segunda-feira, 17 de junho de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Dolce Amore Mio ou I love you scout.




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Dolce Amore Mio ou I love you scout.

Prólogo: - Ainda não tinha escrito desta forma sobre o amor Escoteiro. Hoje eles e elas estão aí de mãos dadas, com a felicidade risonha, amores que nunca mais vão esquecer. É quem sabe irão dizer: Eu amo o escotismo e você!

              Ah! O amor! Ele aparece sem saber qual a flor do jardim vai escolher para desabrochar. É lindo! Quem ama fica diferente, esquece tudo do futuro do seu passado e passa a viver o presente. Quem diria que um dia iria ver tudo isto no meu amado escotismo? A juventude não tem fronteiras, não escolhe a hora nem o lugar para amar. Pensar que eu poderia amar uma Escoteira na trilha dos Morcegos? Na vertente do Rio Pardo? Na barraca suspensa presa em galhos altos na floresta do Roncador? Never! A gente amava sim, de longe, vendo pela janela, ela sorrindo jogando seus cabelos para um lado e outro e de olhos arregalados dizia: Amo você para sempre. Mas sempre tomando cuidado com o pai ou a mãe dela. Hoje? Hoje é tudo moderno. Tudo palatável, tudo vale na escala do tempo, que não deixa o vento levar os sonhos de um grande amor. É como o belo poema de Drumond: - O Escoteiro amava a Escoteira, que amava o sênior, que amava a guia, que sonhava com o pioneiro; que não amava ninguém.

                Vejo o mundo como vejo os ventos soprando nas histórias que passam sem a gente ver que passou. Tudo mudou. No campo não havia lugar para o amor. Havia lugar para o fogo amigo; para festejar com um amigo querido, para sorrir com ele quando chegava sua primeira classe, sua correia de mateiro, bater de frente para ver o sol nascente, era bom demais. Amor? Sim pelo escotismo. Coração servia para guardá-lo na mente, no abraço apertado, sorrir e fechar a chave o coração com o amor preso nas entranhas do seu ser. Mas quem disse que isto não acontece hoje? A meninada, a moçada ama sim o escotismo como a sí mesmo. Mas tem um lugarzinho para ele ou para ela. Afinal amar não é a maior das distâncias percorridas, capazes de manter o amor que originou uma nova alegria, uma sensação de bem estar de viver, de sonhar? Não é logico como dizia o celebre viajante das estrelas. Mas para eles tudo é logico, tem sentido, não tem como fugir, ir para o campo? Armar sua barraca? Sem ele ou ela não tem razão de ser.

                  Não sei onde me situar, não vivi esta experiência e nem sei até onde os resultados são compensatórios. Quem sabe isto já é real? Sem a gente perceber, lá estão eles de mãos dadas, quando podem um pequeno beijo, um abraço, um suspiro apaixonado. Mas e o escotismo? Calma chefinho, dizem eles, aqui fazemos tudo de mansinho, não precisamos correr. Sobejamente eu sei que nem todos estão assim a amar e ser amado, viver sonhando enamorado, pensando em um futuro feliz. Até antevejo eles no proximo milênio (muito?) vividos na trilha do tempo, amantes para sempre, filhos correndo atrás. Pai, mãe! Quando vou poder entrar? O pequerrucho nem quatro anos tem, mas sua foto com o lenço da Insígnia, com seu chapéu Escoteiro já correu as páginas das redes sociais, já estão no Facebook, em um tal de Instagram e tantos mais. Modernismo é assim. Já pensou ele apaixonado, correndo para todo lado com sua patrulha, no alto da montanha com sua bandeirola vermelha e branca triscando o infinito; manda mensagens através das nuvens distante para ela: - Pensei em te mandar um beijo... Mas achei pouco e resolvi mandar milhões deles! Te amo!

                       São coisas da nova época. Época que não é mais minha. Está na hora de encerrar minhas horas extras aqui na terra. Vem aí à homofobia, a aceitação de direitos. Afinal direitos são para todos. Eles merecem, eles tem que ter seu lugar ao sol e eu aplaudo. Bem vindos os novos irmãos Escoteiros. A UEB custou, mas reconheceu. Nota dez! Mas fico aqui pensando, no acampamento na caverna do urso, dois seniores de mãos dadas, um olhando para o outro, olhar lânguido dizendo: Te amo! E elas? Acharam um cantinho lá na trilha do destino, abraçadas vendo a vermelhidão amarelado do por sol a dizer: - Eu espero que a vida seja o suficiente para te mostrar o quanto te amo. A vida é assim renhida difícil, temos que vivenciar o novo mundo, a nova era. Afinal se você ama não faz a menor ideia de como eu sou feliz ao seu lado. E eu não tenho a menor ideia de como explicar. Eu te amo! Se sofro é por que amo você! Sofrer? Que isto? Não podemos sofrer por amor. Se o amor é lindo, temos a obrigação de ser feliz. Mas lembremos sempre, os sêniores de mãos dadas, as pioneiras abraçadas que BP já dizia: A verdadeira felicidade é fazer o seu amor feliz! Não foi assim? que seja.

                      Preciso bater o cartão do tempo. Minhas horas extras vão se exaurindo. Preciso ir para as estrelas. Estou a pensar BP escondido lá no céu, em uma estrela brilhante, sentado em um foguito amigo, em volta centenas de modernistas, valorosos politicamente corretos, dirigentes abstratos sem mostrar o seu recato, contando pataquadas do que fizeram. E ele BP de olhos fechados, tentando sorrir sem entender os novos chefes chegados, eles sorrindo por todo lado. Ele enruga a testa olha para uma estrela mais distante e fica a pensar: - Deus meu, saudades de Mafeking, dos meus amigos Ashantís, de Olave, da vida em Paxtu minha linda casa no Quênia, de Brownsea, saudades de Gilwell Park, agora isto? É difícil aguentar. Pois é, afinal sofrer faz parte até no além. Melhor não ficar ali, pois humildemente ele poderia dizer: - Santo Gral, onde amarrei minha égua?

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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