Histórias de
Fogo de Conselho.
Pequenas
historias em noites de acampamento.
... Brilha a fogueira... Uma tropa
pensando bem poderia ser uma alcateia... Em um acantonamento/acampamento, dia
de fraternidade de fogo de flor vermelha de se divertir. Melhor Possível,
Sempre Alerta, e Servir! Belisco na face e sorrio ao lembrar... Lá está a Tropa
ou a alcateia numa clareira, sorrindo brincando, cantando e vivendo belas
místicas que fazem do escotismo uma grande Fraternidade.
Oiá! Se achegue, se jogue
em qualquer banco, foi a Patrulha quem fez. Pioneiría da boa com amarras e
cipós dos bons retirados de uma aroeira na beira do rio. Ali do lado tem duas
cadeiras mateiras feita do legítimo Bambu Chinês. O foguito tá crepitando e se
quiser se sirva de um bom café no bule. Zé Patu cozinheiro colocou na brasa
agora. Tem bananas e batatas doces tostando no doce costado do fogo. E olhe, se
você é lá dos pampas, pois tô vendo seu barbicacho e seu rebenque se sirva de
um bom chimarrão. Vamos apertar um mate, tchê? Use e abuse da chaleira perto da
fogueira. E se você meu amigo for lá do norte, não me esqueci de você. Tem
rapadura no pedaço, cozinhando uma boa carne seca, portanto se sacode, vai se
sentando, pois depois da cantoria vou contar para vocês pequenas historias e
sei que vocês vão gostar. Sei que aqui ninguém conheceu a Ana, lá das terras
capixabas, escoteira das boas sempre tirando o primeiro lugar. Pôncio seu Chefe
um dia se assustou quando ela o procurou: - Chefe, eu gostaria de ser uma
grande escoteira, quero aprender tudo e tirar centenas de especialidades e o
Lis de Ouro. Só assim eu me sentiria melhor que os outros.
- O Chefe Pôncio um homem
curado e cheio de sabedoria respondeu sorrindo para ela: - Ana minha cara
escoteira, se alguém vai para o campo e começa a correr atrás de duas raposas
ao mesmo tempo, vai chegar um momento em que cada uma correrá para um lado. Ele
ficará indeciso sobre qual continuará perseguindo. Enquanto ficou a decidir,
ambas fugiram... Ana olhou espantada para ele. - Lembre-se sempre que em sua
jornada escoteira você terá de escolher sempre uma opção de cada vez. Se
dedicar e fizer o melhor possível exatamente naquela que optou primeiro você
irá obter sucesso. Ana sorriu meio cabisbaixa e agora sabia que devia fazer uma
coisa de cada vez. Todos de olhos abertos sorrisos largos ouvindo o Chefe
Contador de Histórias. O fogo estava gostoso, o céu estrelado, a mata sorria
levando alegria por todo lado. Escondido atrás do tronco, Zelito um Lobo
Cinzento olhava assustado aquela malta de gente alegre. - Já ouviram falar no
Escoteiro Juvenal? Foi bem recebido na Patrulha do Condor. Sexto escoteiro foi
escolhido para Almoxarife. Ele sonhava em ser um Sub Monitor e um dia Monitor.
Ele tinha letra bonita era inteligente e quando lhe disseram do acampamento que
ia se realizar ele vibrou. Sorria pensando no Campo da Patrulha, comida
mateira, pioneiras e jogos que duravam o dia inteiro. Sonhava com o Fogo do
Conselho.
- Tomou coragem e pediu ao
monitor para fazer o Pórtico da Patrulha. O Monitor educado disse que sim. Ele
acreditava que para aprender tem de fazer. Juvenal não se fez de rogado. Pesquisou
desenhou, aprendeu com dois pedaços de eucaliptos as famosas amarras
escoteiras. Ficou bom na quadrada na Diagonal na paralela e no Tripé. Juntou
vários gravetos e aprendeu dois tipos de costura de arremate. Ensinaram-lhe a
usar luva para dar as amarras e não encher as mãos de calos. “Melhor duas,
pensou”, pois irá usar a pá, e se a patrulha tivesse uma picareta dobrável iria
precisar. Levou também um Sacho duas pontas do seu pai e na Patrulha só tinha
uma cavadeira articulada. Tudo bem, melhor que nada. - Planos a pleno vapor. Passava
horas fazendo croquis de como seria. No dia do acampamento seu pai disse que a
família ia para a Fazenda do seu Avó em Xapuri. Ele lembrou quando esteve lá na
ultima vez. Belas viagens de barco no Rio Acre, lembrava-se dos grandes felinos
que viu na foz do rio Grande, das onças, dos lobos, da Águia que morava na
Serra do Roncador. Lembrou-se dos Búfalos que seu Avô criava. Lembrou-se do
Apaiari e do Cachara que pescou com Seu Leonel o Administrador. Lembrou-se do
Cavalo Andarilho amigo por todo o tempo que esteve lá. Da busca da Jiboia uma
cobra gigante que ele viu na Margem do Rio Acurauá. O que fazer? Aonde ir? No
Acampamento ou voltar na Fazenda do meu Avô?
- Acampamento está no sangue.
Ninguém consegue escapar. No dia marcado mochila no costado lá chegou Juvenal
sorrindo e abraçando seus companheiros. Dizem que ele fez um Pórtico que ficou
na história. Quase seis metros de altura, dava para toda a Patrulha assistir o
por do sol que se escondia lá prús lado do Morro da Formiga. São coisas né meus
amigos que só os escoteiros sabem explicar. Mas ai vai a ultima história da
noite, depois vamos cantar dançar a dança do macaco, pular sobre a fogueira gritando
“Anuê” e lembrar-se dos velhos tempos. - T.Burcio pioneiro era um pandego para
ninguém botar defeito. Com suas metáforas divertidas divertia a todos nós: - Chefe
ele dizia com aquela cara de besta: - Não basta ser pobre. Tem que abaixar o
volume da TV para escutar quanto tem briga de vizinho! Rsrsrs. Em princípio
ninguém entendia, mas seu sorriso sua maneira de dizer atraia demais. E ele não
parava: – Espelho, espelho meu... Por que as pessoas se preocupam mais com a
minha vida do que eu? Eita T.Burcio. – Vez ou outra me olhava nos olhos e
dizia: Chefe sabia que o final de semana deveria levar uma multa por excesso de
velocidade? Pois é Chefe, me disseram que quem ama cuida, muita gente deveria
me amar. O que tem de pessoas cuidando da minha vida não está no gibi Chefe! –
E Chefe, sabe que o único final feliz que eu conheço é o final da semana?
- Parei, amarrei minha égua
aporrinhada no cabresto da portilha, convidei todos para abrir o Corote, cada
um pega um Coité e deixa o chá quente rolar goela abaixo por que é hora de
dormir. Qualquer dias desses se Deus quiser eu conto mais! A você Chefe amigo,
seja lá na tropa ou na Alcatéia, não se apoquente, faça sua fogueira acontecer
cheio de paz amor e fraternidade. Boa reunião bom acampamento!
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