sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Lendas Escoteiras. Rataplã Chico Fumaça. Nós te amamos para sempre!



Lendas Escoteiras.
Rataplã Chico Fumaça. Nós te amamos para sempre!

Prefácio: - Um conto simples. Simples demais. Quem sabe alguém vai gostar e comentar? Não sei. Se pelo menos entenderem a mensagem fico feliz. Fraternos abraços.

                       Ele não entendia por que. Aonde ia estavam sempre gritando e dizendo – Chico Fumaça, o bobão! – Ele ficava triste porque não tinha feito nada com ninguém. Desde pequeno sempre fora assim. Ficou pouco tempo na escola. Seus colegas na classe sempre jogando bolinhas de papel e dizendo – Chico Fumaça, o bobão! Fizera no mês anterior doze anos. Sua mãe e seu pai comemoraram com uma festa para ele. Mas convidar quem? Sabiam que ninguém iria à festa do “bobão”. Chico Fumaça até que não se incomodava.

                      Como falava pouco e nunca gritava deixava que falassem. Não ligava mais. Mal dizia algumas palavras a sua mãe e seu pai. Ele um carroceiro que fazia mudanças e entregas, ela uma simples lavadeira que passava os dias na beira do Rio Canário com duas ou mais trouxas de roupa.

                       Chico Fumaça vivia mais em casa. Deixou a escola. Não dava para ficar lá. A Diretora concordou. Não podia controlar os alunos. Do pouco que aprendeu ele desenvolveu uma grande facilidade em escrever e ler. Ia ao Pingo D’água, onde despejavam o lixo da cidade e lá encontra muitos livros. Já havia feito uma coleção de mais de sessenta livros. Ele os limpava encadernava e guardava em um pequeno guarda roupa que tinha. Quando não estava ajudando o pai ou a mãe Chico Fumaça lia. Aprendeu a ler com rapidez e através das leituras começou a compreender o mundo. Chico Fumaça sentia falta de amigos. Muito mesmo.

                       Um dia indo até a Quitanda do Seu Afonso, uma molecada correu atrás dele e gritando Chico Fumaça bobão. Agora chamavam ele também com nomes feios. Jogavam pedras. Ele correu, mas eles não o deixavam em paz. Ao virar uma esquina deu de cara com muitos escoteiros. Duas patrulhas. Escondeu-se atrás deles. Os meninos calaram. Os escoteiros já sabiam quem ele era. Um deles, moreno forte, alto quase da sua idade disse aos moleques que eles não deviam fazer aquilo. Era errado. Ele era um só e eles muitos. Era covardia. Daquele dia em diante disse, Chico Fumaça seria protegido dos escoteiros. Quem fizesse qualquer coisa com ele teria de se haver como toda a tropa dos escoteiros.  Foram embora e preocupados. Agora Chico Fumaça era amigo dos escoteiros. Não ia ser fácil rir dele.

                           Convidaram Chico Fumaça para ir visitá-los. Ele foi. Adorou tudo que viu, mas sabia que não dava para ficar com eles. Não podia comprar e nem pagar nada. Fizeram um conselho de Patrulha e logo em seguida os Monitores se reuniram em Corte de Honra. Chefe Marcondes presente. Deliberaram que todos iriam ajudar. Chico Fumaça seria aceito. Sua mãe e seu pai foram lá. Choraram de emoção pela bondade dos escoteiros.

                         No primeiro dia recebeu de graça uma camiseta vermelha com o símbolo de uma Águia no peito e nome do grupo. Até você fazer sua promessa disseram. Em duas semanas ele foi a uma excursão. Amou tudo que fez e viu. O incrível aconteceu. Ninguém conhecia e nem tinha visto um Escoteiro como Chico Fumaça. Vários passarinhos fizeram amizade com ele e ficavam em volta quando não pousavam em seu ombro. Ele ria e cantava de alegria.

                           No dia de sua promessa, uniforme novo, chapelão ele estava orgulhoso. A sede Escoteira ficou escura. O que seria aquilo? Então viram no céu uma nuvem de pássaros de todas as cores, gorjeando e cantando canções desconhecidas. Um bem-te-vi amarelo e um beija flor dourado ficaram em seu ombro durante a promessa. Foi emocionante! No final quando o lhe entregaram o distintivo e o lenço milhares de pombas, gaviões vermelhos, tucanos verdes e amarelos, além de inúmeros pássaros pretos fizeram voos rasantes na sede.

                          A cidade viu aquela revoada de pardais indo para a sede dos escoteiros e muitos foram lá para ver. Ninguém sabia explicar o que significava. Disseram que Chico Fumaça falava com eles. Ele dizia que não. Era somente um amigo.

                          O tempo passou. Chico Fumaça foi para os seniores. Foi ali que descobriu que podia escrever contos, historias tudo porque participou pela primeira vez em um concurso de Contos Escoteiros do distrito. Escreveu um conto lindo. “A revoada dos pardais de Serra Dourada”. Seu conto fez sucesso. Dai para o primeiro livro foi um pulo. “O besouro verde apaixonado”. Alguém se ofereceu para publicar. Virou um Best-seller nacional. Traduzido em vários idiomas bateu recordes e recordes de venda no mundo inteiro. Chico Fumaça se tornou um escritor famoso. Nunca deixou o Grupo Escoteiro.

                         Rico ajudava a todos que o procuravam. Recebeu dos escoteiros a medalha de gratidão ouro. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Ficou conhecido no mundo todo. Só se apresentava de uniforme escoteiro. O prefeito da cidade em solenidade especial na praça lhe deu a Ordem do Cruzeiro do Sul. Então o incrível aconteceu. Ninguém até hoje soube explicar. Um mistério para os habitantes daquela cidadezinha. Quando colocaram medalha em seu peito, Chico Fumaça chorando, todos emocionados viram que a cidade ficou escura de uma hora para outra, no céu milhares de pássaros escreveram:

“RATAPLÃ CHICO FUMAÇA NÓS TE AMAMOS PARA SEMPRE”!                  

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