segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Crônica de um Velho Chefe Escoteiro. Eu queria ter o mundo, mas Deus disse que não.



Crônica de um Velho Chefe Escoteiro.
Eu queria ter o mundo, mas Deus disse que não.

               - Ah! Eu queria ter o mundo aos meus pés. Queria fazer dele um lugar feliz para viver. Mas o mundo não é assim? A felicidade não está aqui? Porque então mudar? Perguntou-me o Escoteiro. - Não sei, respondi. Mas meu amigo e irmão eu queria ter um mundo, fazer todos sorrirem, se abraçarem e dizerem que agora somos todos irmãos. – Mas é possivel? Afinal quantos estão sorrindo? Não seria muito mais dos que estão nas sombras sem perdão?

               - Eu penso e transformo meu desejo em ilusão, ilusão de ter um mundo só meu. Mudar as pessoas, mudar tudo fazer todos iguais a mim! – Foi ela a poetiza quem me incentivou – Escoteiro nos demais mundos todos sabem, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, pois a anatomia mudou para todos, e agora todos são corações.

               - Mas uma bela Escoteira no alto da sua surpresa, remendou em um triste soneto: - Sábio é quem se contenta com o espetáculo do mundo. – Olhei para ela, e pensei: - Que grande circo, que espetáculo é este que não posso perder. Afinal será um mundo, mais alegre, mais delicioso, mais pomposo na maneira de se andar falar e viver.

               - Se eu mudar o mundo o que diria o escoteiro ingênuo? - Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve ficaram as saudades. Não assim não, eu não o farei a todos escoteiros, uns quem sabe talvez. Mas a honra seria o primeiro embate. No meu mundo quem não tem honra não vai viver.

                - Eu queria ter um mundo, de águas cristalinas, de fontes que nunca irão secar. De peixes que irão pular na catapulta da água, sorrindo do mundo novo que eu criei e eles estão a viver. Meu mundo teria campinas, vales verdejantes, flores perfumadas onde todos pudessem caminhar. Meu mundo teria lindas montanhas, cascatas imensas a ribombar cantante uma sonata de Schubert. Nas ruas irei plantar árvores frutíferas onde a meninada pudesse se esbaldar.

                - Meu mundo teria sol, teria chuva e teria lua. Teria estrelas? Sim brilhantes gritantes a piscar no céu. Meu mundo teria bandeira, a bandeira do Brasil. – Então não é só meu mundo, isto parece o país dos escoteiros. Anjo Escoteiro, por favor, não me interrompa me deixe criar meu mundo, do jeito que gostaria de ser. Meu mundo não teria maldade, falsidade. Meu mundo teria caráter, honestidade, onde o aperto da mão esquerda seria o documento mundial.

                   - Sonhos? Não tenho este direito? Sei que Ele que está no céu a nos acompanhar deve estar pensando: - Ele quer ser como eu! Por um instante entrei na seara que não me pertence, esqueci que sou seu filho, sou sua criação, e depende de mim e todos que o mundo seja assim sorridente consciente de sua obrigação.

                  ... E sem perceber, outro Escoteiro Poeta entrou na minha imaginação: - Enquanto um chora, outro ri, é a lei do mundo meu rico senhor. É a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo, mas uma boa distribuição de lágrimas, de sambas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se assim o equilíbrio da vida...

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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