terça-feira, 4 de julho de 2017

Um Fogo do Conselho em uma noite de luar.


Um Fogo do Conselho em uma noite de luar.

                        Dizem que tudo de bom na vida tem seu preço. Se pudermos pagar, pagamos se não... Se não... Partimos em busca dos nossos sonhos transformando-os na vida real de uma maneira mais real.  Quanto custa ser feliz? Bendito seja quem encontra a felicidade em pequenas nuances que o tempo nos dá a cada segundo que vivemos. Partiremos agora célere a uma felicidade que muitos conseguiram ter neste maravilhoso mundo que os escoteiros vivem.

                        Hã! Deitar sob a relva, respirar o ar puro do campo, da floresta encantada, sentir a brisa a cair suave no rosto, olhar a noite as estrelas cintilantes no céu como a dizer que seu brilho vai nos fazer felizes por toda a vida. Quantos de nós não sorrimos nas noites de acampamento em volta de um adorável, ou melhor, dizer um encantador Fogo de Conselho? É surpreendente estar ali, olhos fixados no fogo, ou mesmo quando se começa esperando as chamas se tornarem altas querendo alcançar o céu.

                         Os sorrisos, as paixões, a vontade de ficar ali para sempre, querer ter asas para voar sobre aquela clareira, ver do alto os amigos cantantes, canções errantes displicentemente cantadas por lábios que aprenderam a entoar o Rataplã. Voltar novamente a terra, olhos vidrados no contador de histórias. Ah! O contador de história! - Dizem que contar histórias é uma arte, pode até ser, mas é uma arte gostosa, palatável de agrado geral. Histórias se contam em todos os lugares, mas nos Fogo de Conselhos elas tem o seu lugar.

                        A fogueira alta, o contador de história ilustrando o teor e fazendo seus gestos, todos de olhos fixos tentando ser mais um daquela história maravilhosa. Os olhos da moçada não piscam. Mesmo aqueles que já estiveram ali por muitas vezes são atraídos como os grilos e pirilampos com suas luzes brilhantes e saltitantes parecem querer também participar da história. É lindo estar ali com amigos, vendo um céu de estrelas, ouvindo o piar de uma coruja escondida em um carvalho com seus olhos brilhantes em um galho qualquer.

                       É gostoso demais viver em volta de um Fogo de conselho. Poder ouvir o ruído da noite, um contador de histórias perfeito, a gente enrolado na manta se enrosca em um tronco para melhor sentir o calor da história. Nas brasas o bule de café, e enquanto a história vai sendo contada alguém dedilha um violão encantado tocando com simplicidade, um canto saudoso de um escoteiro a sonhar. Ouvidos atentos, olhar penetrante cada um vai sentido o ar puro da floresta invadir a seara do Fogo de Conselho.

                      Em determinada hora se ouve os sapos coaxando na lagoa próxima. A brisa não para de soprar. Os velhos mateiros sabem que já está na hora de ouvir o canto do Uirapuru lá bem no fundo da floresta. É um fogo especial, não tem hora para terminar. Outras histórias são contadas, uma peça bem montada, alguém dá uma gargalhada e quem sabe pode até chorar. Contadores de Histórias atraem até os anjos lá do céu. E você meu amigo que está a ler, se achegue, se assente, venha ouvir e cantar conosco. Sinta-se em casa e se quiser, pode contar uma história, duas o quanto quiser...

                      É... O Fogo de Conselho marca. Quem viu um não quer perder outro nunca mais. É como se a gente pudesse tocar as milhares de estrelas coloridas, que rumam ao infinito, e sente que tudo faz sentido e vai ser bem melhor se pudesse ter uma só para si, levar consigo para casa, deixa-la brilhar no teto do seu quarto, fechar os olhos e pensar que a gente faz parte do mar, das estrelas, dos ventos do sul e do norte, das montanhas, da lua, do sol.


                      No final olhamos para dentro de nós e pensamos que somos parte da mesma criação. Alguém que nos deu a vida, a maneira de ser eterno. É como dizer... Senhor, neste azul do céu, onde encontrei a calma, encontrei a paz que alimenta minha alma. E quando o Fogo do Conselho acaba depois desta viagem de sonhos pelo espaço sideral, os escoteiros estão sorrindo, vão para suas barracas sonhando que o dia vai chegando ao seu destino final...

nota: - A noite de hoje está me parecendo um sonho. - Mas não é. É que a realidade é inacreditável. Sonhe, sonhe, sonhe escoteiro até os seus sonhos se tornarem realidade.

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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