quinta-feira, 8 de junho de 2017

Apenas uma lágrima.


Lendas Escoteiras.
Apenas uma lágrima.

                  - Eu não sabia como dizer uma frase ou apenas uma saudação para mostrar a falta que ele iria fazer. Eu sei que a morte nada mais é do que uma despedida inesperada que não temos o poder de contestar ou evitar. Em pé tirei meu chapéu e fiz um breve aceno com a cabeça. As lembranças bateram forte na minha mente e uma dor esquecida veio machucar meu coração. – Olhei para ele no seu ataúde e falei baixinho: - Você vai fazer muita falta... Seria verdade? Afinal fomos da mesma patrulha, tínhamos os mesmos sonhos, andamos por lugares nunca antes imaginados e o destino deixou na porta da esperança uma partida brusca de alguém que sempre morou no meu coração.

                    - Não tirava os olhos de seu ataúde. Dava vontade de gritar de chorar e dizer que toda despedida é um encontro que ficou pra depois. Mas quando? Lembrar-se do seu sorriso, do seu canto, dos seus cabelos soltos ao vento na subida do monte Pantaneiro com seu grito de guerra de uma patrulha que não sabia o que era medo? - Ele sempre me disse que despedir-se não é dizer adeus, é apoiar e desejar sucesso para nova jornada que está apenas começando. – Meu irmão Escoteiro - Ele sussurrava na entrada da Gruta do Ouro como se fosse contar uma história: - Não fique triste com a despedida. Ela é necessária para que possamos nos encontrar mais uma vez. – Onde? Na eternidade? Os soluços não paravam.

                    - O Chefe passou o braço em meu ombro. – Disse baixinho em meu ouvido: - Monitor, na melancolia da despedida a esperança do reencontro nos dá força para suportar a saudade. – Não prestei atenção a ele. Precisava rezar acreditar que tudo passa, pois até agora eu não sabia se a vida iria passar. – Deus! Se um dia eu estiver prestes a perder as esperanças como agora, me ajude a lembrar de que os teus planos são maiores que os meus sonhos e minhas amizades.  A cada despedida eu morro por dentro. A cada reencontro sinto que estou indo para o céu!

                - A hora chegou. Aquela meninada escoteira triste me ajudou a caminhar ao lado Dele até sua última morada. Eu sabia que não haveria volta. Eu sabia que tinha de aceitar, pois meu Chefe sempre disse que eu devia seguir firme na direção das minhas metas. - Escoteiro, saiba que o pensamento cria, o desejo atrai e a fé realiza. Acredite, amanhã será um dia melhor! – E ele? Onde estaria agora? Ali no campo santo a ver seus amigos com coração partido sem rumo e sem saber aonde ir? – Eu chorava copiosamente.  Não cantei a despedida. Nem fiz uma saudação. Eu estava morrendo por dentro. Senti alguém por a mão em meu ombro. Ela sorriu como a adivinhar que eu precisava ser consolado. Mas eu era o Escoteiro e ela uma novata.


                  – Ela com um doce sorriso disse-me que nunca é tarde para pegar uma velha história de amizade e escrever um novo final. – Que o azedume alheio não iria me impedir de espalhar doçuras por aí. Meu irmão Escoteiro tempestades não duram para sempre! – Não disse nada. Nada havia o que dizer. Ah! Quanto tempo ele se foi? Parece que foi ontem. Não tenho mais patrulha, agora sou um Escoteiro do mundo. Minha vida mudou e Otávio nunca saiu dela. Eu sabia que o destino une e separa. Mas nenhuma força é grande o suficiente para fazer esquecer pessoas que por algum motivo um dia nos fizeram felizes. Nas águas cristalinas do riacho onde estava parece que o vi no remanso sorrindo e dizendo: - Meu amigo eu vou indo. Quando eu voltar, estarei de volta!


 Você ganha forças, coragem e confiança a cada experiência em que você enfrenta o medo. Por isso tem que fazer exatamente aquilo que acha que não consegue. Fortes são aqueles que transformam lágrimas em sorrisos.

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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