Lendas
da Jângal.
A
lenda do Pica pau amarelo.
— Que significa aquela gaiola vazia lá fora, com um
letreiro: “Aqui mora o Pica Pau Amarelo da Felicidade”? O Escoteiro respondeu,
sorrindo: — É preciso ter a gaiola vazia para encontrá-lo e para possuí-lo
verdadeiramente. Só se pode possuí-lo em liberdade, porque ele pertence a
todos! Os demais escoteiros ponderaram: — Temos a certeza que o encontraste,
porque o vemos em ti! Ao que ele replicou: — Se quiserem, posso ajudar-vos a
encontrá-lo, também… Uma história para contar aos lobinhos.
... Era uma vez, uma Lobinha que
gostava de cantar. Não era uma cantora nata, mas ela sabia que cantando sempre
poderia ter um momento de paz, pois em sua casa sua mamãe e seu papai viviam a
brigar. Nas reuniões ela se sentia triste ao ver suas amigas contando histórias
de seus pais e ela não podia contar nada, pois não tinha boas histórias para
contar.
Uma vez saindo da reunião, viu
um homem vestido de branco com um chapéu enorme na cabeça também branco e
parecia estar descendo a escada de uma nuvem do céu. – Olá Lobinha, ele disse
sorrindo. Ela disse olá, mas sabia que não devia conversar com ninguém quando
estivesse sozinha. Sua mãe lhe disse isso e seu pai exigiu. – Ele demonstrando
ser um homem de paz perguntou: - Voce conhece a Lenda do Pica Pau amarelo da
felicidade? – Ela balançou a cabeça dizendo não. – Linda Lobinha, pois vou lhe
contar... “Se alguém um dia encontrar o Pica pau amarelo da felicidade, será
uma pessoa realmente muito feliz”.
- A Lobinha o olhou com maior
atenção e ele continuou: - Foi em um tempo muito antes das chuvas de verão, que
um escoteiro percorreu as montanhas da sua cidade querendo encontrar um Pica
pau amarelo. Andou, caminhou, acampou em busca dos seus sonhos. Quando o
encontrou o prendeu na gaiola de ouro que construíra. Encantado esqueceu-se de
suas reuniões e da escola ficando a admirar a ave, mas ele parecia infeliz. Não
comia nada e tudo que ele colocava para ela não queria parecendo muito infeliz.
Passou-se três dias e o
escoteiro receoso de que o Pica pau viesse a morrer de fome, soltou-o. Mas ele
não voou tão logo se viu solta. O escoteiro pensou que ele deveria estar fraco
demais para voar. Mas não, ele voou até um galho de um pé de manga do seu
quintal e se mostrava feliz. Ele o Pica pau começou a emitir um pio suave e
continuo: - Tuit... Tuit... Tuit! – Não se sabe como aquele pio singelo começou
a ressoar no íntimo do escoteiro. De coração aberto, ele desejou saber o que
ele dizia e pensou: - Seria uma alucinação? Um sonho? Foi então que o pio
começou a tomar sentido. Agora ele já entendia o que o Pica pau queria
dizer.
Fez um silencio profundo,
ouviu a voz do vento e um sussurro piou no seu ouvido dizendo: - A felicidade
para que exista você tem de ser livre. Agora que já me ouviu e me conhece, eu
te pertenço para sempre. Quando quiseres me encontrar, vista seu uniforme,
ponha sua mochila e vá encontrar-me na clareira da montanha. Assim poderemos
ficar juntos todos os dias que puder. Mas olhe escoteiro, para que tudo isto
aconteça, me arranjes um cantinho eu teu coração e ali me alimentes de AMOR! E
assim você poderá ouvir outra vez o entoar do meu canto de felicidade!
O escoteiro espantado viu o
pássaro voar rumo ao por do sol. Sentiu uma pontada no coração e sua vida
mudou. Toda sua Patrulha e sua tropa notaram sua transformação. Ele passou a
cantar e sorrir em todas as horas. Seu cantar de tão lindo atraia a atenção dos
amigos e amigas escoteiras. Parecia uma onda de felicidade e todos se sentiram
bem quando ficavam perto dele.
Só nas horas distantes, quando
ficava sozinho ele silenciava. Todos sabiam que nesses momentos ele visitava a
clareira da montanha, e junto ao Pica Paul Amarelo se reabastecia de fé, de luz
de alegria. Um dia toda a tropa se reuniu e lhe perguntaram: - O que significa
aquela gaiola vazia lá no seu quintal com aquela placa colocada na porta
dizendo: - Aqui mora o Pica pau Amarelo da felicidade?
O escoteiro sorrindo lhes
disse: - É preciso ter a gaiola vazia para encontrar o pássaro que mora ali e
assim saber que para possuí-lo ele precisa estar em liberdade. Ele meus irmãos
escoteiros pertence a todos. – Os escoteiros fitavam-no com atenção.
Um deles, um Monitor poeta
falou em nome de todos: Sabemos meu amigo e irmão escoteiro à certeza que você
o encontrou, porque vemos em seus olhos, vemos em você e no seu sorriso! – Ele
sorrindo respondeu: - Olhe meus irmãos escoteiros um dia quando quiserem e
desejar ter seu pássaro da felicidade eu poderei com a maior alegria ajudá-los a
encontrar em seus sonhos para ser feliz como eu!
Conta-se que a Lobinha de
tanta felicidade sentiu que pela primeira vez seu papai e sua mamãe também
passaram a sorrir com ela!
Baseado
no conto: - O Pássaro Azul da Felicidade!
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