro a promessa o demais depois. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na quarta reunião chegou uniformizado. Bonifácio tentou contornar e
ele não ligou. Na ferradura durante a inspeção quando ele ficou em posição de
sentido e mostrou às mãos limpas e unhas cortadas o Chefe não disse nada. Ao
dirigirmos ao canto de Patrulha Bonifácio disse que o Chefe queria falar com
ele. – Foi embora naquela tarde revoltado. O Chefe o mandou de volta. Sabiamos
que uniforme só na promessa! No portão deu uma banana para todos e disse que
nunca mais ia voltar. Mas voltou. No sábado seguinte de cabeça baixa pediu
desculpas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A partir desse dia João Quaresma mudou. Obediente, disciplinado,
cumpridor de ordens. No acampamento na Foz do Rio Iguaçu ele nos surpreendeu. Acordamos
fora do horário. Tinha a física as seis, o café as sete e a inspeção as nove.
Acordamos por volta de sete e meia. Na noite anterior antes de dormir fizemos
um Conselho de Patrulha. Decidimos o que cada um devia fazer. Nossa pontuação
deixava a desejar. João Quaresma levantou no horário, tinha feito o café,
renovou as amarras das pioneirías e o vasilhame estava um brinco. João Quaresma
parecia entender do riscado. Na inspeção o Chefe sorriu. O campo ficou nos
trinques. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não ficamos em primeiro lugar e sim em segundo que era bom demais. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O tempo foi passando e João Quaresma mostrava
suas qualidades como escoteiro. Agora já era um dos nossos. Foi uma festa sua
promessa na Gruta da Caucaia. Alguns meses depois recebeu sua segunda classe.
Fez jus as especialidades que conquistou. Nunca nos convidou para ir a sua
casa. Quase um ano de Tropa e não sabíamos quem era seu pai e sua mãe. Ficamos
sabendo que morava no Bairro do Toledo e só. Um dia no Conselho de Patrulha nos
fez um convite. Quero que vocês almocem domingo comigo. Não reparem casa
simples e singela. Ele morava em um barraco de madeira. Na porta ele e sua Avó,
sorrindo. Não tinha pai e nem mãe. Um almoço de primeira. Sua avó quase não
podia andar e se aproveitava de uma bengala simples.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">João Quaresma a partir daquele dia selou para sempre a amizade com
todos os patrulheiros. O tempo passou, Crescemos e viramos homens sem perceber.
Na Patrulha novos escoteiros. Bonifácio Luz virou prefeito da cidade. José
Nonato foi para o Acre atrás de ouro que o faria rico. Tomé Lindolfo abriu uma
casa de material de construção. Flávio Rosado tinha o melhor restaurante da
cidade. Tomas Lívio virou bombeiro e já era capitão. João Quaresma casou com
uma dama rica e foi morar na capital. Anualmente nossa patrulha se encontra para
um papo gostoso em algum lugar. E eu? Eu continuo o mesmo, Escoteiro, aprendiz
de sonhador. É o tempo passou e </span><span style="background: white;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">nem mesmo sei
nesse momento quem sou. Enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de
manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então. Fraternos
Abraços! </span><span style="color: #003300;"><o:p></o:p></span></span></div>
<br /></div>
Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7046181428965792519.post-22885160034891655262020-04-05T15:05:00.000-07:002020-04-05T15:05:02.805-07:00Lendas escoteiras. Os heróis não tem idade. <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-3IGJYPtwP1A/XopWBAaMe5I/AAAAAAABSac/2lXbowZWnCobp5mUPjAMoQ72ZioTos45gCLcBGAsYHQ/s1600/mar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="636" data-original-width="840" height="302" src="https://1.bp.blogspot.com/-3IGJYPtwP1A/XopWBAaMe5I/AAAAAAABSac/2lXbowZWnCobp5mUPjAMoQ72ZioTos45gCLcBGAsYHQ/s400/mar.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Lendas
escoteiras.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Os heróis não
tem idade.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">... – Gosto de contar
histórias... Onde os sonhos se tornam lendas que encantam a todos nós. Amo
escrever e sempre com um sorriso nos lábios. Quem dera eu tivesse a sina dos
grandes fazedores de sonhos, para encantar e fazer do escotismo uma verdadeira
escola de amor e fraternidade. Se quiserem comentar fiquem a vontade. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">- Mariel não sabia mais
o que fazer. Seus pais só diziam não. Ela tinha um sonho, dizem que meninas de
sete anos não sonham, mas não é verdade. Podia até ser um sonho novo que
substituiu a boneca Modelmuse 2013. Seus pais diziam que era muito cara e ela
estava crescendo muito depressa. – O que você quer de Papai Noel perguntou seu
pai? Ela abaixou a cabeça e disse – Quero ser escoteira! Ela já sabia a
resposta. Desde o dia que pediu para participar que seu pai e sua mãe foram
contra. – Nem pensar, não vou deixar você ir para o mato, dormir em barraca e
pode aparecer uma cobra ou um bicho qualquer. E se forem para longe? Sabia que sumiu
um Escoteiro no Pico do Roncador? – De novo seu pai perguntou o que ela queria
de natal. Ela não disse nada. Eles sabiam o que ela queria. Um dia sua mãe
comentou que eles eram esquisitos, vestiam uniformes e se achavam os tais. Sua
avó contou que seu pai um dia queria ser um, mas não foi. Motivos? Ele nunca
contou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Mariel no computador
leu sobre tudo sobre eles e o que faziam. Leu as histórias dos acampamentos,
aprendeu as provas e se ela entrasse hoje já sabia de tudo. Havia meses que ela
teve essa ideia e seus pais sempre negando. Chegaram ao ponto de dizer que se
ela falasse mais no assunto eles a poriam de castigo. Sua mãe foi mais amiga,
explicou o perigo que ela poderia correr. E se alguém a raptasse? Mariel disse
sua mãe, moramos em um bairro nobre, seu pai é Presidente de uma Grande Multinacional
e não podiam facilitar. Dizer para sua mãe que havia outras crianças iguais a
ela não adiantava. Todas as noites Mariel chorava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Um sábado sua mãe foi
com seu pai ao Mercado fazer compras. Dona Nana a cozinheira ficou responsável
por ela. Mariel não perdeu tempo. Que seja o que Deus quiser pensou. Sabia ser errado
desobedecer a seus pais, mas tenho que ir ela pensou. Se pelo menos eu pudesse
ver o que eles estavam fazendo já seria uma alegria para mim. Pé ante pé abriu
a porta da Mansão e passou sorrateiramente pela portaria do Condomínio. Sabia
que não era perto. Ficava a duas quadras do seu colégio. Foram mais de uma hora
a pé. Ela não sabia pegar ônibus. Não foi fácil. Sete anos era uma menina
frágil. Nem as atividades recreativas do colégio eles deixavam. Chegou ao Grupo
Escoteiro na hora do hasteando a bandeira. Ficou de longe olhando. Que belo
espetáculo! Seus olhos se encheram de lagrimas. Era bonito demais. E os
lobinhos e lobinhas correndo para formar? Que ordem, que disciplina. Ela já
sabia que iriam fazer o Grande Uivo. Quem dera eu fosse uma delas. Sei tudo de
cor! Disse.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Esqueceu-se das horas.
Quando viu estava escurecendo. Ficou olhando para eles até o final. Correu a pé
até sua casa e quase foi atropelada. Chegou já noite escura. Na porta carros de
policia e parentes. Entrou pelos fundos. – Que foi papai? Ela perguntou. – Meu
Deus! Você está aqui. A mãe e o pai correram para abraçá-la. Eles choravam de
emoção. Pensavam que tinha sido raptada. Mariel sabia que o lobinho diz sempre
a verdade e contou tudo para eles. Contou com lágrimas nos olhos. Sabia que o
castigo viria. E veio mesmo. Mais de dois meses sem computador e sem TV. Mariel
não se incomodou. Ficou triste por ter feito tudo sem avisar, mas sabia que
nunca eles a deixariam ir. Todos os meses do castigo ela não parava de lembrar-se
do que viu e sentiu. Ah! Se fosse verdade e eu fosse um deles sonhava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Paolo, Billy e Eddy
Mário iam para a reunião dos seniores. Todos eles antigos no grupo. Foram
lobinhos e agora estavam se preparando para conseguir o Escoteiro da Pátria.
Eram amigos desde a Tropa Escoteira. Uma amizade que perdurava por anos.
Pararam no farol na esquina da Rua dos Tamoios com a Avenida Campos Gerais
esperando o farol abrir. Local perigoso e com muitas batidas. Viram quando um
Audi em disparada não obedeceu ao sinal e avançou a toda velocidade. Da Rua dos
Tamoios um Utilitário azul da Toyota em velocidade normal com o farol aberto
seguiu seu caminho. A batida foi forte. Uma explosão. O Audi ficou
completamente destruído. O Toyota rodopiou sobre si mesmo e quando parou se
ouviu uma explosão no motor. O fogo começou. Não havia o que pensar. Os três
correram para o Toyota que pegava fogo. O Audi não estava em chamas. Paolo com
se bastão quebrou o vidro da porta do motorista e tentou tirá-lo. Não
conseguiu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Nada é impossível para
escoteiros. Eles não deixariam o homem morrer. Alguém gritou da calçada que o
Toyota ia explodir. Corram daí se querem viver! - Gritaram. Billy pegou o
bastão e foi para a outra porta. Quebrou o vidro e passou por ele. A porta
estava emperrada. Cortou o cinto que prendia o homem com sua faca. Paolo e Eddy
do outro lado arrastaram o homem para fora. O fogo aumentou. Billy sentiu seu
uniforme pegando fogo. Pulou para fora do carro e rolou no chão rolando de um
lado para outro. Conseguiu apagar, mas seu corpo estava com diversas
queimaduras. A Toyota explodiu. Graças a Deus ninguém morreu. O socorro chegou
em seguida. O homem da Toyota estava desmaiado. No hospital Billy ficou
internado por três semanas e saiu direto para a reunião de tropa. Precisava
voltar. Nunca faltou. Que chovesse canivete, mas ele estava lá na sua Patrulha
Pico da Neblina. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Quando Billy chegou uma
salva de palmas e todos correram para abraçá-lo e ele dizendo não, pois as
queimaduras não haviam sarado ainda. Aceitou aperto de mão, mas fez questão de
dizer que ele e os amigos fizeram o que era certo. Somos escoteiros não somos
heróis, disse. Na formatura Billy tomou seu lugar na patrulha. Notou a chegada
de um homem, uma mulher e uma menina pequenininha. Eles tomaram lugar na
bandeira. Após o cerimonial o homem pediu a palavra. Ele era a vitima do
Toyota. Chorava. Quase não conseguia falar. Ainda não conseguia andar direito,
pois sofrera uma fratura no braço e na perna. Foi até onde Billy, Paolo e Eddy
estavam e lhes deu um grande abraço. – Nunca vou me esquecer de vocês! Ele
disse chorando. Eu pensava que Escoteiros era uma turma de arruaceiros, de
jovens sem formação. Eu me enganei. Por anos neguei que minha filha participasse.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Mariel mudou. Agora era
um lobinha alegre e cheia de vida. Como era bom saber que seus pais também
ajudavam o Grupo Escoteiro. Mariel no final do primeiro dia de reunião se
ajoelhou quando os lobinhos e lobinhas faziam o Grande Uivo e mesmo sabendo que
ela só iria participar depois da promessa, rezou. – Obrigado meu Deus!
Consegui! Meu sonho se concretizou. – Todos olharam para ela espantados. Ela
levantou, sorriu e gritou bem alto – “Melhor Possível”! Agora sou uma lobinha,
e prometo a mim mesma que serei escoteira por toda a vida.<o:p></o:p></span></div>
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Chefe Osvaldohttp://www.blogger.com/profile/12571914679049308200noreply@blogger.com0