Vale
a pena ler de novo.
A
lenda da Fada Azul muito além de Avalon.
(uma
historia para os lobos da Jângal)
(A terra
das Fadas ou o mundo das Fadas é o lugar onde as Fadas e outros seres mágicos
habitam. Este lugar fica em outro plano de existência. O lugar também é
conhecido como vários outros nomes devido às diversas lendas existentes, como
Elfiand, Avalon, Pais das Fadas e muitos outros).
Julia morava no final da Rua
Esperança. Não era uma rua feia e nem bonita. Não tinha calçamento e nos tempos
de sol muita poeira, nas chuvas lamaçal em toda sua extensão. Mas Julia gostava
de morar ali. Sua mãe um dia disse que
iria atrás de seu pai que foi embora. Ela também nunca mais voltou. Ela morava
com a Vovó Francisca. Era pobre, muito pobre. A sua Vovó vivia da pensão do seu
avô, não mais que um salário mínimo. Nunca tiveram uma TV e ela sonhava em ter
uma mesmo que fosse preta e branca.
Julia tinha dois amores, porque não três? Sua Avó, sua matilha e seu
sonho em ser uma fada. Ela tinha lido muito sobre elas. Tantas histórias ela
leu, aprendeu seus costumes, suas cidades e seu castelo. Ela sabia que as fadas
são seres fascinantes e sempre desejou conhecer melhor seus segredos, seus
costumes e seus mistérios. Ela sabia que muitos procuravam as fadas atrás do
Tesouro da Mãe D’água. Ela não. Queria sim ser uma fada para ter poderes de
fazer as pessoas felizes.
Julia tinha oito anos e era
uma menina esperta, alegre e nunca reclamou de nada em sua vida. Afinal sua
Vovó não deixava faltar nada para ela. Por causa do mundo das fadas que ela
tinha lido, sua avó comprou uma flauta e ela devagar aprendeu a tocar
deliciosos acordes e melodias. Ela queria dançar como elas, seguir o ritmo da
natureza e quem sabe aproveitar os sons da água e do vento para realizara
grandes bailes na floresta encantada. Julia fazia de tudo para um dia encontrar
com uma fada. Meditava, no lugar do cristal de quartzo leitoso ela usava um
pequeno broche que sua mãe lhe deu. Mesmo fazendo todas as magias que aprendeu
no livro das fadas da biblioteca da escola ela nunca conseguiu encontrar uma. A Akelá Nancy sorria sempre quando a via sonhar no seu mundo
encantado das fadas. Todos sabiam do que ela gostava e muitos ficavam juntos a
ela só para ouvir historias que nunca ouviram em suas vidas.
Uma vez o Chefe Tomé, um
barbudo que vivia amedrontando seus escoteiros, disse para ela que os duendes
são fadas e aparecem para as meninas como um homem Velho, duendes dizem adoram
colecionar ouro e depois colocam numa panela e escondem em uma ponta do
arco-íris. Ele vivia dizendo para ela: - Cuidado com a fada, pode ser um duende
e levar você para seu castelo onde nunca mais você vai voltar. Ela saia
correndo e chorando dizia a Akelá que o Chefe Tomé era um homem mau. A Akelá
Nancy sorria e dizia para ela não se preocupar. Mas em toda reunião o Chefe
Tomé aprontava. Um dia a Alcateia foi acantonar em uma fazenda de um antigo
Escoteiro do Grupo. Quando desceram do ônibus ela viu que a casa sede era igual
a um desenho onde morava a Fada Azul. Seus olhos brilharam. Agora sabia que iria finalmente conhecer uma
fada.
Seriam três dias
acantonados. Mas no segundo dia Julia desapareceu. A procura foi intensa. Veio
os bombeiros, a policia, escoteiros de todo lado ajudar. Nada. Nem uma pista em
lugar nenhum. Ao mesmo tempo o Chefe Tomé também sumiu. Será ele o culpado? A
esposa do Chefe Tomé não parava de chorar. Ele tinha três filhos todos
escoteiros e uma escoteira. Impossível pensar algum de ruim. Uma semana depois
o Guarda Polônio a encontrou dormindo na praça da estação. O povo todo veio ver
e ela estava vestida de fada. Um lindo vestido de seda azul. Ela sorria de
olhos fechados. Levada ao hospital ficou lá dois meses em coma profundo. Em Pedra
Bonita uma cidade vizinha a policia encontrou o Chefe Tomé dormindo na praça da
estação. Quem era? De onde veio? Ele sorria, mas de olhos fechados. Ficou três
meses em coma. Em Esperança ninguém mais acreditava que ia voltar.
Ele acordou do coma e gritou
chamando sua esposa e seus filhos. Avisados foram buscá-lo. Uma semana depois
ele soube do acontecido com Julia. Foi até a casa dela e pediu sua Avó para
entrar. Foi bem recebido. Julia sorriu para ele. – Vamos manter segredo? Ele disse.
– Ela balançou a cabeça concordando. Ninguém iria acreditar. Ambos foram
transportados para a cidade de Avalon. Lá foram recebidos por centenas de
fadas. Chefe Tomé foi levado por um duende verde e ficou lá na cidade deles por
muito tempo. Julia entrou a escola das fadas. Aprendeu a fazer o bem, a ajudar
a todos sem distinção. Aprendeu a voar, a fazer magias, aprendeu tudo e a Fada
Madrinha disse a ela que quando crescesse poderia morar ali com elas. Chefe
Tomé sofreu na mão dos duendes. Afinal ele sentia prazer em fazer medos aos
escoteiros e os lobos. Mas no último dia da sua estada o Duende Verde lhe
disse: Se fizer novamente vai morar aqui para sempre e será aquele a puxar a
carroça do Duende Azul.
O tempo passou Todos se
esqueceram de Julia e o Chefe Tomé. No grupo Escoteiro todos notaram sua
transformação. Uma educação enorme no trato com os escoteiros e lobos. E Julia
quase não comentava mais sobre as fadas. Ela sabia que não iriam acreditar que
foi aceita pela sociedade delas. Agora era mais uma. A noite quando todos
dormiam e quando a lua se escondia, ela colocava suas asas e seu mantra mágico
e saia voando pelo céu a brincar com suas amigas que moravam em Avalon.
- É contado nas lendas, que uma vez houve um tempo
quando o mundo humano era um só com o mundo das fadas. Mas por causa de alguma
mudança dramática, fadas tiveram que recuar e manterem-se distantes do nosso
mundo. No entanto, as mesmas lendas dizem que ainda existem alguns portões
entre o mundo das fadas e o nosso. Aqueles que têm o dom ou estão em posse do
mantra mágico pode entrar no Mundo das Fadas quando bem quiserem.
"Não há dúvida de que as fadas existem. Temos duas casas
de fadas bem perto de nós e temos registros de conversas entre fadas e as
pessoas da Alcateia dos lobos de Seone.". Quem me contou foi um Duende que
mora próximo a Rio da Felicidade.
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