Contos ao Pé
do Fogo.
Evelyn anjo
ou demônio?
Prologo: - Nota de Rodapé: - Os que riam hoje choram, os que debochavam
hoje respeitam, os que não acreditavam, hoje procuram o caminho, o que estava
morto foi ressuscitado. Fica fácil quando cada chave é colocada em sua devida
fechadura. Nada como um dia após o
outro dia. Tudo faz sentido, quando a motivação é o amor...
E daí se gostam de mim ou
não? Não estou nem ai! – Michel tremeu de ódio. Permaneceu calado para evitar
dizer uma saraiva de palavrões e ofensas. Leo que estava próximo pensou em
interferir. Melhor não pensou. Não era só os dois, toda a Patrulha Antares
queria vê-la longe. Não entendiam a Chefe Sophia que sempre aconselhava relevar,
pois ela um dia iria melhorar. Evelyn foi levada a corte de honra e a Tropa
Sênior por diversas vozes se auto-convocou para um conselho de tropa. Por quê?
Claro, Evelyn. Pensando bem Evelyn era uma jovem bonita, olhos negros
incrivelmente belos. Mas sua apresentação era péssima. Vestia mal, nas
inspeções ela sempre “enterrava” a Patrulha com seu uniforme.
Ninguém explicava
porque ela insistia em continuar como Guia. Quando entrou falou para Dante: -
Olhe Escoteiro, as montanhas da vida não existem apenas para que você Chefe no
topo, mas para que você aprenda o valor da escalada. Viva sua vida e deixe-me
viver a minha “- e quer saber”? Eu entrei nos escoteiros sem precisar de
ninguém. Nem de minha mãe. Eu não preciso de você para ser feliz, eu sei como
me alegrar todos os dias sem contar com nenhum de vocês. Evelyn era de amargar.
Parecia não amar ninguém e não queria que os outros também gostassem dela.
Porque tão mal educada? Essa
grosseria seria uma defesa? Mas defender de que? Natanael o Monitor disse a
Chefe Sophia que a Patrulha tinha votado para ela não ir no acampamento. –
Chefe, ninguém da Antares tem simpatia por ela. Acha-se a melhor, reclama e no
acampamento de Julho ela foi um estorvo. A Senhora lembra que por dois dias
ficamos em último lugar. Chefe Sophia tinha uma alma e um coração de anjo.
Nunca aprendeu a tomar atitudes firmes que precisavam ser tomadas. Sempre achou
que deveria ter um caminho uma solução.
Evelyn naquela sexta feira
chegou como sempre emburrada e dizendo: Eu vou, mas não vou servir ninguém.
Quero ser servida. Rui o Sub pensou no que viu e sentiu quando foi a casa de
Evelyn. Não comentou com ninguém. Queria ver de perto. Nicolas um amigo do
Colégio morava na mesma rua. Ficaram por horas conversando. Soube do seu
padrasto, homem mau, de Sininho com seus dois anos que era mais paparicado do
que Evelyn, soube também que na rua ninguém gostava dela, que sua mãe não se
importava, não lavava louça e nem limpava casa. Evelyn fazia o mesmo.
Pensou em conversar com a
Patrulha e colocar ao par tudo que viu e ouviu. Iria dizer que a vida pode ate
derrubar, mas que escolhe a hora de levantar é você mesmo. Engraçado, diferente
dos outros acampamentos Evelyn ao seu modo ajudou a Patrulha, mas sempre
arredia. Lídia no segundo dia há encontrou chorando próximo ao Riacho das
Flores. – Sentou ao seu lado, não disse nada. Ela sem olhar para Lídia disse
baixinho: Na vida eu encontrei três tipos de pessoas. Aquelas que poderiam
mudar minha vida, aquelas que querem predicar minha vida e ainda não encontrei
aquela que serão a minha vida.
No terceiro dia um grande
jogo foi realizado. Evelyn gostava de um grande jogo. Achava-se a melhor,
resolvia sozinha, não dava satisfação a ninguém. Na subida do Morro do Macaco
ela sumiu. Não era a primeira vez. A Patrulha se reuniu e discutiram em voltar
e procurar ou seguir em frente e achar o Tesouro escondido. Eles já tinham
decifrado todas as pistas e sabiam onde estava o Tesouro. Poderiam ganhar o
jogo, o que não acontecia há meses por causa de Evelyn. Uma revolta grande.
Achar o tesouro ou voltar para encontrar Evelyn?
Os artigos da Lei são
aqueles que dão o tom para escoteiros de verdade. Vestir o uniforme nada
significa se o coração não bate pela ajuda ao próximo. Era uma Patrulha unida,
que se preocupava. Voltaram por onde vieram. Vasculharam cada barranco, cada
ladeira, cada ribanceira e o talude do Cristo.
Já iam desistir e chamar a tropa para ajudar quando ouviram um gemido.
Na rampa onde se uniam duas trilhas havia um buraco enorme. Lá em baixo estava
Evelyn chorando. Desceram. Uma fratura exposta na perna e no braço. Ela devia
estar sentindo dores terríveis.
Rui e Hélio voltaram para
trazer socorro. Natanael, Rui Michel e Nair viram que não podiam esperar muito
tempo. Ela estava perdendo muito sangue e pálida desmaiava e acordava. Michel
no alto dos seus conhecimentos de Socorrista fez duas talas largas para não
machucar. Amarrou uma na perna outra no braço. Ela desmaiada nada sentiu. Os
lenços foram amarrados onde o sangue jorrava aos borbotões. Fizeram uma maca
com dois bastões e com muita dificuldade arrastando morro acima a maca com uma
corda chegaram ao topo.
O tempo passou um dois três
meses e num belo dia de sol, Evelyn retornou ao Grupo. Mancava da perna que
ainda não tinha cicatrizado. No cerimonial de Bandeira ela pediu a palavra: -
Olhou nos olhos de cada um e disse: - Não sei o que dizer sempre me disseram
que o maior problema em acreditar nas pessoas é que um dia você acaba não
acreditando em mais ninguém. Sei que é difícil o perdão de todos, mas a partir
e hoje serei outra Evelyn. Vou provar que posso ser amiga e irmã de todos
vocês!
Quem esteve lá naquele dia
nunca esqueceu. Um silencio sepulcral quando ela falava, quando parou a tropa
parecia não entender bem sua palavras. Maria Eduarda, batendo palmas foi até
ela e a abraçou. Todos correram para fazer o mesmo. Chefe Sophia sorrindo olhou
para o alto e falou baixinho para ninguém ouvir: - “E tudo ficou tão claro, o
que era raro, ficou comum”. Como um dia depois de outro como um dia, um dia
comum!
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