Em volta da
fogueira.
Na trilha do
tempo.
Era um velho amigo que
ficou perdido no tempo. Nem sei por que nos cumprimentamos tão efusivamente.
Foi um reencontro despretensioso uma rápida conversa menos convencional. – Olá
Chefe! – Como vai? - O olhei de soslaio. Eu me lembrava de tudo que fez e das
mágoas que deixou. Pensando bem são cicatrizes benignas feitas por pessoas que,
usufruindo de uma fraternidade deixaram uma intersecção de uma história que
seria melhor apagar.
Ele apertou minha mão. -
Ainda com ressentimentos? Disse. – Olhei para ele e permaneci calado. – Um
pedido de desculpas, um abraço e uma lágrima poderiam ser considerados como um
retorno para um perdão? – Chefe desde aquele dia vou sobrevivendo a cada dia,
com tombos e tropeços em meio à ventania que me aconteceu. Tento vencer os
desafios, mas a dor é maior que aceitar o que fiz e me manter de pé a cada
folha que caiu...
Não disse nada só o abracei.
Choramos juntos as desventuras de um desentendimento que nem deveria ter
existido. – Chefe eu não conheço todas as flores, mas vou colher uma por uma e
mandar ao senhor todas que eu puder. – É o tempo cura cicatrizes. A velha
amizade sincera voltou. O espaço e o tempo estão interligados. Não podemos
olhar para o espaço à frente sem olhar para trás no tempo...
Eu sabia que não adiantaria
falar sobre o ontem, porque então eu era uma pessoa diferente do que sou hoje.
Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente. O
abraço fez do tempo um pedaço de bem querer. Lentos os dias que se acumulam.
Como vão longe os tempos de outrora... Agora bons amigos que sabiam que a
saudade voltou em belos momentos cheio de felicidade! Apenas o perdão redime, e
as mágoas ficam perdidas no tempo!
Nota -
“Essa lembrança que nos vem às vezes... folha súbita que tomba abrindo na
memória a flor silenciosa de mil e uma pétalas concêntricas... Essa
lembrança... Mas de onde? de quem? Essa lembrança talvez nem seja nossa, mas de
alguém que, pensando em nós, só possa mandar um eco do seu pensamento nessa
mensagem pelos céus perdida... Ai! Tão perdida que nem se possa saber mais de
quem!” (Mario Quintana).
Nenhum comentário:
Postar um comentário