domingo, 10 de junho de 2012

O perverso Pirata Barba Negra.


         
AS LEGENDÁRIAS LENDAS ESCOTEIRAS

(Se ainda não leram as aventuras dos Cinco Magníficos anteriores, não percam. É uma leitura gostosa destes seniores que todos irão admirar).
Os cinco Magníficos

(Os cinco Magníficos são seniores da patrulha Aconcágua, do 568º Grupo Escoteiro Pico da Neblina. Rotineiramente estarão aqui contando suas epopeias divertidas e aventureiras. Muitas já vividas pelos nossos magníficos seniores de todo o pais. Sejam bem-vindos a patrulha Aconcágua e os cinco Magníficos).

Historia de hoje: O perverso Pirata Barba Negra.
- Nem todos os piratas eram criminosos - Isso vai depender muito do seu ponto de vista, mas durante a guerra, as nações emitiam cartas que permitiam que os navios atacassem os inimigos. Normalmente, quem atacava os inimigos dividia o que era saqueado no navio com o governo que havia emitido a carta. Esses homens também eram chamados de piratas. Os ingleses Sir Francis Drake e Capitão Henry Morgan agiam desta forma e nunca atacaram portos ou comerciantes. Para os ingleses eles foram considerados heróis. Para os espanhóis, eles eram criminosos.
                 Eu tinha o telefone de Max na carteira. O guardei de maneira tal para não perder nunca. Afinal além de conhecê-lo profundamente, pois diversas vezes nos encontramos e tive a honra de participar com eles em uma aventura sem igual quando fomos à Montanha dos Sete Desejos nunca mais esqueci aquela patrulha fenomenal. Sempre eles vinham em minha lembrança onde quer que fosse. Sempre quando eu viajava próxima a cidade onde eles moravam, não deixava de visitá-los. E-mail e lembranças entre eles e eu eram frequentes. Na tropa Escoteira no grupo em que dava minha colaboração sempre pensava que ali faltava alguma coisa. Ria comigo mesmo. Comparar com os Cinco Magníficos era até covardia. Passei para o papel todas suas aventuras em forma de romance. Ninguém em tempo algum me inquiriu se eles existiam ou não.
Max atendeu de pronto e se mostrou alegre em saber que estava em sua cidade. Ficamos de nos encontrar à tardinha na Praça do Pavão, onde havia muitos bancos e poderíamos conversar a vontade. Perguntou se poderia levar o Junior, o Jan a Liv e a Marly. Claro que sim disse. Afinal voces formam um time e falar com um em particular fica até ruim. Minha amizade se estende a todos. Cheguei no horário e eles já estavam lá. Abraços, sorrisos e logo sentamos em um gramado da praça para ficarmos mais a vontade. Era um sábado e perguntei por que não estavam em reunião. Vi que os rostos de todos ficaram triste. – Algumas coisas aprontaram eu pensei.
Chefe – Olha, era o Jan quem falava. Estamos comendo o pão que o diabo amassou. Tudo só tem dado errado. Nosso Chefe Sênior mudou de cidade e o assistente assumiu. Ele é jovem. Muito exigente. Disse que nós somos uma Patrulha que destoa da tropa. Diz que somos metidos a bom, não gostamos de participar nas atividades programadas da tropa e desfiou uma infinidade de reclamações. Ficamos calados. Não era hora para discutir com ele. Pela ultima aventura que passamos ficamos dois meses sem ir à reunião e dois meses desaparecidos da cidade. E por isso nos deu dois meses de suspensão. Estamos proibidos de fazer qualquer atividade Escoteira. – O que? Perguntei. O que voces aprontaram? – Nossa ultima aventura foi um desastre. Nossos horários nunca foram cumpridos.
Mas que aventura foi essa? – perguntei. Não lhe contamos? Para lhe dizer a verdade foi uma aventura que não esperávamos. Fomos convidados por uma Patrulha do mar que ficamos amigos no ultimo Acampamento regional de Patrulhas para um sábado qualquer irmos até a cidade deles, que é perto e iriam dar um passeio e nos levar com seu novo barco. Achamos que eles estavam preparados. Pedimos licença ao nosso Chefe Sênior e ele desconversou. Havíamos prometido que iriamos e ficaria muito mal se não fossemos. Decidimos em Patrulha que iriamos e que desse o que desse não iriamos decepcionar nossos amigos.
Embarcamos em um ônibus no sábado bem cedinho. Cedo ainda nos encontramos com eles em uma marina pequena onde o barco ficava ancorado. A reunião seria as duas e meia e dava tempo de dar uma volta na enseada e voltar a tempo da reunião. Chefe – O senhor nem imagina o que aconteceu. – Saímos da baia, pois eles eram bons remadores e disseram que iam nos Levar a Ilha das Cobras, mas que não nos assustássemos, pois era uma ilha bem conhecida deles. Eles eram quatro. Natan, Paulo, Leiva e Tonico. Bons rapazes. Todos com mais de quatro anos de escotismo.
Olhei para o Junior e ele riu. Liv e Marly continuavam as mesmas. Sempre caladas, mas sabia que quando começassem a falar não iam parar mais. Foi Marly quem continuou. – Nunca esperávamos o que aconteceu. Até hoje acho que é um sonho, mas as costas do Junior e do Jan com marca da chibata não deixa outra saída em acreditar que foi tudo realidade. Meu Deus! Chibata? O que foi isto? – Chefe – Uma história que não contamos para ninguém. Para o senhor sim, pois esteve conosco em uma e sabe da verdade. Foi incrível mesmo. Pegou-nos desprevenidos. Uma bruma, isto mesmo, uma bruma nos pegou no meio do caminho. Ficamos cegos sem enxergar nada. Nosso barquinho começou a rodopiar como se estivéssemos em um redemoinho gigante.
Não demorou muito e tudo terminou. Estávamos à deriva em alto mar. Natan o Monitor deles era bem calmo e disse que não precisávamos preocupar. Estava com sua bússola e um mapa náutico. Logo acharia onde estávamos, pois pelo vento e ciscos no mar demostravam que estamos perto da costa. Mas o incrível aconteceu. Vimos ao longe uma nau ou um galeão e nos assustamos. Não era um navio qualquer. Daqueles antigos com muitas velas e enorme. Grande mesmo. O que fazia ali um navio destes? Todos nós ficamos olhando o Galeão se aproximar. Desceram um escaler e três marinheiros vieram ao nosso encontro. Agora sim, o susto não parava. Todos eles vestidos como se estivessem no século XVIII. Obrigou-nos a entrar no seu bote e quando chegamos ao convés do navio ficamos boquiabertos. Achamos que era uma brincadeira, mas não era não. Um capitão barbudo, fétido, com uma enorme cicatriz na testa pegou o chicote e deu uma chicotada no Max e outra no Jan. Isto é para aprender a ter respeito, ele falou em inglês. Jan falava bem o idioma e nos disse o que ele falou. Vimos que não estavam ali para brincar.
Max aguentou a dor calado, mas Jan não. Gemia baixinho. O barbudo gritava, ameaçava, dizia que não tinha comida para todo mundo. Não ouve diálogos. Botaram-nos a “ferros” no primeiro dia sem comida e água. O cozinheiro deles no segundo dia nos procurou e perguntou se éramos filhos de Lord Lowell, um inglês que era amigos de Barba Negra. – Barba negra? Como? Que ano estamos? – Ele riu e disse que achava que era em 1678, não tinha certeza. Não era brincadeira. Eles não estavam brincando como o Capitão Jack Sparrow do filme Piratas do Caribe. Todos nós começamos a chorar. Medo, receio, mas o que aconteceu? Foi Jan quem disse que poderíamos ter passado pelo fenômeno de um “paradoxo temporal”. Dizem que às vezes isto acontece no mar e gera resultados logicamente impossíveis. Tornamo-nos um viajante do tempo e fomos parar no passado.
Incrível! Eu não acreditava, ou melhor, nenhum de nós acreditava. Interessante que o mais calmo era Natan. Tentava nos acalmar e dizia para termos fé. Iriamos sair desta. No terceiro dia nos deram comida e água. Libertaram-nos e fomos obrigados a fazer limpeza em muitos lugares do navio. Fétido, alguns faziam suas necessidades em qualquer canto e não tomavam banho. Um mau cheiro incrível. Liv e Marly aguentavam firme. No décimo dia já tínhamos acostumado com tudo. Um horror aconteceu no decimo quarto dia. Um navio mercante espanhol foi perseguido e atacado. Não se entregaram sem luta. Uma carnificina. Um inferno para nós. Roubaram tudo do navio, botaram fogo e mataram o resto da tripulação na prancha como se fosse uma diversão a parte. Barba Negra só vociferava. Andava com varias pistolas, facas e uma espada. Aprendeu a trançar suas barbas e pintar de vermelho, parecendo que elas estavam em chamas.
Ele ditava as regras, as normas e ninguém jamais ousavam discuti-las. Ninguém via sua parte do butins, pois ele escondia muito bem no navio que era seu. Ficamos no navio por quarenta e cinco dias. Não sei como aguentamos tanto. Uma noite Natan nos disse como fugir. Ele conseguiu ver nosso bote amarrado próximo a estibordo do navio e soltá-lo seria fácil. Não titubeamos. Se descobrissem sabíamos que iriamos pagar caro, mas não dava mais para continuar. Quarenta e cinco dias sem banho, comendo mal, agua salobra um inferno. Uma da manhã, uma noite que o rum correu solto. Beberam até cair. Paulo, Junior, Max e Leiva foram desamarrar o barco. Tonico Liv e Marly ficaram juntos. Não tínhamos comida nem agua. Seja o que Deus quiser pensamos.
Não foi difícil, todos desceram pelas cordas que ficavam na lateral do navio. Uma hora depois já não avistávamos o galeão. Sorrimos e gritamos de alegria. Mas à tarde, o sol quente e a sede queimavam os lábios de todos. Ainda bem que a sueste umas nuvens negras prenunciavam chuvas torrenciais. Alegria com a agua. Bebemos até a barriga estufar. De manhã avistamos uma cidade e ficamos com medo de aproximar. A fome era enorme. Nossas roupas em farrapos. O que fazer? Dito e feito. Uma bruma nos pegou de chofre. Um redemoinho e acordamos com o sol a pino próximo a ilha das cobras. Gritos, alegria, sorrisos, e em pouco tempo chegamos à marina. Fracos, em frangalhos fomos socorridos.
Depois ficamos sabendo que ficamos fora mais de cinquenta dias. No hospital convalescendo mais de quinze dias. Contar o que para eles? Iriam acreditar que estivemos prisioneiros do pirata Barba Negra no ano de 1678? Quem iria acreditar? Todos nos resolvemos calar. A desculpa foi que o barco ficou a deriva e navegamos sem rumo por todo aquele tempo. Comemos frutas em ilhas que achamos e graças a Deus conseguimos voltar. As nossas familiares choraram de alegria com a nossa chegada. Achavam que estávamos mortos. A maioria queria que saíssemos do escotismo. Fim da Patrulha Aconcágua? Impossível. Isto não iria acontecer nunca.
Nosso Chefe Sênior não perdoou. Em uma reunião do Conselho de Tropa Sênior nos suspendeu por dois meses. Proibidos de fazer escotismo e falar sobre ele. Pediu aos nossos pais que não deixassem que nos encontrássemos (os membros da Patrulha). Mas não adiantou. Quase todas as noites nos falamos pela internet, celular e uma vez por semana encontramos sempre aqui na praça. Somos amigos e irmãos escoteiros e seremos até morrer. Sei que eu e o Max já estamos nos aproximando dos Pioneiros e sentirei muito a falta de todos. Não sei o que vai acontecer, mas o Junior me disse que a Patrulha não ia acabar nunca. Ele, Liv e Marly fizeram um juramento que nossa falta seria sentida, mas outros nos substituiria.
Fiquei pensando em tudo. Uma aventura incrível. Desta vez a morte por perto. Já tinha lido algum sobre o pirata Barba Negra. Ficou anos saqueando navios até que um dia a colônia de Virginia despachou uma força naval britânica sob o comando de Robert Maynard, e depois de uma dura batalha, obteve sucesso e a morte do Barba Negra foi inevitável. Dizia o relato que ele foi decapitado e a cabeça dele pendurada na verga do mastro principal do navio “Queen Anne’s Revenge”. Os seniores e as guias não viram nenhum tesouro no navio. Dizem que teria sido enterrado por ele e que nunca foi encontrado. Porem muitos duvidam que o tesouro tenha existido.
Voltei para minha cidade e continuei mantendo contato com os Cinco Magníficos. Vencido a suspensão voltaram às atividades desta vez diminuindo um pouco a sede de aventura. Max e Jan passaram para os pioneiros e uma nova guia e um novo Sênior foi admitido à patrulha. Mês que vem deverei realizar uma inspeção em umas máquinas que vendemos em uma cidade próxima. Vou encontra-los é claro. Sei que corre na veia daqueles valentes seniores e guias um sangue quente de aventuras. Iram aprontar outras tenha certeza.
Mais uma historia que irei contar para meus leitores. Acreditar? Ninguém vai acreditar. Irão pensar que é alegoria do autor. Um suspense ficção para impressionar. Que pensem assim. Eu conheço a Patrulha, estive com eles em uma que até hoje fico pensando o que foi realmente. Gostaria de voltar a ser jovem. Daria tudo para ser aceito na Patrulha Aconcágua. Seria tenho certeza um grande Sênior dos Cinco Magníficos!

Alguns mitos dos piratas

. Alguns contos de piratas dizem que o costume de matar sobre a prancha começou depois da Era Dourada, mas as evidências sobre isso são quase inexistentes. Mas não pense que esse era o único tipo de punição. Piratas que quebravam as regras eram abandonados em ilhas, chicoteados ou mesmo “quilha-transportados”, um tipo de castigo em que um pirata era amarrado a uma corda e então jogado ao mar, de um lado do navio. Então era transportado pela quilha, por baixo do navio, até o outro lado.

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Eles raramente enterravam tesouros. Um ou outro de fato fizeram isso, como o Capitão William Kid, mas a verdade é que pouquíssimos chegaram a enterrar algum tesouro. E existiam algumas razões para isso. Eles preferiam dividir os tesouros roubados entre a tripulação do que enterrá-los. Além disso, a maioria dos tesouros não era ouro e sim comida, tecidos e outras - coisas que estragariam facilmente se enterradas. Na verdade, essa lenda de enterrar tesouro durou tanto tempo devido ao livro “Treasure Island”, que falava de uma caça ao tesouro.


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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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