Lendas Escoteiras.
O Vagalume que não sabia voar
No acampamento vi
Naldinho no seu campo de patrulha. Estranhei. Todos tinham ido cortar madeira,
pois era dia das grandes pioneiras. O chamei: - Porque não foi com os outros
Naldinho: - Ele sorriu e me disse: - Estou ajudando este vagalume chefe. E sua patrulha? Porque não foi com ela?
Disseram que iam cortar madeira para fazer uma mesa. Foram todos, achei que não
precisava ir. Mas veja, aproveitei bem o tempo. O senhor sabia que o vagalume
só voa nas primeiras horas da noite? - Não sabia respondi. – Pois é ele é
reconhecido pelo brilho esverdeado, continuo, e vive mais entre vegetação das
regiões tropicais e temperadas. Em alguns lugares o chamam de pirilampo.
- Olhe chefe, pode não
acreditar, mas este vagalume me disse que está perdido. Mora muito longe daqui.
Pensou que eu poderia ajudar. Está tentando falar com seus irmãos e não
consegue – Pensei com meus botões – Ele quer me enrolar. Conheço o tipo que sempre
tem uma história para contar. Vivem criando histórias e mais histórias muitas
vezes para não fazer nada. – Naldinho abaixou a cabeça, fingiu que ouvia o
vagalume e me disse – Ele está dizendo que eu não tenho sonhos. E ele disse
também que não estou criando histórias chefe!
Arregalei os olhos! Como? Repita
que não entendi. Ora chefe, ele diz que é verdadeiro, que eu sou verdadeiro e
só não fui com a patrulha porque o Lídio monitor disse que não precisava.
Estava ali olhando para Naldinho e pensando o que dizer e fazer com ele. Essas
invencionices já estavam passando da conta. Naldinho riu. Sabe o que ele está
dizendo chefe? Que o senhor acha que eu estou inventando. Ora Naldinho deixa
disso. Não vai querer que eu acreditasse que você conversa com um vagalume!
Quer uma
prova chefe? O nome dele é Pimaisdois. Ele entende o que eu falo. Veja: - Pimaisdois,
dê um pulo – O vagalume deu. Você soprou nele, eu disse. Está bem chefe –
Pimaisdois, agora cinco pulos. O vagalume deu cinco pulos. Porque Pimaisdois? É
o nome dele chefe. O escoteiro estava me fazendo de bobo. Estou perdendo o meu
tempo aqui. Olhe vou lhe mostrar o que faço com um vagalume falador – Peguei
meu sapato e ia esmagá-lo quando Naldinho pediu. Não chefe, não. Não faça isso.
Ele se comunica com os outros. Poderiam vir milhares aqui e nos carregar para a
cratera negra.
Já estava cheio
daquilo. Deu uma pancada com o sapato no tal Pimaisdois. Ele pulou. Corri
atrás. Ele pulou. O danado só me escapava. Ouvi um grande zumbido. Olhei para
trás, centenas de milhares de vagalumes voavam em minha direção. Corri mas não
tinha onde esconder. Corri mais e sem olhar para frente caí na cratera negra.
Fui caindo e lá em baixo tudo vermelho. Ia morrer queimado. Comecei a gritar, a
chorar e pedir perdão. Tremia como vara verde.
Chefe, chefe,
calma, não grite. Era Naldinho. Abri os olhos. Estava dormindo debaixo de uma
castanheira. – Chefe não é hora da atividade do jogo noturno? Caramba. Dormi
mais de quatros horas. Já escurecia. Que sono. Ferrei no sono. Mas que
pesadelo. Que susto. Vamos lá Naldinho. As patrulhas não podem esperar.
Naldinho foi a minha frente, com minha lanterna olhava o chão para não tropeçar.
Olhei as costas de Naldinho, um grande vagalume está lá em seu ombro. Olhando
para mim e sorrindo com um olhar zombeteiro! Não acredito! Era o Pimaisdois!
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