segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Lendas Escoteiras. Do destino ninguém foge. Parte I



Lendas Escoteiras.
Do destino ninguém foge. Parte I

                          Seu nome era Matheus, gostava de ser chamado de Miltinho. Seu avô tinha o mesmo nome e diziam que ambos se pareciam. Era filho único e com 12 anos já estava no quinto ano do fundamental. Estudava em um bom colégio pago e não se achava um prodígio como aluno, mesmo assim não tinha como reclamar de suas notas.

                        Gostava de futebol e sempre que podia, ia para a quadra do colégio bater uma bola com os amigos. Sabia que não era um craque, mas fazia boas jogadas. Em seu bairro tinha alguns amigos, não muitos. A noite se encontrava com eles para um papo ou até uma brincadeira qualquer. Nos fins de semana às vezes saia com seus pais. Seu pai trabalhava como gerente financeiro de uma cadeia de lojas e nunca chegava em casa antes das 9 da noite. Sua mãe, dona de casa era quem mais estava junto a ele no dia a dia.

                        Nunca seu pai o levou para passear nos finais de semana e pouco interessava pela sua vida não perguntando nada quando se encontravam. Um tarde de um sábado, vindo da quadra de futebol, viu três escoteiros caminhando em sua direção. Já os tinha visto antes, mas não sabia como eram o que faziam e onde se encontravam. Passaram por ele conversando entre si e dobrando a esquina desapareceram como fumaça no ar. Ele ficou ali meditando, e pensou que poderia experimentar ser um deles.
 
                        Comentou com sua mãe sobre sua intenção. Ela não disse nem sim e nem não. Resolveu investigar por conta própria. Descobriu o local onde se reuniam. Era um colégio a oito quadras de sua casa. Foi lá em um sábado. Viu muitos meninos e meninas brincando, correndo e um chefe apitando. Não entendeu muito, mas pelo sorriso estampado no rosto de todos, achou que devia ser bom.

                        Procurou um Chefe e perguntou como fazia para participar. O encaminharam para a sala onde estava o que devia ser o chefão. Ele o olhou de alto a baixo. Perguntou por que queria ser escoteiro. Ele não soube responder, mas disse que queria experimentar. O chefão gentilmente explicou o que fazia um escoteiro. Suas responsabilidades suas atividades e muita responsabilidade quando fizer sua Promessa Escoteira.

                       Encantou quando o Chefe contou sobre os acampamentos, as excursões às viagens de longa distancia a grande fraternidade mundial; Disse sobre os Jamborees e emocionou-se ao saber que em muitos participavam milhares de escoteiros de todo mundo. Ficou sabendo de um tal General Inglês que foi o fundador. Soube que mais de 150 países possuíam grupamentos escoteiros.

                       Pensou que seria bom pertencer a uma patrulha. Jogar com eles. Tomar decisões, vida em grupo. Imaginava como era e sabia que iria gostar. Imaginava ter seu distintivo, fazer sua promessa, mas logo acordou do seu sonho, pois era apenas narrativa do Chefe, pois precisava tomar uma serie de providencias antes de sua aceitação. Recebeu uma ficha de inscrição a ser preenchida pelo seu pai e sua mãe. Foi para casa sonhando acordado e quase se perdeu no retorno, tomando um rumo desconhecido.

                        Entregou a ficha e a sua mãe. Contava com ele para convencer o seu pai. Quando ele chegou à mesma rotina. Boa noite, banho e voltou para ler o jornal na sala. Já estava desistindo. Sua mãe se aproximou e sussurrou para o pai o desejo do filho. Entregou a ele a ficha de inscrição para sua assinatura.

                         Ficou pensativo quando seu pai o chamou. Incrível... Sorria para ele! – Parabéns ele disse. Gostei de sua escolha. No próximo sábado irei com você até o Grupo Escoteiro. Ele não acreditou e seu pai o levou até seu quarto (o dele) e tirou de dentro de uma mala antiga, um uniforme de escoteiro e o lenço e o presenteou. Era o seu quando jovem. Participara por quatro anos. Fora monitor e primeira classe. Mudaram de cidade, onde foram não havia grupos. Mas ele não tinha esquecido.

                          Sempre pensou em colocá-lo em um Grupo Escoteiro, mas não sabia onde e ele não tinha se manifestado a respeito. O tempo foi passando e ele se esqueceu de tudo. O trabalho o absorvia muito. Pediu desculpas ao filho. Disse que iria apoiá-lo e acompanhar em todas as situações que se fizessem necessárias.

                           Foi o dia mais feliz de sua vida. Foi para o seu quarto e colocou o uniforme de seu pai na cama. Ficou ali a admirá-lo. Não se conteve. Vestiu a camisa, colocou a calça curta, devagar colocou os meiões. Olhando no espelho colocou o lenço. Ainda não sabia como colocar. Como gravata ou mais longe do pescoço. Viu que o uniforme era grande para ele. Não se importou. Achou que era o máximo.

                            Durante a semana sonhou tudo que o Chefe explicou. A promessa, seus novos amigos, sua Patrulha, acampar, excursionar e fazer grandes jornadas a pé. O dia amanheceu, acordou e foi até a janela. Sorriu para o sol e fez sua oração matinal agradecendo a Deus pela oportunidade. Saiu de casa para contar ao seu melhor amigo a novidade. Vibrava com a possibilidade de ser Escoteiro. Ao atravessar a rua, foi pego por um carro a toda a velocidade, fugindo da policia que vinha logo atrás. Foi arremessado à grande distancia. Ficou inconsciente.

Levado ao hospital ficou em coma dois meses. Saiu do coma, mas sem movimentos no corpo, ficara paraplégico. Durante um bom tempo não lembrou mais de seus sonhos. Agora eram outros. Pensou que com o tempo seus movimentos voltariam, ele não desanimou e o tempo passou.

Breve a parte II deste conto.

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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