Histórias de
Fogo de Conselho.
Giovana.
Porque entrei? O que me
levou a tomar tal decisão? Não foi uma decisão fácil. Nunca me passou pela
cabeça que um dia adotaria tal filosofia. Eu tinha uma vida, acreditava que era
feliz. Sei que momentos existem para nos dar ânimo e eu procurava fortalecimento
nas palavras alheias. Achava que isto me dava autoconfiança e que promovia meu
bem estar. Vivia cercada de amigas, mas entendi que as amizades verdadeiras são
como árvores profundas: Nenhuma tempestade consegue arrancar. Foi ela quem me
virou do avesso. No bom sentido é claro. Para ser sociável fui com ela
conhecer. Achei estranho. Que ninho era aquele onde aves viviam como se
estivessem em um planeta desconhecido, mas todos se davam bem? Foram amáveis,
atenciosos uma civilidade que desconhecia, pois senti ali que as amizades
verdadeiras continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não
é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. Voltei para meu lar com a mente
cheia de dúvidas. Às vezes a dúvida nos deixa reflexões na qual a incerteza dos
nossos atos tomam posse das nossas fraquezas.
Tempos se foram e até
esqueci o dia que pisei nas flores de uma associação que distribuía sorrisos e
amores. Voltei. Eu sabia que meus parcos conhecimentos me deixavam muitas vezes
ansiosa outras me sentia orgulhosa por estar ali. Sentia-me uma espiga sem grão
erguendo desdenhosamente a cabeça para o céu procurando inverter minha sensação
de bem estar. O encantamento vem aos poucos. Você não sabe a hora certa que o
ponto da razão determina. Aprendi ali que quem pensa muito erra pouco. Aprendi
que o conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Aprendi
que primeiro devia colher a sabedoria e que isto iria armazenar a suavidade dos
meus sonhos para o amanhã. Entreguei-me de corpo e alma. Tornei-me um deles e
engoli nas teias do destino o mel da fraternidade, do amor e da bondade. Eu
sabia que a cumplicidade é o ultimo grau de sofisticação.
Agora eu era um deles.
Vesti-me diferente. Andava sorridente aqui e ali. Uma vez que você tenha
experimentado voar, você andará pela terra com seus olhos voltados para o céu,
pois lá você esteve e para lá você desejará voltar. As sementes nem sempre dão
bons frutos. É preciso saber separá-las ou melhorar sua genética para viver
plantando em perfeita comunhão. O céu me viu caminhando na terra a procurar
aventuras, entrar em matas profundas, dormir tendo ele como cobertor. Era sim
um deles ou uma delas a desfrutar da beleza da natureza as flores que
sorridentes nos recebiam com calor. Cada dia era uma descoberta, uma equipe
perfeita, uma vontade de nunca mais sair. Amava as noites as fogueiras. O
cheiro da fumaça era um balsamo para mim. Amava o fogo, amava meus amigos,
sentia que a minha vida poderia terminar ali e morreria feliz.
As amigas de outrora se
afastaram de mim. Sentiam ciúme, viam-me agora diferente. Eu dizia para elas
que podia até cair o mundo, mas eu vou sempre me manter em meus domínios e
encontrar a verdadeira fórmula para me fortalecer. Os anos passaram. Recebi um
lenço, recebi um abraço e milhões de amigos neste planeta que poderá ser um dia
o planeta do amor. Agora que amadureci, vejo como posso ajudar. Eu aprendi que
aqueles que, com tão pouca ajuda recebida conseguem ir muito mais longe, do que
aqueles que, muito receberam e pouco deram. Chamar isto como? Lei da
compensação? Aquele que mais der mais recebe? Eu costumo chamar de lei da
providencia divina. E ali naquele movimento fantástico mudei. Agora sabia que
valia a pena as dificuldades, pois são elas que nos fortalecem e nos ajudam a
crescer!
(Encontrado nos
arquivos de uma Chefe escoteira que foi para o céu).
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