Os contos
da meia noite.
Sonhos de
uma noite de verão.
Noite alta. Um vento calmo
vindo da floresta refrescava o calor de fogo que aos poucos ia se apagando. O
espírito de uma coruja piou na floresta e o fogo apagou. As patrulhas cansadas
já tinham ido dormir. Um silencio enorme se fez em todos os campos de Patrulha.
Sozinho olhava com carinho as brasas adormecidas. O calor da noite me faz olhar
para o céu e vi tantas estrelas brilhantes que me apaixonei por uma delas. Logo
um cometa com uma cauda colorida enorme deixou um rastro onde se podia ler: -
Sempre Alerta Escoteiro, o espírito da coruja reina no acampamento. Hora de
dormir!
Um escoteiro mateiro um
autêntico acampador sabe que a vida não acontece dentro de casa, na cidade e no
país. Ela acontece em todo o universo invisível para nós. Pensando melhor se
somos adeptos de Baden-Powell três coisas não podem
ser escondidas por muito tempo: - O Sol, a Lua e a verdade. Foram anos e anos
vivendo e dormindo sob o manto do universo. Torno a olhar novamente para o alto
e fico a admirar os maravilhosos pontos brilhantes que andam devagar pelo céu.
Parecem as maravilhosas dádivas que brincam brilhando a iluminar meus passos
firmes rumo a minha barraca.
Deito
extasiado pensando na beleza da noite e minha alma se expande em reverência ao
criador. Ah! Mundo fantástico! Tento dormir, pois sei que depois que a lua
adormece... É que o sol acontece! Foi um dia e tanto. Escoteiros correndo na
grama na ponte, na mata e no morro do agreste. Santo Mel depois do banho me
procurou. Senti logo que ele precisava de uma palavra de carinho. Acostumou a deitar no colo de
sua mãe e quando as saudades apertavam, ele sempre me procurava.
O incentivei a cantar
com a Patrulha. Falei baixinho em seu ouvido: - Vai em frente Santo Mel, e se
der medo, vai com medo mesmo. Não sei se seria isto que ele queria ouvir. Não
sou filósofo nem poeta. Disse a ele que sua coragem é maior que seu medo e que
sua força é tão grande como sua fé. Chefe, não tenho as ilusões do mundo, não
tenho o dom de estar sempre certo. Porque chorar só porque a saudade aperta?
Calei. Eu não era Salomão ou Maomé. Do fundo do coração terminei dizendo: - A
dor da separação meu amigo faz você mais forte, o medo faz você mais corajoso e
a paciência você mais sábio.
Não sei o que ele pensou
ou decidiu. Antes de ele voltar para seu campo de Patrulha repeti: - Santo Mel,
o importante mesmo é que tente sempre ser feliz. Afinal você vai ter que
aprender que a vida só dá asas a quem não tem medo de cair! – Não o vi mais e
dormi. Sonhei, pensei que a felicidade e o espírito da coruja morava neste
acampamento. Uma brisa suave caiu sobre a barraca. Eu dormia a sono solto.
Sabia que amanhã era outro dia. Mais um dia para viver feliz e em paz no
acampamento que sempre amei.
Nota de rodapé: Filosofando e escoteirando. Faz parte
da sina de qualquer escoteiro que ama a natureza. Boa leitura e meu Sempre
Alerta para Servir!
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