sexta-feira, 9 de março de 2018

A fogueira.



A fogueira.

                 O sol se escondeu atrás da montanha. Sentados em volta do fogo quatro monitores e o Chefe Waldez cantavam uma canção antiga que contava uma história dos Caçadores de Pele nos grandes lagos do Canadá. Liliana ao terminar a canção disse a todos: - Amigos existe uma história de amor entre o sol e a lua.  Foi Topomak quem me contou. Tudo começou quando ela se pôs a reinar no céu de estrelas.  

               - Josiel sério pediu a palavra e Liliana gentilmente disse sim. – Amigos conta-se uma lenda que o sol disse que amava a lua, a lua também amava demasiadamente o sol. As estrelas disseram que esse era amor impossível. Foi então que o céu fora convidado a apadrinhar o romance, obstante, a nuvem chorou e chorou, pois também amava o sol. Quando as lágrimas se acabaram, a nuvem se foi nos braços do vento e o sol brilhou feliz. Mas ele fora praguejado para sempre pela nuvem e nunca pode encontrar sua amada lua. Hoje toda vez que a nuvem se lembra do sol a nuvem chora e chove... 

                  O Chefe Waldez que tudo ouvia, após o silencio que todos fizeram disse: -"O caminho espiritual é como o fogo que arde adiante de nós." - disse ele. -"Um escoteiro que deseja acendê-lo, tem que se conformar com a fumaça desagradável que torna a respiração difícil e arrancar lágrimas do rosto. Assim é a reconquista da fé. Entretanto, uma vez o fogo aceso a fumaça desaparece e as chamas iluminam tudo ao redor nos dando calor e calma".

              Zé Celso o mais antigo dos monitores disse: -"E se alguém acendê-la para nós?" - perguntou. -"E se alguém nos ajudar a evitar a fumaça”?

             Chefe Waldez com seu estilo mágico falou baixinho: - -"Se alguém fizer isto, é um falso Escoteiro. Quem pode levar o fogo para onde tiver vontade ou apagá-lo na hora que quiser e como não ensinou a acendê-lo, é capaz de deixar todo mundo na escuridão”...

               Compenetrados e após um cafezinho amargo, voltaram a cantar o Stodola (brilha a fogueira) enquanto no céu os cometas passavam célere sem rumo definido. Marco Antônio o Monitor mais novo sorria pensando: - É bom ter amigos, é bom saber que os verdadeiros amigos são como estrelas no céu. Eles são mais claros nos tempos da escuridão...

                Liliana olhou para Josiel e lembrou de um poema: - "Te dou um Céu Cheio de Estrelas, feitas com caneta bic Num papel de Pão.”.

                E nesta noite, um Chefe e jovens monitores sabiam que ali morava o coração de Deus!

Nota - Deitado na grama, o céu empoeirado de estrelas. Passei o dedo e - curioso - algumas vieram grudadas na ponta. Olhei para cima e assoprei. Foi tanta estrela caindo que agora eu mal consigo enxergar de tanta esperança...

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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