Contos de
fogo de conselho.
As qualidades
de cada um.
O Pioneiro Roy Brown tinha
o dom e a facilidade criar uma história em poucos segundos. Sempre surpreendia
a todos com um novo conto. Após um esquete da patrulha Coruja onde se contou a
história de um escoteiro que se achava melhor que os outros, Roy Brown pediu a
palavra ao Monitor da Touro que era o responsável e o animador do Fogo de
Conselho. Escoteiros! – Ele disse. Vu contar uma história para vocês. Depois me
digam o que acharam.
Todos adoravam seu
estilo. Tinha estilo de contador de histórias e seus gestos imitavam os
personagens da história. Os escoteiros adoravam e quando contava um silencio
reinava e todos prestavam a maior atenção.
- Era um homem que vivia em
uma cidade bem longe daqui, que diziam ser o protótipo da ruindade. Vivia
sozinho, não tinha amigos, não permitia que passassem em sua calçada em frente
a sua casa, detestava animais e quando a bola da molecada caia em seu quintal
ele a furava. Isto era o mínimo das maldades que fazia.
Ninguém gostava dele,
era amaldiçoado e execrado por todos da cidade que o conheciam. Muitos que
sofreram com ele e não foram poucos diziam que quando ele morresse não haveria
pessoas disponíveis para carregar o seu caixão. Nesta cidade vivia outro homem bom,
simples educado e simplório no trato com os demais. Tinha uma peculiaridade, ou
melhor, um vicio em acompanhar todos os enterros que ali ocorriam e no
cemitério tinha o hábito de antes do caixão baixar ao tumulo, enaltecer as
qualidades do falecido.
Aconteceu que um dia, o
homem ruim que todos não gostavam morreu. O zunzum correu por cada rua, por
cada boca, por cada comadre e na praça até apostas eram feitas. - Por quê? Diziam
os faladores que não haveria quatro homens para carregar o seu caixão.
Interessante que o enterro do homem ruim foi o mais concorrido da cidade. Surpresos
queriam saber o que ouve. Logo foi explicado. Foram porque queriam ouvir o que
o homem bom teria a dizer para enaltecer das qualidades do morto já que ninguém
gostava dele.
O cemitério lotado
esperavam a hora de o caixão baixar ao túmulo e olharam para o homem bom que
elogiava e era amigo de todos esperando o que ele teria a dizer. – Um silêncio
sepulcral e eis que educadamente sem elevar a voz disse: - Coitado! Ele
assobiava tão bem! – Pois é ele assobiava tão bem, e agora não tenho como ouvir
mais o assobio dele!
- Portanto meus amigos de
patrulha, tiremos a lição dessa história e vamos elogiar as qualidades das
pessoas que com certeza vão sobrepor os defeitos na perfeita harmonia da
vida... Ninguém é tão ruim que não possa ter um lado bom.
No
final do fogo e após a Cadeia da Fraternidade os escoteiros foram dormir
pensando na história do Pioneiro Roy Brown. Afinal ninguém é tão ruim que não
tenha uma parte boa de sua vida que possa ser elogiada. Sei que até hoje ninguém
esqueceu as histórias de Roy Brown que era sempre convidado para os Fogos de Conselhos.
Nota – Que ninguém é
perfeito a gente sabe. Que nem sempre as amizades são o que se espera também.
Que nada é sempre cor de rosa idem. Mas chega um dia que mesmo sabendo que
ninguém é perfeito você verá que ele é perfeito para alguém e pode até ser
perfeito para você... Se souber entender!
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