domingo, 12 de março de 2017

Contos de Fogo de Conselho. A Acácia.


Contos de Fogo de Conselho.
A Acácia.

                      A mochila parecia estar cheia de chumbo. Pesada! Minhas pernas pediam para parar, mas não estava tão longe o acampamento. Tirei meu chapéu de três bicos e passei um lenço no rosto. O suor do Escoteiro é uma motivação de continuar. Nunca o deixa desistir. Ao longe avistei uma bela Acácia. Enorme, florida, flores amarelas. Davam um colorido especial ao lugar. Embaixo uma sombra que dizia – Vem cá escoteiro! Descanse aqui! Porque não? Pensei. Fiz da mochila um travesseiro, a sombra da acácia convidava a um cochilo. Tirei o sapato, meus pés doíam. Do meu cantil joguei um pouco de água em meu rosto. Deitei, olhei para o céu, o sol vermelho estava se pondo, lembrei que um dia um Chefe me disse – Vermelho ao sol por, delicia do pastor.

                      Dormi um sono lindo e tranquilo. Acordei com trovões, relâmpagos, uma chuva torrencial. Tirei minha capa e me enrosquei com ela e a Acácia. Dormi de novo. Acordei pela manhã com o sol brilhando, o corpo coberto com as flores amarelas da Acácia. Canários Belgas cantavam sobre a minha cabeça. Nas campinas próximas as borboletas coloridas brincavam de esconde-esconde. O riacho ao lado cantava canções de ninar. Fui até lá. Molhei meu rosto, fiz minha higiene matinal. Com a marmita fiz um café. Agradeci a Deus pelo dia. Hora de partir. Escoteiro sabe aonde vai.

                      Uma voz dizia para mim: - Vamos escoteiro, pé na taboa, afinal esperam você no acampamento. Não era meu destino? E olhe eu sabia que do alto daquela montanha vou avistar as patrulhas acampadas. Isso mesmo. Bandeiras ao vento! Aperto o meu chapéu. Deixe o vento bater em seu rosto. Sigo o sol que desponta. Chão de estrelas pise fundo, mas com cuidado. Que gostosa é a brisa da manhã dei o meu melhor sorriso e parti com rumo determinado. Dei adeus a Acácia e lá fui eu para encontrar com meus irmãos escoteiros!

Lá ao longe, muito distante,
Fica o campo aonde eu vou.
Paisagem bela, e deslumbrante
Onde a tropa já avistou!

Vim da cidade, vida agitada,
Agora quero é descansar!
Vou para longe, muito longe ao pé da serra,

Com a tropa, acampar!

Um conto, uma história uma vontade danada de acampar. Gosto de lembrar. Me faz bem. São tantos lugares, são tantos amigos que até resolvi escrever um poeminha:
Se é triste sentir saudade,
muita saudade de alguém,
maior infelicidade
é não tê-la de ninguém.

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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