terça-feira, 14 de março de 2017

A lenda dos peixinhos dourados. (uma história para lobinhos).


Lendas de Seeonee.
A lenda dos peixinhos dourados.
(uma história para lobinhos).

               Hã! Nada como ter Moisés o Balu para contar uma história. O tempo fechou. As nuvens no céu pronunciavam chuva. A Alcatéia foi levada para uma área coberta. Muitos lobinhos e lobinhos correram até Moisés e ficaram pedindo para ele contar uma historia. Moises sorriu. – Todos sentados em minha volta em circulo – Ele disse. Olhou para a Akelá e disse: - Posso? – Ela sorrindo disse que sim. E ele na sua pose favorita de contador de histórias começou:

                  - Conta uma lenda que existia uma cidade pequena, muito e muito longe lá onde as nuvens se escondiam ao anoitecer. Contam ainda que em Harmonia era comum todos se saudarem sorrindo, semblantes alegres, cantantes, andar cadenciado como a mostrar suas alegrias de viver. Lá não havia ódio, não havia tristeza e seus habitantes viviam como irmãos. Foi lá que Ruth nasceu de parto natural. Conta à lenda que ela nasceu sorrindo e que Dona Sarah a parteira a “benzeu” dizendo – Ela vai ser nossa guia e a Santa de Harmonia. Ruth foi crescendo e todos admiravam sua beleza. Tinha cachos dourados e brilhantes, olhos verdes como as esmeraldas e distribuía onde passava seu sorriso que parecia trazer o aroma das flores, os pássaros esvoaçantes a seu redor e milhares de borboletas coloridas.

                     A lenda conta que em Harmonia as noites sempre tiveram lua cheia. Era uma lua diferente, grande e apesar de um branco harmônico em volta parecia ter uma coroa de flores das mais variadas matizes. Todos sabiam que na cidade havia o mais lindo céu de estrelas. De todos os tipos, vermelhas, brancas, verdes e não havia em nenhum lugar um brilho maior do que lá e que elas pipocavam no céu divinamente. Ruth aos seis anos era uma lobinha da Alcatéia do Amor. Ali lobinhos e lobinhas viviam felizes juntos aos chefes da Alcateia. Dalila a Akelá era amiga de todos, Sarah a Baguera contava lindas histórias e Isaac o Balu brincava a mais não poder com todos os lobos da Alcateia do Amor.

                  Naquela Alcateia feliz se sabia que todos seguiam a lei do lobinho. Ruth era filha de Talita e David. Seus pais eram pessoas humildes e trabalhavam na loja do Senhor Levi. Muitas vezes Ruth ficava só e ela amava estas horas. Nos fundos da casa de Ruth, corria um pequeno riacho de águas cristalinas, límpidas e diziam que quem bebia daquelas águas não ficavam mais doentes. Era lá quando estava só que Ruth passava boa parte do tempo enquanto seus pais trabalhavam. Ela era amiga de muitos peixinhos dourados e conversava muito com Estrelinha, Pingo d’água e Gota de Chuva. Podia ter sol ou chuva que Ruth não saia do laguinho que as águas formaram.

                  Um dia Ruth viu chegando um Bagre cinzento. Ele era feio, muito feio. Os peixinhos dourados sempre corriam quando o Bagre chegava. Ruth ficou ali olhando para ele e ele olhando para ela. Não vai correr? Não vai fugir? Afinal sou um bagre cinzento e sou horrendo. Todos quando me veem fogem. Ruth sorriu para ele. - Seu bagre saiba que a beleza ideal está na simplicidade calma e serena. Sei que quando o conhecer melhor encontrarei em seu coração uma beleza que fará brilhar todas as luzes. Lembre-se que o valor das coisas não está na aparência ou no tempo que elas duram, mas na intensidade que você impõe a bondade em seu coração. Isto é tão verdade, pois a gente sabe que temos momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

                 O Bagre Cinzento a olhou de tal forma que sem ele perceber se transformou em um Bagre dourado, de olhos azuis. Ele não estava acreditando e foi preciso que Ruth dissesse para ele – Saiba Seu Bagre Dourado a gente não julga ninguém pela aparência e sim por suas atitudes. São elas que irão comprovar o quão diferenciado você vai ser dos demais. Foi então que os peixinhos dourados se aproximaram e abraçaram com amor o Bagre Dourado. E assim graças a Ruth os peixinhos e os peixes maiores aprenderam que todos eram iguais, pois em cada coração existe uma beleza que ninguém pode ver, mas a gente pode sentir e mostrar como somos bons quando queremos ser. Ruth a lobinha que tinha cachos dourados e brilhantes, olhos verdes como as esmeraldas e distribuía onde passava seu sorriso que parecia trazer o aroma das flores conseguiu que os peixes que moravam no lago dourado de Harmonia vivessem alegres e felizes para sempre.


                   E Moisés com aquele lindo sorriso, olhou a todos os lobos de Seeonee e disse: Ninguém deve julgar ninguém pela aparência, julga-se pela essência, pelo amor... E não havia mais nada a contar e a chuva terminou o sol brilhou e os lobos voltaram contentes para o pátio abraçando Moisés, o Balu.

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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