E o Pássaro Azul levou meus sonhos para nunca mais voltar!
- Porque Pássaro Azul eu não
tenho mais direito em sonhar? E não posso mais acreditar em meus sonhos? –
Chefe, seus sonhos são tristes, nostálgicos, não existe mais aquela alegria do
passado. – Olhe dentro de você. Qual foi a ultima vez que cantou uma canção?
Qual foi a última vez que apertou a mão de um amigo Escoteiro? Você se fechou
dentro de si, só ouve a voz do vento e ele nunca trás para você a doce
primavera do passado em forma real. – Seu mundo é imaginário. – Você ainda não
viu que a forja que temperou o aço do que você foi feito acabou. – Não vai mais
existir aquela alegria de tempos idos. Ela não pertence mais a você. Ela está
em outros sonhos, agora dos jovens que fazem a sua maneira um belo escotismo.
- Olhei para o Pássaro Azul que
sorria um sorriso enigmático, como a perscrutar no espaço o que seria eu para
ele. Tinha um porte altivo, sem encarar ele procurava saber quem era eu. Para
descobrir todas minha vicissitude analisava os meus medos, as circunstâncias
que cercaram a minha vida. Para ele eu não era casual e imperecível. Na sua
maneira de pensar não existe o acaso. E para ele eu estava criando em minha
mente uma possível volta no tempo, o que seria eternamente impossível. – Veja
Pássaro Azul, você está analisando o meu sorriso, a minha atitude, isto até é
fácil. Você é contra o que eu penso, acha que estamos vivendo um momento único
na história. – Deve ser por isto que
levou meus sonhos. – Você não tem este direito.
- Às vezes Pássaro Azul eu me
sinto só. Não do calor humano. Esses não me faltam. O Pássaro Azul não entendia
o porquê minha luta era o nada contra o nada. Muitas vezes pensei em desistir.
Mas seria o que sou? Seria o intransigente que me leva a sonhar o impossível? –
O Pássaro Azul sorriu. – Todos nós somos um pouco intransigente. Do outro lado
também eles existem. Mas eles são os que decidem e você não. Lágrimas caíram em
meu rosto. O Pássaro Azul atingiu-me fundo. Não sei se merecia. Nos meus sonhos
que ele levou não quis desservir ninguém. Acreditava que amava a todos que
conheci. – Engano seu, ele disse. – Acredito que você ainda não viu a forma de
amor que criou para você.
- Mas não fique triste. Ainda
deixei pequenos sonhos contigo. Sonhos reais, palpáveis. Siga aquele poema que
um dia falou das tristezas, ande sempre em frente, não crie ilusões, ilusões
nada trazem de beneficio. Não ande nas sombras. Assopre o pensamento triste.
Deixe escorrer esta lágrima que cai dos seus olhos. Se necessário vá até o
fundo do poço, mas volte renovado. O Pássaro Azul me trouxe uma lição de vida.
Avaliar o que fui e o que devo ser e ver a nova meta da minha vida. Sempre
achei que fui feliz. A minha maneira acreditei. Tinha que mudar. Mudar para
melhor. Cantar as mais belas canções. Procurar no espaço o que não encontrei na
terra.
O Pássaro Azul voou por
sobre as nuvens fez uma ou duas paradas como a dizer pela última vez: - Não
esqueça. Quando encontrar a sua alegria de viver, respire fundo. Deixe a
energia cósmica entrar em você. Abra a janela. Deixe que os pardais procurem a
luz para você. Se encontrar, coloque-a dentro do peito. Lembre-se, a felicidade
é seu objetivo. E ele se foi zigzagueando pelo horizonte até desaparecer no
azul do céu profundo. Meu coração encheu-se de júbilo. Perdi uma parte dos meus
sonhos, mas ele me deu parte das respostas que eu procurava. A felicidade
existe. Está ao nosso lado. Quando cantamos com o coração ela está junto.
Lembrei-me de uma canção antiga, linda, que me marcou muito:
- Este ano, quero paz no
meu coração. Quem quiser ter um amigo, que me dê à mão. – O tempo passa, e com
ele caminhamos todos juntos. Sem parar. Nossos passos pelo chão vão ficar.
Marcas do que se foi. Sonhos que vamos ter como todo dia nasce em cada
amanhecer!
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