Lendas da
Jangal.
A lenda do
Arco-Íris.
Uma História
para lobinhos.
Após o jantar, eis que
a Akelá Lucinha pede ajuda as matilhas para lavarem as vasilhas e dar uma folga
a Vovó Maria. Os lobos ficaram encantados com ela quando na noite anterior
contou a história do Boi Lavrador. Esperavam com muita ansiedade outra história
por isto ninguém se negou a ajudar. Tão logo terminaram correram até Vovó Maria
e ela sorrindo prontamente atendeu ao pedido dos lobos. Foram até o pátio
gramado, O Balu e a Kaa acenderam um lampião e todos de olho na luz ofuscante
viram quando Vovó Maria se elevou no ar e começou a contar:
Era uma vez, em uma
cidade muito linda onde todos aprenderam a sorrir e cantar eis que morava em
casebre em uma rua sem nome uma família que não era feliz. – Ele se chamava João e era pobre. O pai tinha
morrido e era muito difícil a mãe manter a casa e sustentar os filhos. Um dia
ela pediu-lhe que fosse pescar alguns peixes para o jantar. João reparou numa
coisa a mexer-se no meio do arvoredo… Viu um pequeno Coelho Amarelo… Aproximou-se
sorrateiro, abaixou-se, afastou as folhas devagarinho e viu que ele estava sentado
num minúsculo banco de madeira. Costurava um colete verde com um ar
compenetrado enquanto cantarolava uma musiquinha.
- À frente do João estava um Coelho. Um Coelho Amarelo. Rapidamente esticou o braço e prendeu o Coelho entre os dedos. – Boa tarde Senhor Coelho. - Como estás João? – Respondeu o Coelho com um sorriso malicioso. João não sabia, mas o Coelho tinha montes de truques para se libertar dos humanos. Inventava pessoas e animais a aproximarem-se, para que desviassem o olhar e ele pudesse escapar. – O Coelho astuciosamente perguntou a João: - Diz-me lá, onde fica o tesouro do arco-íris? Eis que na curva do caminho apareceu um touro a correr para o João, e o Coelho espertamente gritou para o João que vinha lá um touro bravo a correr bem na sua direção. Ele assustou-se, abriu a mão e o Coelho desapareceu.
- O João sentiu uma grande tristeza, pois quase tinha ficado rico. Tinham contado para ele que quem prende um Coelho Amarelo encontra o Arco-Íris e fica rico. E tristonho voltou para casa de mãos a abanar, sem ter pescado peixe nenhum. Mal chegou contou à mãe o sucedido. Ela, que já conhecia a manha dos Coelhos Amarelos, ensinou-o: - Se alguma vez o encontrares, diz-lhe que traga o tesouro imediatamente. Passaram-se meses. João um dia encontrou de novo o Coelho Amarelo. O viu ao voltar para casa, sentiu os olhos ofuscados com um brilho intenso. O Coelho estava sentado no mesmo pequeno banco de madeira, só que desta vez consertava um dos seus sapatos.
- O Coelho sabidamente gritou para João – Cuidado! Vem lá o gavião! – e fez uma cara de medo. – Não me tentes enganar! – disse o João. – Traz já o pote de ouro! – Traz já o pote de ouro ou eu nunca mais te solto. – Está bem! – concordou o Coelho. – Desta vez ganhaste! O pequeno Coelho fez um gesto com a mão e imediatamente um belíssimo arco-íris iluminou o céu, saindo do meio de duas montanhas e terminando bem aos pés do João… Até esconderam o pequeno pote… As sete cores eram tão intensas que precisaram esconder o pequeno pote de barro, cheio de ouro e pedras preciosas, que estava à sua frente.
- O Coelho Amarelo abaixou-se, com o chapéu fez-lhe um aceno de despedida, e gritou, pouco antes de desaparecer para sempre: – Adeus, João! És um menino esperto! Terás sorte e serás feliz para sempre! E foi o que aconteceu. O pote de ouro nunca se esgotou e o João e a sua família tiveram uma vida de muita fartura e de muita alegria. E como toda lenda o pote nunca se esgotou!
E a lobada foi dormir
feliz sonhando um dia também encontrarem um Coelho Amarelo para ver o Arco-Íris
e o pote de ouro!
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