sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Contos ao redor do fogo. Apenas uma fogueira em uma noite de luar.




Contos ao redor do fogo.
Apenas uma fogueira em uma noite de luar.

- Os vagalumes treteiros piscavam no lusco fusco da noite querendo brincar de esconder. A Coruja de olhos verdes, séria e compenetrada olhava aqueles meninos escoteiros em volta da fogueira que se divertiam cantando e fazendo juras de amor eterno ao Fogo de Conselho no seu final. Fora um dia estafante. Percorreram léguas e léguas na Estrada da Poeira. Mesmo com o vento foi quase impossível chegar ao seu destino. O jantar que o cozinheiro preparou foi um manjar dos Deuses. Alguns calados outros cantantes já haviam separado a lenha que iria dar o calor que precisavam para virar a noite. O amanhã havia outra puxada, a pé em busca do Monte Serrat.

O Monitor vendo a maioria calada sussurrou tão baixo que uma estrela piscou forte e sorriu pedindo para continuar. Os demais patrulheiros esqueceram o vento frio e a lua que insistia em brilhar para chamar atenção... Ela querendo ser melhor que as estrelas que bruxuleante cintilavam no céu sonhava. A beleza do momento era saudada com o silencio noturno da mata que nada dizia e se calava. – O Monitor com sua voz errante falou: - Foi um anjo que me contou que o Senhor das Estrelas no seu cantinho no céu fabricava estrelas de todos os tamanhos. Dizia que o céu é de verdade, que cada um de nós ao nascer ganha uma estrela em um canto do firmamento e linda ela em noites escuras se põe a brilhar. A estrela tem seu nome e ficará ali para sempre até o dia que irá fazer dela sua morada final.

Preocupado com tantas belezas existentes Nandinho um escoteiro mais novo perguntou: - Monitor, onde foi parar à lua que sempre que a gente olha se assusta com tanta beleza e um súbito espanto acontece na primeira vez? – Ele sorrindo respondeu – Pense em um mundo como um malmequer.  Porque você não vê. Mas não fique pensando demais porque pensar é não compreender. A lua e as estrelas são como rubis e rosas, neve e ouro. Um verdadeiro tesouro. - Não pare nos sonhos, ande e faça acontecer. Tente recapturar a sublime beleza que existe em você. Em tudo que existe ao seu redor e só assim será feliz. Se ver com alegria a beleza no céu a lua e as estrelas tudo se transformarão em maravilhas divinas e isto apaga todo o infortúnio. Sua estrela está lá, é sua. A estrela sabe que sua alma é imortal e vai acompanhar você por toda a vida.

Já não havia mais calor, as brasas deixaram para trás as fagulhas mágicas que brincavam de esconde, esconde na escuridão. Ali em volta aqueles seis meninos faziam planos de brincar de escoteiro por longos e longos anos. A floresta escondia as flores, o perfume da rosa donzela e agora todos podiam ver o clarão das estrelas que piscavam sucessivamente no céu. Um pardal procurando seu ninho voou ao redor. Picotou à moda do Pica Pau no seu galho e foi dormir. O Monitor sorria. Pensava como era feliz nos escoteiros. Ouvia compassadamente uma sonata de Uirapurus que tocavam no seio da mata como se fossem uma orquestra de violinos mágicos. A musica é celeste... A natureza divina realça a beleza que encanta a alma. Eles aqueles meninos da noite, com suas fardas brilhantes sabiam que a natureza não faz nada em vão.

Dormiram ali mesmo, sob a barraca do firmamento com a mão de Deus tomando conta dos seus sonhos, do seu amor, da sua fraternidade que apaixonados por um ideal faziam suas estripulias nas estradas cantantes ao lembrar dos tempos que não voltam mais. Dormiram sonhando até que a natureza em flor os acordou e o sol brilhando tocou um sublime som de um Urutau que bateu asas e voou. Hora de partir... Um cafezinho, sorrisos... O poeta escoteiro apenas um menino escoteiro soprou no ouvido de cada um: - Quem me compra um jardim com Flores? E as borboletas de muitas cores? O Beija Flor e passarinhos ovos verdes e azuis nos ninhos? E ele mesmo respondeu para seus irmãos de ideal – Plante seu jardim nas jornadas que irão fazer, decore sua alma e não espere que todos irão lhe levar flores. Já é hora de partir, nossos planos estão caminhando. Ainda vamos acampar na Jangal, nas matas distantes e beber água da fonte neste belo do meu país!     

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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