domingo, 2 de setembro de 2018

Lendas Escoteiras. “Texaco”



Lendas Escoteiras.
“Texaco”

Nota - A fé em Deus nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível. Uma história para quem acredita que para o Senhor nada é impossível.

- Seu apelido veio do local onde trabalhava. Posto Texaco. Todos os dias pegava sua bicicleta e viajava 30 quilômetros até o local de trabalho. Nunca reclamou das doze horas que ficava lá. Molambo era seu companheiro e ambos davam pulos quando os caminhoneiros se misturavam com os carros para abastecer. Gostava de seu nome, José Antônio da Silva, mas quase ninguém conhecia. Todos o chamavam de Texaco.

- Naquele sábado ia displicentemente na estrada pensando no filme que ia estrear no cine Palácio. “Da terra nascem os homens”. Adorava um faroeste e este era com Gregory Peck, Jean Simmons e Charlton Heston. Um elenco estrelar. Não ia perder. Conversou com o Senhor Ademar para sair às sete da noite em ponto. Iria pegar a sessão das nove. Tudo aconteceu na Curva do Onça. Um carro a toda velocidade fez a curva aberta na contramão e o pegou em cheio.

- Não sentiu nada. Rodopiou no ar e caiu na lateral da estrada ficando estirado no chão. Olhou para o céu e as nuvens balançavam de um lado a outro. Nuvens balançando? Viu quando alguém chegou correndo. – Ele está vivo! Ouviu uma vozinha de criança dizer. Vivo? Achou que estava morto. Não sentia dores, parecia estar em um anfiteatro com uma orquestras tocando belas musicas dos seus filmes favoritos: - Dança com Lobos, Em algum lugar do passado e a maravilhosa musica de Max Steiner em o Vento Levou.

- Seus olhos abriram-se lentamente. Viu o rosto de alguns meninos em sua volta. Eram escoteiros, ele já os tinha visto passando em fila em frente ao posto para acampar. – Oi moço, não durma, o socorro já vem! Disse um deles. – Acho que precisamos fazer alguma coisa disse o outro! – fazer o que ele pensou. Sentia o corpo quebrado em vários lugares, só conseguia ver de um olho. Um deles segurou na sua mão. Sentiu as mãozinhas de uma criança tentando lhe dar nova vida.

- Nico, você não tem a especialidade de enfermeiro? A voz trêmula de Nico se ouviu a seguir. – Monitor! O que eu posso fazer? Ele está todo ensanguentado e veja as suas duas pernas tem fraturas expostas! Lembra do bombeiro que disse que não devemos interferir nas fraturas e esperar ajuda especializada? Alguém passava um pano molhado em sua testa e seu rosto. Era reconfortante. Viu a face da menininha escoteira. Sorria para ele. – Moço, vai passar tudo passa nessa vida e logo estará bom de novo!

- Texaco queria sorrir, sua face era uma máscara vermelha de sangue que a doce escoteira tentava limpar com seu lenço escoteiro e água do seu cantil. Sua mente estava em dois lugares simultaneamente. Lembrava-se das palavras de José um caminhoneiro: - Olhe Texaco, É difícil acreditar em uma vida após a morte, mas é deprimente acreditar que nós simplesmente morremos. Será que chegou minha hora? Pensou!

- Ele não tinha medo da morte, sabia que um dia ia morrer só não sabia como. Ouviu ao longe uma sirene. Seria seu socorro? A escoteira sorria para ele. – Calma Senhor. A fé em Deus nos faz crer no impossível, ver o invisível e realizar o inimaginável. Por isso, creia e deixe tudo nas mãos Dele e Ele fará o melhor pra ti, basta ter fé! Texaco olhou para ela. Tão jovem e tão filosófica. Lembrou-se de sua mãe que já tinha partido para o céu.

- Sentiu mãos vigorosas o segurando. Perdeu os sentidos na terra, mas eles continuaram no céu. Ouviu a voz dela a dizer: - Texaco, para Deus não haverá impossíveis. Basta tirar as duas letras iniciais da palavra Im para que tudo se torne real na sua vida. Texaco dormiu. Um sonho gostoso sem dor.

Dois anos depois...
- Eita Texaco, agora é sua vez! Acordou assustado. Era a patrulhinha escoteira a brincar com ele em uma cadeira de rodas. Viu Leninha a escoteirinha que lhe afogou a face ensanguentada com seu lenço. – Conseguiu limpar? Perguntou. Ela sorria e disse que não, mas que se fosse ele quem lhe deu a vida tinha valido a pena. Texaco deixou lágrimas rolar pelo rosto. Viu sua mãe ali segurando sua mão. Filho... A fé em Deus nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível.

- Um homem de uniforme escoteiro chegou. – E então Texaco, pronto para a reunião? Ele olhou em volta, quanta alegria quanta compreensão. Notou que estava com um uniforme e usava um lenço igual da menina... Na cadeira de rodas sem poder andar pensou: - Você diz... Isso é impossível e Deus responde: - Tudo é possível. Você interpela... Eu já estou cansando. E Deus responde: - Eu te darei repouso.  Você completa... Não vejo saída... E Deus responde: - Eu guiarei teus passos!

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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