Contos de
Natal.
Pedro o
Pescador.
“Então é Natal, e o que
você fez? O ano termina, e nasce outra vez. Então é Natal, a festa Cristã. Do
velho e do novo, do amor como um todo, Então bom Natal, e um ano novo também
que seja feliz quem souber o que é o bem”.
Ele não esperava. A menina
era linda e o beijou no rosto. Era uma escoteira e sorria para ele. Ele tentou
sorrir, mas viu muitas pessoas se aproximando o chamando de pedófilo e tantas
coisas mais. Tentou correr e não conseguiu. Uma fome incrível e a fraqueza
enorme. Tinha dois dias que só comeu um pão. As coisas não iam bem e nem os
bons samaritanos que lhe davam um almoço ele encontrou. Começaram a bater nele
de todo jeito. Eram muitos. Levou socos por todo corpo e no rosto. Um jovem tinha
um bastão na mão e ele perdeu os sentidos.
Ouvia a menina gritando que não
era o que pensavam, era apenas um jogo. As outras Escoteiras podiam afirmar.
Ninguem prestava atenção. Afinal era um homem asqueroso, barbudo, fedia e nem
documentos tinha. Acordou em uma cama de hospital preso por uma algema a cama
de aço. Ao lado um policial o olhava com asco. Começou a lembrar de quem era.
Lembrou que saiu para pescar em seu barco e uma borrasca o jogou ao mar. Sabia
nadar. Nadou tanto que nem se lembrava mais o que aconteceu.
“Então é Natal, pro
enfermo e pro rico e pro pobre, num só coração. Então bom Natal, pro branco e
pro negro amarelo e vermelho, pra paz afinal, “Então bom Natal, e um ano novo
também que seja feliz quem, souber o que é o bem”.
Debora não se conformava. Ela e Raquel
choravam o dia inteiro. Ele não teve culpa a culpa fora delas achando que
podiam brincar e ficar por isto mesmo. Tentou convencer a Chefe Rebeca para
ajudar, mas era natal, ela ia viajar para a casa de seus pais. O Chefe Batuel
fora para a praia. Tentou sua mãe e a mãe de Raquel e nada. Elas sabiam que
deixar aquele pobre homem preso e todo machucado seria demais. Afinal eram
Escoteiras, sempre fizeram uma boa ação, levavam a sério a lei e a promessa.
Chamaram a patrulha. A Tropa se reuniu. Foram para a porta da delegacia.
Ele ainda estava no hospital.
Foram para lá. Ninguém as deixou entrar. O Doutor Efraim se apiedou. Ouviu a
história. Levou Debora e Raquel ao quarto do homem preso. Elas se ajoelharam e
pediram perdão. Pedro lembrou de seu nome. O chamavam de Pedro o Pescador. Da
Aldeia de Nazaré. Lembrou de Ezra sua esposa, chorou quando viu na sua mente
Ioná e Jane suas lindas filhas. Sentou na cama do hospital e beijou as mãos das
duas Escoteiras. O Policial tentou intervir, mas o Doutor Efraim o proibiu.
“Então é Natal, o que a
gente fez”? O ano termina, e começa outra vez. Então é Natal, a festa Cristã.
Do velho e do novo, o amor como um todo, “Então bom Natal, e um ano novo também
que seja feliz quem, souber o que é o bem”.
Pedro começou a lembrar de
sua vida. A sua Aldeia de Nazaré apareceu linda em sua mente. Era noite de
natal e sua família devia estar na Capela a celebrar a chegada do filho de
Deus. Sabia que seus amigos deviam estar rezando por ele. Lembrou-se de Ezra
sua esposa, amada, linda, a mulher que ele escolhera para viver com ela por
toda a vida. Quanto devia ter sentido sua falta. Porque ele se esqueceu de
tudo? Afinal era feliz, pescava, os peixes davam seu sustento. Pobres sim, mas
ele Ezra e suas filhas Ioná e Jane tinham tudo que queriam ter. Uma casinha a
beira mar, um barco simples, mas feito com suas mãos. Amigos e uma aldeia que
seriam deles para sempre. Nunca pensou em sair dali. Amava todos, amava sua
família, amava seus amigos e suas aldeia.
“Harehama há quem ama
Harehama, há, Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra
vez. Hiroshima, Nagasaki, Mururoa, ha... É Natal, é Natal, é Natal”.
Uma multidão de escoteiros e
Escoteiras se aglomeram em frente ao hospital. Eram seis da tarde do dia 24 de
dezembro. O delegado chegou. Não teve jeito tinha de soltá-lo. – Pedro, disse o
delegado, vou soltar você, mas não pode ficar aqui. Vou pedir que uma viatura o
leve até sua aldeia. Fique lá, não venha aqui por uns bons tempos. Sua foto
saiu no jornal e na TV se souberem que você está solto podem matá-lo. Mesmo
sendo 24 de dezembro Debora convenceu seu pai a levá-lo no lugar da viatura
policial. Pai a culpa é minha! Jerusa sua mãe se convenceu. Eu também vou.
Partiram rumo a Aldeia de
Nazaré. Chegaram lá por volta das onze da noite. A aldeia dormia. Mas ouviram
um órgão tocando. Vinha da capela e ela estava cheia. Pedro o Pescador entrou.
Um silencio profundo. Uma voz cortante no fundo da capela se ouviu – Pedro! É
Você? Jesus amado. Você está vivo! – Ezra Ioná e Jane correram para abraçá-lo.
A alegria invadiu a todos que estavam naquela capela humilde da cidade Nazaré.
Debora chorava de alegria, abraçou seus pais. – Missão cumprida pai, agora me
sinto feliz e com meu coração sorrindo. Olhou novamente para Pedro e gritou bem
alto: Anrê Pedro seja feliz. Sempre Alerta!
Então É Natal
– Simone
“O milagre não é dar vida ao
corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo”!
Ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo”!
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