Lendas da
Jângal.
A lenda do
Pica pau amarelo.
Uma história
para Lobinhos.
Era uma vez, uma Lobinha que
gostava de cantar. Não era uma cantora nata, mas ela sabia que cantando sempre
poderia ter um momento de paz, pois em sua casa sua mamãe e seu papai viviam a
brigar. Nas reuniões ela se sentia triste ao ver suas amigas contando histórias
de seus pais e ela não podia contar nada, pois não tinha boas histórias para
contar.
Uma vez saindo da reunião, viu
um homem vestido de branco com um chapéu enorme na cabeça também branco e
parecia estar descendo a escada de uma nuvem do céu. – Olá Lobinha, ele disse
sorrindo. Ela disse olá, mas sabia que não devia conversar com ninguém quando
estivesse sozinha. Sua mãe lhe disse isso e seu pai exigiu. – Ele demonstrando
ser um homem de paz perguntou: - Voce conhece a Lenda do Pica Pau amarelo da
felicidade? – Ela balançou a cabeça dizendo não. – Linda Lobinha, pois vou lhe
contar... “Se alguém um dia encontrar o Pica pau amarelo da felicidade, será
uma pessoa realmente muito feliz”.
- A Lobinha o olhou com maior atenção e ele
continuou: - Foi em um tempo muito antes das chuvas de verão, que um escoteiro percorreu
as montanhas da sua cidade querendo encontrar um Pica pau amarelo. Andou,
caminhou, acampou em busca dos seus sonhos. Quando o encontrou o prendeu na
gaiola de ouro que construíra. Encantado esqueceu-se de suas reuniões e da
escola ficando a admirar a ave, mas ele parecia infeliz. Não comia nada e tudo que
ele colocava para ela não queria parecendo muito infeliz.
Passou-se três dias e o escoteiro receoso
de que o Pica pau viesse a morrer de fome, soltou-o. Mas ele não voou tão logo
se viu solta. O escoteiro pensou que ele deveria estar fraco demais para voar.
Mas não, ele voou até um galho de um pé de manga do seu quintal e se mostrava
feliz. Ele o Pica pau começou a emitir um pio suave e continuo: - Tuit...
Tuit... Tuit! – Não se sabe como aquele pio singelo começou a ressoar no íntimo
do escoteiro. De coração aberto, ele desejou saber o que ele dizia e pensou: -
Seria uma alucinação? Um sonho? Foi então que o pio começou a tomar sentido.
Agora ele já entendia o que o Pica pau queria dizer.
Fez um silencio profundo, ouviu a voz do vento e um sussurro piou no seu
ouvido dizendo: - A felicidade para que exista você tem de ser livre. Agora que
já me ouviu e me conhece, eu te pertenço para sempre. Quando quiseres me
encontrar, vista seu uniforme, ponha sua mochila e vá encontrar-me na clareira
da montanha. Assim poderemos ficar juntos todos os dias que puder. Mas olhe
escoteiro, para que tudo isto aconteça, me arranjes um cantinho eu teu coração
e ali me alimentes de AMOR! E assim você poderá ouvir outra vez o entoar do meu
canto de felicidade!
O
escoteiro espantado viu o pássaro voar rumo ao por do sol. Sentiu uma pontada
no coração e suas vida mudou. Toda sua Patrulha e sua tropa notaram sua
transformação. Ele passou a cantar e sorrir em todas as horas. Seu cantar de
tão lindo atraia a atenção dos amigos e amigas escoteiras. Parecia uma onda de
felicidade e todos se sentiram bem quando ficavam perto dele.
Só
nas horas distantes, quando ficava sozinho ele silenciava. Todos sabiam que
nesses momentos ele visitava a clareira da montanha, e junto ao Pica Paul Amarelo
se reabastecia de fé, de luz de alegria. Um dia toda a tropa se reuniu e lhe
perguntaram: - O que significa aquela gaiola vazia lá no seu quintal com aquela
placa colocada na porta dizendo: - Aqui mora o Pica pau Amarelo da felicidade?
O
escoteiro sorrindo lhes disse: - É preciso ter a gaiola vazia para encontrar o
pássaro que mora ali e assim saber que para possuí-lo ele precisa estar em
liberdade. Ele meus irmãos escoteiros pertence a todos. – Os escoteiros
fitavam-no com atenção.
Um deles, um Monitor poeta falou
em nome de todos: Sabemos meu amigo e irmão escoteiro à certeza que você o
encontrou, porque vemos em seus olhos, vemos em você e no seu sorriso! – Ele sorrindo
respondeu: - Olhe meus irmãos escoteiros um dia quando quiserem e desejar ter
seu pássaro da felicidade eu poderei com a maior alegria ajudá-los a encontrar
em seus sonhos para ser feliz como eu!
Conta-se que a Lobinha de tanta felicidade sentiu que pela primeira vez
seu papai e sua mamãe também passaram a sorrir com ela!
Baseado no conto: - O Pássaro Azul da Felicidade!
Nota de rodapé - — Que significa
aquela gaiola vazia lá fora, com um letreiro: «Aqui mora o Pica Pau Amarelo da
Felicidade»? O Escoteiro respondeu, sorrindo: — É preciso ter a gaiola vazia
para encontrá-lo e para possuí-lo verdadeiramente. Só se pode possuí-lo em
liberdade, porque ele pertence a todos! Os demais escoteiros ponderaram: —
Temos a certeza que o encontraste, porque o vemos em ti! Ao que ele replicou: —
Se quiserem, posso ajudar-vos a encontrá-lo, também… Uma história para contar
aos lobinhos.
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