Lendas da Jângal.
O Lobinho João e o pé de feijão.
(Baseado em uma fábula dos irmãos Grimm).
A Akelá Anita quase não
aguentava mais ficar acordada. Foi um dia cansativo e ela sozinha com dezoito
lobinhos e lobinhas em um acantonamento só queria dormir. O relógio marcava
oito da noite. Ela sabia que eles não iriam dormir tão cedo. No programa havia
um jogo noturno e depois cama. Será? Estava sozinha. Norma e José seus
assistentes na última hora não puderam comparecer. Eram casados e na última
hora ficaram sabendo que a mãe de Norma passava muito mal e iria para o
hospital. Cancelar o Acantonamento? Ele sabia que não. A preparação foi grande.
Tinha a ajuda de Dona Ana na cozinha e só.
Sentaram-se na varanda e
serelepes os lobos brincavam nas mais diversas invenções que só as crianças
pequenas sabem fazer. Ela queria dormir, daria tudo por uma cama. – Akelá!
Akelá, acorde! Ela sonolenta viu que era Tati da Matilha Marrom. – Que foi?
Perguntou. – Conte uma história! – Ela sorriu. Contar histórias não era seu
forte, mas viu muitos lobinhos se aproximando e gritando: - Conta, Conta! – Não
tinha jeito. Não havia nenhuma história preparada para contar. Ela não tinha o
dom de tirar do baú uma história e fazer dela uma bela forma de aprendizado
para os lobos da alcateia. – Fechou os olhos e parecia que alguém ajudava a
desenvolver a historia e ela começou:
- Era uma vez, numa pequena cidade bem
longe daqui, tinha um Lobinho chamado João. Ele vivia com sua mãe, pobre viúva
em um casebre bem longe da cidade. – Ela viu que os lobos sentaram em volta
dela prestando muita atenção e ela continuou: - Um dia sua mãe disse a ele: -
Joãozinho acabou a comida e o dinheiro. Vá até a cidade leve a Mimosa nossa
vaquinha o único bem que nos resta, venda pelo melhor preço e compre alguma coisa
para a gente comer. João ficou muito triste. Ele amava a Mimosa e pensou que
ficar sem ela seria muito ruim para ele. Ele sabia que não tinha nada para
fazer o almoço e chorando baixinho pegou a vaquinha e foi para a cidade para
vender e comprar comida.
- No caminho encontrou um homem que
ele não conhecia, mas bom de conversa e o convenceu a trocar a vaquinha por
sementes de feijão. O homem educadamente disse para ele: - Leve estas sementes.
São mágicas. Com elas vocês nunca mais passarão fome! – João Acreditou e com as
sementes de feijão voltou para casa. Quando sua mãe soube ficou furiosa. Mesmo
assim jogou tudo pela janela. João triste foi para seu quintal ouvir o canto
dos pardais que ele gostava muito. Foi então que notou uma enorme árvore que ia
até o céu. Não chamou sua mãe e decidiu subir pelo pé de feijão até chegar nas
nuvens.
- João era um lobinho esperto e pensou
que poderia encontrar lá em cima um pote de ouro que os arco íris possuem. No
topo João ficou maravilhado ao encontrar um castelo nas nuvens e foi vê-lo de
perto. Não viu uma enorme mulher surgir de dentro do castelo e agarrá-lo. – O
que faz aqui menino? Será o meu escavo. Olhe cuidado não deixe o gigante saber
se não ele vai comê-lo. Vou esconder você. – O gigante chegou fazendo muito
barulho. A mulher o escondeu em um armário. – O gigante rugiu: - Sinto cheiro
de criança! E farejou todos os cantos do castelo tentando achar. A mulher falou
para ele: Gigante, este é o cheiro da comida que irei servir. Sente-se a mesa
meu senhor!
- O gigante comeu o saboroso alimento.
Depois ordenou a uma galinha prisioneira que pusesse um ovo de ouro e disse a
uma harpa que tocasse uma melodia. O gigante adormeceu logo. João se sentindo
protegido com o sono do gigante saiu de onde estava rapidamente pegou a galinha
que cacarejou e a harpa fez um som estridente. O Gigante despertou. João correu
com a galinha embaixo do braça e a harpa na outra mão. O gigante correu atrás dele. João chegou
primeiro ao tronco do pé de feijão e deslizou pelos ramos. Quando estava
chegando ao chão gritou para sua mãe que o esperava: Mamãe vá buscar o machado,
tem um gigante atrás de mim! João cortou o tronco que caiu com um estrondo. Foi
o fim do Gigante.
- Todas as manhãs a galinha põe ovos
de ouro e a harpa toca para João e sua mãe, que viveram felizes para sempre e
nunca mais sentiram fome.
A Akela olhou para os
lobos, agora desperta e disse: - Lobinhos como moral da história devemos
acreditar que sempre nossos sonhos podem resolver nossos problemas se tivermos
vontade de fazê-los realizar. João acreditou e mesmo fazendo tudo ao contrário
hoje eles tem renda e não passam mais fome. Mas cuidado toda história são
histórias. Não vão vocês subir em pé de feijão que aparecer na frente, podem se
dar mal!
- A Alcateia caiu na gargalhada e
todos foram dormir para alívio da Akela!
nota - ... E foi então que livre do perigo
João abraçou sua mãe alegremente. E, depois daqueles dias os dois passaram a
viver tranquilos. Tempos depois, quando João se tornou um homem forte e bonito,
se casou com uma princesa com quem viveu feliz por muitos e muitos anos. Quanto
ao pé de feijão, depois de cortado, secou completamente e, como não havia mais sementes
nunca mais nasceu outro igual. Divirta-se com esta fábula muito conhecida.
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