Lendas de
Seeonee.
A lenda dos
peixinhos dourados.
(uma história
para lobinhos).
Hã! Nada como ter Moisés o Balu
para contar uma história. O tempo fechou. As nuvens no céu pronunciavam chuva.
A Alcatéia foi levada para uma área coberta. Muitos lobinhos e lobinhos
correram até Moisés e ficaram pedindo para ele contar uma historia. Moises
sorriu. – Todos sentados em minha volta em circulo – Ele disse. Olhou para a
Akelá e disse: - Posso? – Ela sorrindo disse que sim. E ele na sua pose favorita
de contador de histórias começou:
- Conta uma lenda que existia uma
cidade pequena, muito e muito longe lá onde as nuvens se escondiam ao
anoitecer. Contam ainda que em Harmonia era comum todos se saudarem sorrindo,
semblantes alegres, cantantes, andar cadenciado como a mostrar suas alegrias de
viver. Lá não havia ódio, não havia tristeza e seus habitantes viviam como
irmãos. Foi lá que Ruth nasceu de parto natural. Conta à lenda que ela nasceu
sorrindo e que Dona Sarah a parteira a “benzeu” dizendo – Ela vai ser nossa
guia e a Santa de Harmonia. Ruth foi crescendo e todos admiravam sua beleza.
Tinha cachos dourados e brilhantes, olhos verdes como as esmeraldas e
distribuía onde passava seu sorriso que parecia trazer o aroma das flores, os
pássaros esvoaçantes a seu redor e milhares de borboletas coloridas.
A lenda conta que em Harmonia as
noites sempre tiveram lua cheia. Era uma lua diferente, grande e apesar de um
branco harmônico em volta parecia ter uma coroa de flores das mais variadas
matizes. Todos sabiam que na cidade havia o mais lindo céu de estrelas. De
todos os tipos, vermelhas, brancas, verdes e não havia em nenhum lugar um
brilho maior do que lá e que elas pipocavam no céu divinamente. Ruth aos seis
anos era uma lobinha da Alcatéia do Amor. Ali lobinhos e lobinhas viviam
felizes juntos aos chefes da Alcateia. Dalila a Akelá era amiga de todos, Sarah
a Baguera contava lindas histórias e Isaac o Balu brincava a mais não poder com
todos os lobos da Alcateia do Amor.
Naquela Alcateia feliz se
sabia que todos seguiam a lei do lobinho. Ruth era filha de Talita e David.
Seus pais eram pessoas humildes e trabalhavam na loja do Senhor Levi. Muitas
vezes Ruth ficava só e ela amava estas horas. Nos fundos da casa de Ruth, corria
um pequeno riacho de águas cristalinas, límpidas e diziam que quem bebia
daquelas águas não ficavam mais doentes. Era lá quando estava só que Ruth
passava boa parte do tempo enquanto seus pais trabalhavam. Ela era amiga de
muitos peixinhos dourados e conversava muito com Estrelinha, Pingo d’água e
Gota de Chuva. Podia ter sol ou chuva que Ruth não saia do laguinho que as
águas formaram.
Um dia Ruth viu chegando um
Bagre cinzento. Ele era feio, muito feio. Os peixinhos dourados sempre corriam
quando o Bagre chegava. Ruth ficou ali olhando para ele e ele olhando para ela.
Não vai correr? Não vai fugir? Afinal sou um bagre cinzento e sou horrendo.
Todos quando me veem fogem. Ruth sorriu para ele. - Seu bagre saiba que a
beleza ideal está na simplicidade calma e serena. Sei que quando o conhecer
melhor encontrarei em seu coração uma beleza que fará brilhar todas as luzes.
Lembre-se que o valor das coisas não está na aparência ou no tempo que elas
duram, mas na intensidade que você impõe a bondade em seu coração. Isto é tão
verdade, pois a gente sabe que temos momentos inesquecíveis, coisas
inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
O Bagre Cinzento a olhou de
tal forma que sem ele perceber se transformou em um Bagre dourado, de olhos
azuis. Ele não estava acreditando e foi preciso que Ruth dissesse para ele –
Saiba Seu Bagre Dourado a gente não julga ninguém pela aparência e sim por suas
atitudes. São elas que irão comprovar o quão diferenciado você vai ser dos
demais. Foi então que os peixinhos dourados se aproximaram e abraçaram com amor
o Bagre Dourado. E assim graças a Ruth os peixinhos e os peixes maiores
aprenderam que todos eram iguais, pois em cada coração existe uma beleza que
ninguém pode ver, mas a gente pode sentir e mostrar como somos bons quando
queremos ser. Ruth a lobinha que tinha cachos dourados e brilhantes, olhos
verdes como as esmeraldas e distribuía onde passava seu sorriso que parecia
trazer o aroma das flores conseguiu que os peixes que moravam no lago dourado
de Harmonia vivessem alegres e felizes para sempre.
E Moisés com aquele lindo
sorriso, olhou a todos os lobos de Seeonee e disse: Ninguém deve julgar ninguém
pela aparência, julga-se pela essência, pelo amor... E não havia mais nada a
contar e a chuva terminou o sol brilhou e os lobos voltaram contentes para o
pátio abraçando Moisés, o Balu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário