A fogueira.
O sol se escondeu atrás da
montanha. Sentados em volta do fogo quatro monitores e o Chefe Waldez cantavam
uma canção antiga que contava uma história dos Caçadores de Pele nos grandes
lagos do Canadá. Liliana ao terminar a canção disse a todos: - Amigos existe
uma história de amor entre o sol e a lua. Foi Topomak quem me contou. Tudo começou
quando ela se pôs a reinar no céu de estrelas.
- Josiel sério pediu a palavra e
Liliana gentilmente disse sim. – Amigos conta-se uma lenda que o sol disse que
amava a lua, a lua também amava demasiadamente o sol. As estrelas disseram que
esse era amor impossível. Foi então que o céu fora convidado a apadrinhar o
romance, obstante, a nuvem chorou e chorou, pois também amava o sol. Quando as
lágrimas se acabaram, a nuvem se foi nos braços do vento e o sol brilhou feliz.
Mas ele fora praguejado para sempre pela nuvem e nunca pode encontrar sua amada
lua. Hoje toda vez que a nuvem se lembra do sol a nuvem chora e chove...
O Chefe Waldez que tudo
ouvia, após o silencio que todos fizeram disse: -"O caminho espiritual é como o fogo que arde adiante de nós."
- disse ele. -"Um escoteiro que deseja acendê-lo, tem que se conformar com
a fumaça desagradável que torna a respiração difícil e arrancar lágrimas do
rosto. Assim é a reconquista da fé. Entretanto, uma vez o fogo aceso a fumaça
desaparece e as chamas iluminam tudo ao redor nos dando calor e calma".
Zé Celso o mais antigo dos
monitores disse: -"E se alguém acendê-la para nós?" - perguntou.
-"E se alguém nos ajudar a evitar a fumaça”?
Chefe Waldez com seu estilo mágico
falou baixinho: - -"Se alguém fizer isto, é um falso Escoteiro. Quem pode
levar o fogo para onde tiver vontade ou apagá-lo na hora que quiser e como não
ensinou a acendê-lo, é capaz de deixar todo mundo na escuridão”...
Compenetrados e após um cafezinho
amargo, voltaram a cantar o Stodola (brilha a fogueira) enquanto no céu os
cometas passavam célere sem rumo definido. Marco Antônio o Monitor mais novo
sorria pensando: - É bom ter amigos, é bom saber que os verdadeiros amigos são
como estrelas no céu. Eles são mais claros nos tempos da escuridão...
Liliana olhou para Josiel e
lembrou de um poema: - "Te dou um Céu Cheio de Estrelas, feitas
com caneta bic Num papel de Pão.”.
E nesta noite, um Chefe e jovens
monitores sabiam que ali morava o coração de Deus!
Nota
- Deitado na grama, o céu empoeirado de estrelas. Passei o dedo e - curioso -
algumas vieram grudadas na ponta. Olhei para cima e assoprei. Foi tanta estrela
caindo que agora eu mal consigo enxergar de tanta esperança...
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