Contos de
fogo de conselho.
“Nicodemos”.
Escolheu ir pela Rua do
Ouvidor. Poderia ter ido pela Alameda dos Bonfins. Suas escolhas não tinham uma
explicação lógica. Apenas um menino a perambular pela Rua indo em uma direção
já escolhida. No quarteirão do Colégio Santo Antônio parou. Viu o enorme portão
de ferro aberto. Foi até lá. Viu uns quinze meninos em circulo hasteando uma
bandeira. Achou interessante. Entrou e se aproximou. Achou bonito a bandeira subir, pois ventava e
ela se abria totalmente.
Viu Conrado amigo de escola na frente de dois
meninos. Ele segurava um bastão com uma bandeira com desenho de um bicho. Os
dois professores que comandavam fizeram uma brincadeira que ele não entendeu
bem. Afinal tinha meninos menores e maiores. Claro que os maiores iriam ganhar.
No final da brincadeira
eles ficaram em pé e o professor deu uma aula que ele não sabia de que era.
Quem sabe era matemática, pois ninguém gostava desta matéria e todos quase
dormiam sem ouvir. Saiu pelo portão como entrou. Seguiu pela Rua do Ouvidor até
o Escadão das Flores. Ele sabia que seus amigos estavam lá. Gostava de ir, um
bom papo conversas proibidas ele ria a beça quando um dizia ter beijado a
namorada.
Olhou no relógio. Esqueceu
que fora roubado por uns moleques do Alto do Boi Bravo. Levaram também seu
tênis que não era novo. Esqueceu completamente os meninos que dormiam na aula
de matemática. Pensou em seus sábados a
papear no Escadão do Boi Bravo com seus amigos. Sentia-se bem ali. Lá ninguém pensava
na aula de matemática. Suspirou fundo, todos estavam lá. Sorriu e pensou que
era feliz!
Nenhum comentário:
Postar um comentário