Histórias
de Fogo de Conselho.
A
arte do bom conselho.
Era um acampamento de
cinco dias. Após a cerimônia de bandeira e a entrega das bandeirolas de
eficiência do dia, o Chefe Conrado pediu a Jerônimo que após o tempo livre do almoço
o procurasse. Jerônimo era o monitor da Tigre. Fazia um ano que tinha sido
eleito. Quatro patrulhas acampadas. Todas com sete membros. Mas desde a chegada
a patrulha Tigre estava se distanciando das outras. Os patrulheiros pareciam se
adaptar a serem sempre os últimos. Jerônimo não. Ele sabia dos problemas da
patrulha, mas não tinha forças para resolver.
Jerônimo chegou ressabiado
na barraca da chefia. Deixou Valério o sub no comando. Laurindo o cozinheiro
sabia o que ia fazer para o almoço. Procurou o chefe Conrado. Sempre Alerta
chefe! Monitor da Tigre se apresentando. Sempre Alerta Jerônimo! Sente-se.
Jerônimo sentou no banco em frente à barraca do chefe. Eles tinham seu campo
separado. Faziam suas mesas, seus toldos e a própria comida no seu fogão
suspenso. Eram três, mas sempre cozinhavam para eles. Jerônimo tinha grande
admiração pelo Chefe. Nunca encontrou um adulto como ele nem seu pai.
Chefe Conrado entrou
logo no assunto. Tem conversas que não podem ser adiadas. - Meu amigo, sua
patrulha estava ficando para trás. Desde que chegamos nem o terceiro lugar. Alguma
coisa que eu não saiba? Jerônimo abaixou a cabeça. Olha chefe, o senhor me
conhece. Não gosto de reclamar. Tentei tudo com o Mário Júlio. Até comentei mês
passado com o senhor. É um bom escoteiro. Entusiasmado. Lê tudo que aparece de
escotismo. Mas está apático. Não presta atenção. Neste acampamento quase não
ajudou a patrulha. Fica olhando os pássaros, tentando saber o que dizem. Pega
seu caderninho e anota. Agora deu para correr atrás das borboletas. Disse que
quer saber onde dormem.
Entendi Jerônimo. Acho
que esta deve ser a causa. Porque não pensa em alguma coisa? - Já pensei chefe.
Conversei, falei disse se ele queria outra função que não escriba e nada. - Vamos
fazer uma coisa, posso sugerir? Disse o chefe Conrado. - Claro que sim chefe. -
Bem, faremos o seguinte, hoje tarde tinha um jogo de ataque e defesa. Meio
forte. Vou mudar. Faremos um sobre a “busca da Borboleta Dourada”. A patrulha
que conseguir desenhar e descrever o maior número de borboletas e saber imitar
pelo menos cinco pássaros será a campeã.
Não precisamos dizer
quem ganhou. O Patrulheiro Mário estava todo orgulhoso. Era o que ele gostava.
No dia seguinte a patrulha Tigre empatou com as demais. Não ganhou a eficiência
geral no ultimo dia, mas não fez feio. Dai para frente nunca mais ficaram em
último lugar. O patrulheiro Mário Júlio mudou da água para o vinho e a patrulha
mudou com ele.
Muitas vezes temos as
soluções simples para um problema complexo. Basta pensar e ver como será o
resultado. Se for o que se pretende ponha em Prática. Apitar, formar, jogar e
palestrar é fácil, qualquer adulto faz isto, mas o chefe escoteiro tem de ir
muito mais além. Assim como os monitores devem conduzir sua própria patrulha, o
chefe também deve saber como conduzir seus monitores e sua tropa.
“Conduza com o próprio remo a sua
canoa” Não foi isto que disse Baden-Powell?
Nota - É pelo esforço que nos,
fortalecemos, e pelo esforço que alcançamos o êxito. É no esforço de lidar com
uma dificuldade - com um sorriso nos lábios. São Jorge foi um exemplo de
esperança. Disse ele: - “Quando te deparares com a muralha lisa e nua da
dificuldade, lembra-te: apesar de à primeira vista parecer muito alta, uma
observação mais atenta pode revelar-te fendas e irregularidades graças às quais
conseguirás superá-la; e, mesmo que não possa ser escalada, aposto dez para um
em como é possível contorná-la”. Baden-Powell
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