sábado, 3 de dezembro de 2011

OS CINCO MAGNÍFICOS EM A MANSÃO DO DUENDE COR DE ROSA -


Esta é mais uma aventura da patrulha Aconcágua, chamada de os cinco magníficos, seniores da pesada, que adoram viver grandes aventuras. 
Não deixem de ler para conhecê-los melhor, na sua primeira aventura, "O castelo encantado e a famosa espada samurai" Voltam no tempo. Ano de 1671. Incrível!
Divirtam-se


AS LEGENDÁRIAS LENDAS ESCOTEIRAS

(Quinzenalmente ou mensalmente, iremos publicar contos na linha do imaginário. o titulo acima servirá para mostrar que o acontecimento é obra de ficção, mas não avalizo que possa ter alguma veracidade. Você decide)

Os cinco Magníficos
 
(Os cinco Magníficos são seniores da patrulha Aconcágua, do 568º Grupo Escoteiro Pico da Neblina. Rotineiramente estarão aqui contando suas epopéias divertidas e aventureiras. Muitas já vividas pelos nossos magníficos seniores de todo o pais. Sejam bem-vindos a patrulha Aconcágua e os cinco Magníficos).


Historia de hoje: A Mansão do Duende cor de Rosa
"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que às
 vezes poderíamos ganhar pelo medo de tentar.” 

Shakespeare

Capitulo I
Estava cansado de ficar parado no aeroporto. Para dizer a verdade cheguei às 08 da manhã para um vôo as 09 e já eram mais de 14 horas e nada. Sempre a mesma desculpa. Aeronave de conexão atrasada no norte. Partida será impreterivelmente às 15 horas. Isto aconteceu desde a manhã. Novo horário de partida e nada.

Uma coisa que o escotismo me ensinou é não perder a calma. Quem a perde também perde a razão. Se não tinha o vôo meus clamores nada resolveriam. Tinha telefonado para a filial do norte explicando o acontecido. A reunião com a empresa que fecharíamos um contrato foi avisada e compreenderam perfeitamente.

Já passavam mais de quatro meses que não voltava àquela cidade. Duas coisas me prendiam o retorno. O excelente contrato com uma gorda comissão e claro, rever aqueles rapazes que me impressionaram tanto que as lembranças continuavam vivas em meu cérebro. Estou falando dos “Cinco Magníficos”.

Aquela narrativa do Castelo e a Espada Samurai me deixaram intrigado. Não vou acreditando em tudo que ouço. Sou meio São Tomé. Ver para crer. Mas se vocês conhecessem a Patrulha Aconcágua, veriam jovens de caráter e se estivessem mentindo seriam os mais perfeitos atores que já conheci.

Agora estava de volta. Neste meio tempo voei pára várias outras cidades e sempre nas folgas não deixava de visitar Grupos Escoteiros existentes. Era comum ficar pesquisando via internet para obter endereços de Grupos Escoteiros, e com eles mais me confraternizava e divertia que ficar zanzando em shopping ou cinemas. Não era o meu forte.

Acredito que poucos escotistas conseguiram conquistar uma gama de amigos escoteiros de norte a sul do país como eu. Creio mesmo que sou um dos poucos que conhece a plena realidade do Movimento Escoteiro praticada por todos eles. Mas isto é outra historia. Contada quem sabe em outro local.

Não esquecia e sempre, as lembranças de minha esposa e de minha filha eram marcantes. Sempre conversava com elas pela internet e riamos a valer com as peripécias da minha “guria” na escola. As professoras adoravam suas maneiras. Com apenas quatro anos, fazia ares de mocinha de 15 a 16. Isto encantava pela sua sagacidade e maneiras inocentes.

Mas não estou aqui agora a narrar sobre meus amores (não se esqueçam, minha esposa e minha filha) e sim a continuar a saga daqueles seniores que um dia me marcaram para sempre. Olhe que como já disse, conheço um sem números de seniores, guias, escoteiras e escoteiros. Igual a eles não. Ninguém sabe o dia de amanhã. Quem sabe um dia vou conhecer.

Depois de muita labuta, consegui um vôo já à noitinha e com menos de 2 horas e meia cheguei meio cansado e sonolento a cidade de destino. Ao tentar um taxi vi um jovem simpático de menos de 30 anos me acenando. Fui até ele e me ofereceu um “alternativo” bem mais barato. Ou seja, um taxi sem autorização de transportar passageiros no aeroporto.

Não tenho este costume. Gosto das coisas legais. Nada de quebra galho. No entanto ele foi tão hospitaleiro e com uma simpatia radiante que aceitei. Explicou que fez uma corrida perto dali e não queria voltar vazio. Na viagem até o centro contou as novidades, e me perguntou se havia lido sobre os dois chefes escoteiros que enfrentaram uma quadrilha de ladrões em um Shopping.

Foi surpresa. - Não respondi, pois nada sabia. Por quê? Perguntei. – Ele sorridente respondeu que era um deles. O outro um seu amigo. Estavam após a reunião de tropa sentados na praça de alimentação, esperando suas namoradas (ambas guias, uma de 16 outra de 17 anos) e viram uma correria dentro dos corredores.

Levantaram-se e viram dois homens trajados com coletes da policia civil, atirando em um dos seguranças do shopping. Ao passar perto deles, deram uma rasteira em um e o meu amigo jogou uma cadeira em outro. Junto com outros seguranças eles foram dominados.

Caramba! Pensei. Um risco enorme. E ele ficou ali, dirigindo, rindo e relatando como se fosse um filme de mocinhos e bandidos. Como também sou escoteiro e milito no movimento ha mais de 15 anos, achei uma atitude meio insensata. Não disse isto para ele, mas acredito que poderia correr um serio risco de vingança, quando ambos os bandidos forem soltos.

Mas ao mesmo tempo, raciocinei que se alguém não se prestasse a tal tipo de ação, seriamos um bando de covardes, deixando a sociedade a mercê de tais marginais. Pelo sim e pelo não, fiquei calado e não fiz nenhum comentário.

Ele era um jovem falante e mostrava ser novo no escotismo. Disse que fizera três anos que tinha entrado e agora não sairia nunca mais. O escotismo tornou-se sua segunda vida. Amava tudo que existia nele. Encontrou amigos sinceros e leais e agora tinha encontrado sua alma gêmea.

Chegamos ao hotel, agradeci, peguei o endereço do Grupo e prometi uma visita tão logo pudesse. Ele tomou posição de sentido e com um grande sorriso disse: Sempre Alerta! Meu novo amigo escoteiro. Respondi sorrindo. Tomei uma ducha e liguei para a filial. Estava marcado nova reunião no dia seguinte às 09 horas.

Tudo transcorreu naturalmente e tínhamos um novo contrato naquela cidade. Era quinta feira e resolvi passar ali o fim de semana. Afinal a cidade dos meus amigos seniores não era mais que 150 quilômetros a nordeste. Fui para lá na sexta à noite com um carro alugado.

Foi bastante emotivo o nosso reencontro. Já conhecia boa parte dos escotistas do grupo e um sem numero de seniores e escoteiros. Os Cinco Magníficos continuavam os mesmos. O mesmo sorriso, a mesma aparência e uma união de fazer inveja.

Mal terminou a reunião e lá fomos nós para o barzinho conhecido, uma rodada de refrigerantes, um telefonema de cada um para suas casas avisando onde estavam e no mais tardar 10 ou 11 da noite estariam de retorno.

Ali estava o Ned, o Leo, o Jan, o Junior e o Max. Todos com o mesmo semblante. Seria muita pretensão que em quatro meses quando nos vimos pela última vez tivessem modificado a fisionomia. Ninguém cresce ou muda neste tempo. Perguntei como foi à escalada no na Serra do Altaneiro e me disseram que fora simplesmente espetacular.

- Olhe Chefe – Dizia o Ned – Nosso grupo foi com três patrulhas. Mais dois grupos souberam da atividade e se convidaram. No final éramos oito patrulhas seniores. Duas patrulhas eram mistas. Cinco garotas estavam lá, a fazer o que só homens deviam fazer.

Leo interrompeu – Não Ned, conte a verdade. Elas deram um verdadeiro show. Escalaram em menor tempo, sem arranhão, e sempre mantiveram o clima de amizade e olhe, eram bastante humildes pelo que faziam melhor que nós.

- Ban! Disse o Ned - Ainda acho que cada um deve procurar o seu lugar. – Você ficou chateado porque sua namorada não gostou e recebeu a maior bronca! – disse o Junior. – Nada disto. Ela compreendeu perfeitamente. É minha opinião pessoal. – O que não é compartilhada pelos outros da patrulha – disse o Jan.

- Bem, chega de uma discussão que não leva a nada. As guias são uma realidade e queira ou não muitas tropas seniores serão mistas amanhã ou depois. Disse o Leo. Não a nossa disse o Max.

Jan tomou a palavra. Comentou que mesmo recebendo um aprendizado na sede, a patrulha não foi bem. Conversamos depois e as opiniões divergiram. Mas pelo menos temos uma noção bem maior de escalada que hoje.

Perguntaram onde andei o que fiz e como estava o meu Grupo Escoteiro. Como neste período só fiquei cinco sábados em minha cidade, nada havia de novo para comentar. Comentei sobre o Acampamento Nacional de Patrulhas e se eles iriam. Claro disseram. Temos muitos amigos espalhados pelo pais e aumentar o número é sempre bom. Alí a diversão era sempre agradável.

Soube do acidente do Chefe Escoteiro hoje de manhã? Foi aquele que ajudou a prender bandidos em um Shopping – falou o Jan. – Caramba! Tremenda coincidência. Viajei com ele do aeroporto até o hotel quinta feira quando cheguei. Como está? Como foi? Jan respondeu que nada bem.

Uma menininha de três anos escapuliu da mão de sua mãe e correu para a rua. Ele vinha em seu taxi e quando viu jogou o carro em cima de um poste. A menina não teve nada e ele está na UTI em observação, mas sem perigo de morte. O passageiro que estava com ele nada sofreu.

Graças a Deus. Quando retornar vou visitá-lo, disse. Foi muito simpático e prestativo. Espero que recupere logo. Jan era o mais palrador. Contava tudo que vinha a sua cabeça. De um assunto saltava para outro. Logo estava comentando que o Leo e o Ned conseguiram um emprego.

Agora eram trabalhadores brasileiros. Cheios da grana. Riu a valer da sua piada. A patrulha acompanhou. Mas olhe Chefe quando foram formalizar a admissão, logo foram dispensados. Nem começaram e foram demitidos. Por quê? Perguntei. Exigiram que aos sábados e domingos, alem de feriados não trabalhassem.

Disseram que eram Escoteiros Seniores e tinham reuniões aos sábados, e sempre aos domingos e feriados eram dias de atividades extra-sede. Não podiam faltar. Pelo sim e pelo não, a moça do Depto Pessoal não gostou. O horário e dias de trabalho estão no contrato. Não haveria mudanças. Se quisessem bem, caso contrário havia outros interessados.

A patrulha caiu na gargalhada! – Leo e Ned não gostaram. Não é bem assim chefe, disse o Leo.  O horário era de 14 às 22 horas com folga no meio da semana. No colégio não havia horário pela manhã. Conversei com meu pai e aconselhou a esperar. Ainda devia estudar mais e quem sabe após os 18 anos eu tentaria alguma área especifica do curso técnico que estava fazendo.

O bate-papo continuou alegre e descontraído. No entanto vi que as horas passavam rápidas e não querendo perder mais uma historia fantástica perguntei ao Jan sobre a tal Mansão do Duende cor de Rosa. O que se tratava e como foi. Todos ficaram calados! Mudos. Entreolharam-se. Não entendi.

Aqueles minutos de silencio não me deram nenhuma pista do que se tratava. Acreditei que deletaram a historia que me prometeram contar e agora os cinco ficaram estáticos.  Transformaram-se em estátuas. Parecia que estava vendo um filme mudo em uma poltrona de um cinema, esperando o complemento, o inicio e o fim da história e nada.

Voltei a olhar para eles. Ainda estavam calados. Tudo bem, disse – Se acham que não devo saber nada a respeito, entendo perfeitamente. – Jan replicou educadamente – Não Chefe, não se trata disto. É que se o Senhor envolver-se nesta história, quem sabe poderá levar resíduos para sua cidade, e seu sono e sonhos poderão ter surpresas desagradáveis!

E agora? Estavam me colocando de encontro a parede. O que aqueles seniores fizeram e sabiam que não podiam contar? Que terrível segredo seria a tal mansão? Quem seria o Duende? E porque cor de rosa? Permaneci mudo e sem saber o que dizer.


AS LEGENDÁRIAS LENDAS ESCOTEIRAS

Os cinco Magníficos

(Os cinco Magníficos são seniores da patrulha Aconcágua, do 568º Grupo Escoteiro Pico da Neblina. Rotineiramente estarão aqui contando suas epopéias divertidas e aventureiras. Muitas já vividas pelos nossos magníficos seniores de todo o pais. Sejam bem-vindos a patrulha Aconcágua e os cinco Magníficos).


Historia de hoje: A Mansão do Duende cor de Rosa
"Se você rouba idéias de um autor, é plágio. Se você rouba de muitos autores, é pesquisa."
 (Wilson Mizner)
Capitulo II
Esquecemos do horário. Passava das dez da noite, aproximando das onze. Não dava para continuar. Eram jovens, tinham horários e naquela noite não saberia nada da historia da Mansão. Junior foi quem me convidou para almoçar em sua casa, e após o almoço poderíamos todos conversar tranquilamente na varanda de sua casa.
Não costumo aceitar tais convites partindo de jovens. Mas ele me garantiu que não haveria problema. Sua mãe era Akela e seu pai um dos diretores do grupo. Consultou os demais e todos concordaram. Inclusive Ned. Isto porque sua cara metade o esperava para um cineminha.
E porque você não vai? – perguntei. Não, respondeu. Não quero perder a narrativa da história e gostaria de ver se vai acontecer a tal maldição que eles nos disseram. Maldição? Perguntei. - Não se preocupe chefe, acreditamos que foi só um susto para não voltarmos mais lá – Disse Ned.
Comecei a ficar preocupado. Afinal se não estavam brincando pelo menos estavam me assustando. Despedimos-nos e fui para o hotel não antes de anotar o endereço do Junior. Ele me deu o telefone e fiquei de ligar antes de sair. Não vi nenhum sorriso, nenhum assovio entre eles, nada que pudesse demonstrar que tentavam me amedrontar.
Dormi o sono dos justos. Nem me lembrei da tal maldição, da mansão de nada. Estava muito cansado, pois a semana para mim foi muito corrida. Acordei tarde. Vi que passavam das nove da manhã. Tomei um banho, coloquei uma roupa esporte e antes de sair liguei para a casa do Junior.
A mãe dele, muito educada atendeu e disse que seria uma honra me receber pára o almoço. Fiquei meio sem jeito. Não foi difícil achar a rua e a casa. Na varanda vi o Junior e sua irmã. Logo apareceu seu pai e sua mãe. Cumprimentos, apresentações e alem de mim, o Max também estava lá. Ele se convidara como sempre fazia.
Uma família simpática e divertida. Um almoço dos deuses. O pai de Junior era Engenheiro Mecatrônico, e trabalhava free-lance para hospitais, clinicas e quem quisesse seus serviços. Sua mãe prestava serviços de auditoria e trabalhava mais em casa pela internet. Uma família “letrada”, unida e feliz.
Notei que não sabiam das historias dos “Cinco Magníficos”, ou se sabiam achavam que tudo não passava de invenção deles. Às duas e meia da tarde, os demais chegaram. Por sugestão de Jan, levamos algumas cadeiras de camping e fomos ate uma pequena pracinha próxima. Local arborizado, crianças brincando e vi que ali teríamos a privacidade para conversarmos mais a vontade.
Avisei ao Jan que estava na hora de começar. Chega de protelação falei. Eles de novo se entreolharam, balançaram a cabeça concordando e Jan tomou a iniciativa. Olhe chefe, não podemos assumir se alguma coisa acontecer. Só nós conhecemos a historia e nada foi comentado com terceiros.
Para dizer a verdade, nada comentamos destas atividades com nossa chefia sênior. Comentar seria motivo de gracejos, pilhérias, pois nenhum chefe ou sênior acreditariam em nós. Conversamos sobre a confiança que depositamos no senhor e para falar a verdade, ainda não temos certeza se podemos confiar.
No entanto, - continuou o Jan, desde a primeira vez o Senhor demonstrou ser alguém que acredita e nunca desde que o conhecemos não achincalhou ou caçoou de nós. – Agradeci. Mas pedi que continuassem, pois não podemos controlar o tempo e ele passa rápido.
Olhe chefe, dizia o Jan, nada foi programado. Surgiu assim de repente, durante uma reunião de seniores do distrito. Um sênior do Grupo Escoteiro Avante nos procurou no final da atividade. Contou-nos uma história estranha. Vimos que ele estava receoso, alarmado e tentou conversar com sua chefia. Ela não deu crédito e ainda riram dele.
Já nos conhecíamos de outras atividades distritais e conforme suas palavras escutaram de outros seniores que nos achavam “esquisitos”, talvez misteriosos ou mesmo na sua maneira franca, excêntricos. Claro, não era sua opinião. No entanto precisava de ajuda e achou que podíamos colaborar com ele.
Depois daquela “lenga lenga” toda, e claro seu elogio, prestamos atenção na historia que contou. No sábado anterior, ao sair do colégio às 13 horas, viu um velho, deitado na calçada, respirando com dificuldade, vestindo um terno preto, com colete e gravata borboleta, sob um sol inclemente e ninguém parava para socorrê-lo.
Continuou com sua narrativa de maneira não tão sutil. - Não sei se sabem, mas fiz dois cursos de primeiros socorros e vi logo que poderia ser uma “insolação”. Muitos que passavam achavam ser um pileque de um “velho desenvergonhado” e nada faziam. Estava com meu cantil, pois não ando sem ele, o puxei até uma sombra, desapertei sua gravata e camisa, tirei o paletó e molhando meu lenço de bolso, fiz diversas massagens em sua testa e em volta do pescoço.
- Ele logo voltou a si e pedi para uma senhora ligar pedindo uma ambulância.  Foi então que notei que sua face era meio rosa, tinha as orelhas pontudas, sem o chapéu caído ao lado só tinha fiapos de cabelos dos lados. Seu nariz me lembrava muito um duende de um foto que vi recentemente.
A ambulância chegou e ele rejeitou peremptoriamente. Mesmo com a insistência dos médicos e enfermeiros ele continuou a recusar. Desistiram e ele com minha ajuda ficou em pé e estranhamente me encarou dizendo – Conheço você! Já o vi por aqui de uniforme. Você sempre ajuda as pessoas. Ainda bem que o encontrei.
Não entendi nada. Logo em seguida pediu desculpas, sorrindo de maneira bizarra e insistindo que o levasse até sua casa. Deu o endereço e vi que ficava atrás do cemitério do Bairro Saudade. Não era longe. O acompanhei em silencio. Quando chegamos, avistei uma mansão sinistra, e por mais que insistisse não entrei e voltei para minha casa.
Durante a semana, recebi diversas vezes um telefonema, (não sei como ele descobriu) que deduzi ser o Velho Duende (desculpe o apelido), dizendo que contava comigo, que sua sobrevivência dependia de mim. Disse que seu tempo estava acabando e se não o ajudasse ele iria ficar aqui para sempre e não voltaria jamais para sua família. Falei com meu pai e ele riu achando que estava assistindo muito filme de terror.
À tarde de quarta feira, ele ligou novamente. Implorou, mas disse que precisava de pelo menos seis rapazes para ajudá-lo no maior problema de sua vida. Falei com minha mãe, com meu chefe de tropa, com outros seniores da minha patrulha. Todos acharam que eu estava fantasiando e pela minha idade deveria ser mais sério como sênior.
Foi então que nos procurou chefe – dizia o Jan, pois como dizia, éramos os únicos que podiam ajudá-lo. Como? Perguntei – Indo comigo na casa do Velho Duende amanhã, domingo - disse. O senhor sabe que gostamos de uma aventura e o convite era um desafio. Passamos por poucas e boas e esta não podíamos deixar de lado – continuou o Jan.
Fizemos um pequeno conselho de patrulha e decidimos ir com ele no dia seguinte. Iríamos todos uniformizados. Isto mostraria nossa identidade e não um bando de moleques invadindo casas alheias. Trocamos a noite vários telefonemas entre nós. Estávamos preparados. O Velho Duende não iria nos assustar facilmente. Claro se fosse verdade a narrativa do sênior.
Eram dez e meia quando nos encontramos próximo ao cemitério do Bairro Saudade. Junto com o Sênior, cujo nome é Juací, nos dirigimos a tal mansão. Realmente. O aspecto funesto era assustador. Nunca gostei muito de filme de terror, mas ali estava um perfeito exemplar que podiam aproveitar para fazer um belo filme.
Era cópia fiel de uma mansão assombrada que tinha visto na internet. Se me lembro bem, chamava-se Mansão Llancaiach Fawr, que pertenceu à família Princhard, numa pacata região do Sul de Gales, perto de Cardiff. Construída com paredes de quatro pés de espessura, a casa era uma verdadeira fortaleza se houvesse invasão de inimigos.
Mas vamos voltar a nossa narrativa. A mansão ficava afastada do bairro mais de um quilometro. Andamos neste período por uma pequena estrada de terra, sem avistar uma única casa. Ao chegarmos uma janela se abriu alguém colocou a cabeça para fora e rapidamente tirou e fechou a janela. Já sabiam de nossa presença e de nossa chegada.
Batemos a porta e foi aberta de chofre. Conheci o tal Velho Duende, como já o chamávamos. Agora usava uma roupa verde, suas orelhas pontudas e nariz também pontudo não deixava a menor dúvida com quem se parecia. Não vimos ninguém atrás dele. Entramos em uma sala pouco iluminada, com um pé direito muito alto, duas grandes escadas levavam ao andar superior.
As poltronas extremamente velhas, aqui e ali cadeiras com braços e as cortinas rosa na penumbra, davam um aspecto irreal de boas vindas. Olhei por todos os lados e não vi ninguém. Mas poderia jurar que estávamos sendo observados por muitos olhos perdidos em cada canto da casa.
Agradeceu a Juaci por ter vindo e nos deu as boas vindas. Juací explicou que não tinham muito tempo e se possível que ele entrasse no assunto. Nossos pais sabiam que estávamos ali e nos esperavam para o almoço e não podiam atrasar. Vi que Juací era decidido. Talvez mais que nós, pois nosso grupo se mantinha unido, bem perto um dos outros e receosos com aquele velho, com aquela casa escura onde não avistamos ninguém a não ser ele.
Mandou que os seguíssemos. Temerosos e um pouco acovardados, fomos em frente, ou seja, atrás do velho. Ele não falava nada, mas escutamos um farfalhar de vozes, ou melhor, um zumbido estranho, parecendo que milhares de ratos estavam reunidos disputando um belo queijo francês. Ele abriu uma porta, e desceu centenas de degraus até um local com um brilho incrível.
Eu que sou um estudioso de tumbas egípcias, vi ali uma replica perfeita. Estávamos bem abaixo do porão da mansão. Ali considerando a entrada e a descida em parafuso por escadas de madeira descemos mais de 150 metros abaixo da superfície da casa.
Era assombroso o que vimos e encontrar um salão como aquele. Interessante que não havia luz, tochas, no entanto o local era bem iluminado. Estávamos todos perplexos com tudo que estávamos vendo. Afinal estávamos no Brasil e não no Egito.
O porquê alguém construir algum assim, era para nós um mistério. Não tínhamos nenhuma noção de quem o fez. Devia ser alguém muito excêntrico, com dinheiro, conhecedor dos segredos dos faraós, e nada como fazer uma réplica. Quem sabe queria ser enterrado como se fosse a primeira múmia brasileira.  
Durante alguns minutos ficamos parados, estáticos, sem saber o que dizer. As paredes pareciam cobertas de ouro, e podíamos ver vários escritos em hieróglifos. Nenhuma porta, nenhum sinal de outra passagem.
Até ali não entendíamos que tipo de ajuda ele iria precisar de todos nós. Aguardávamos que dissesse alguma coisa e ele de cabeça baixa, mexia com os braços, com o corpo e aconteceu! Uma enorme porta se abriu como se fosse uma engrenagem milenar.

AS LEGENDÁRIAS LENDAS ESCOTEIRAS

Os cinco Magníficos

(Os cinco Magníficos são seniores da patrulha Aconcágua, do 568º Grupo Escoteiro Pico da Neblina. Rotineiramente estarão aqui contando suas epopéias divertidas e aventureiras. Muitas já vividas pelos nossos magníficos seniores de todo o pais. Sejam bem-vindos a patrulha Aconcágua e os cinco Magníficos).

"Nunca diga às pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes o que deve ser feito e elas surpreenderão você com sua engenhosidade."
 (George Patton)
Historia de hoje: A Mansão do Duende cor de Rosa
Capitulo III
Nossos olhos não despregaram da porta. Ela se abria devagar, sem nenhum barulho, sem nenhum gemido. O silêncio era mortal. Estava imaginando o outro lado. Tesouros com barras de ouro, pedras preciosas, colares, pulseiras, objetos incrustados brilhando, mas, que decepção. Ao abrir vimos outro salão, bem menor, como se fosse o inicio de um corredor, só que não tinha mais que uns 10 metros de comprimento, por uns dois de largura.
Ao adentrar no salão, a porta se fechou. O Velho Duende resolveu explicar tudo. Porque estávamos ali, e o que esperava de nós. Sua voz fanhosa e fantasiosa saía de sua boca em sons guturais. Desta vez não gesticulava. Seu semblante não tão simpático, agora demonstrava uma agonia sem precedentes, como se nós fossemos o salvador, aqueles que afinal poderiam dar um novo rumo em sua vida.
- Meu nome é Josuhá – disse - tenho 486 anos e sou natural de Leprechauns, cidade próxima a Mooinjera, segunda dimensão oposta da Irlanda. Somos todos Goblins, ou pode nos considerar Elfos ou Gnomos, mas nos consideramos bem mais civilizados. Não sei como vim parar nesta cidade. Há seis meses atrás, fui transportado sem perceber e me vi alojado nesta mansão. Ela estava abandonada e quando me dei conta me vi só, sem víveres, e cercados de ratazanas que habitam aos milhares na Mansão.
- Vasculhei todos os quartos, salões, e descobri esta sala por acaso. Quando aqui vinha, não tinha nenhum conhecimento de como abrir esta porta que vocês viram. Não sou mágico, e nem um Zanganito. Perguntei o que era Zanganito e ele respondeu que eram Duendes encantados. Foi então que uma luz cintilante me mostrou como voltar e ao mesmo tempo manter escondida nossa civilização dos Brownies, uma raça que quer exterminar a nossa.
- A luz, que deduzi ser do meu Mestre Zincayan disse que existem seis portas a serem ultrapassadas. A cada uma é necessário cumprir uma missão para que a outra se abra. Não me foi permitido saber qual e nem ser participante dela. As missões só podiam ser realizadas por jovens, puros nos seus pensamentos, palavras e ações. Jovens em que se pudesse confiar, e que tivessem coragem para não desistir de cada missão apresentada.
- A principio, continuava o Velho Duende, agora chamado de Josuhá, não entendi o que isto significava. Enquanto não sabia onde encontrar esses jovens, passei a conhecer sua cidade, seus habitantes, o que pretendiam suas agruras, seus sorrisos, enfim, analisei muitos e pouco compreendi. É difícil entender vocês, mas sem querer, me dei um dia com um escoteiro ajudando e colaborando sem pedir nada em troca.
Deduzi que sua organização era feita de pessoas honestas, com honra e lealdade suficiente para me ajudar. Não sabia como encontrá-los. Fiquei zanzando por meses e nada encontrando. Era difícil perguntar, pois todos tinham receio do meu rosto e da minha voz.
- De tanto andar, um dia perdi a noção de tudo, desmaiei e quando abri os olhos me dei com um de vocês, o mesmo traje do outro que vi praticando boas ações. Vi que me ajudava, e que em pouco tempo recuperei minhas forças e quando se prontificou a me levar a um hospital agradeci. Achei que tinha encontrado o que precisava. Não precisava procurar mais.
- Consegui convencê-lo e eis que você me aparece com mais cinco. Perfeito. Não sou ótimo nas palavras, mas acredito que podem me ajudar. Não se assustem com as missões que irão aparecer. Não serão tão difíceis. Se forem, será o meu fim. Deixei na minha terra, uma esposa e uma filha. Não sabem onde estou e se vou voltar.
Olhe chefe, - continuou o Jan – Não estava gostando nada daquilo. Não sabíamos o que encontraríamos. Afinal de Indiana Jones nas suas mais perigosas missões, estávamos longe. De sua coragem e perseverança nem sei o que pensar. Ned foi quem tomou a iniciativa para saber como eram as missões. Josuhá tocou em um ponto da parede, e eis que apareceu um grande formigueiro, com milhares de formigas do tamanho de abelhas andando aqui e ali.
Disse-nos que um de nós, que conseguisse passar, sem matar nenhuma formiga e ser picado por elas, abriria a porta da segunda missão. A coisa engrossou. Como passar? Como fazer? Junior disse que conseguiria. Tirou do bolso uma barrinha de chocolate e aos poucos pingando água do seu cantil em cima, o chocolate foi desmanchando formando uma pequena bolha doce em um canto do formigueiro. Dito e feito. As formigas correram em cima do chocolate. Junior em pouco tempo atravessou sem machucar nenhuma delas.
Josuhá deu pulos de alegria, logo viu que o formigueiro tinha desaparecido. Apertou outra parte da parede e um enorme fosso cheio d’água apareceu. Ele disse que no fundo, quem mergulhasse deveria encontrar uma agulha azul, e deveria ser picado por ela. Não haveria sangue e a água evaporaria em segundos. Não poderia vir á tona para respirar enquanto não encontrasse a agulha azul. Se emergisse, tudo estaria acabado.
Max se ofereceu. Disse que sempre foi bom de mergulho e sem esperar consentimento mergulhou de uniforme, só deixando para traz o cantil e a boina. Passou-se um minuto, dois minutos, três minutos e começamos a ficar preocupados. Quatro minutos e vimos a água desaparecer com uma rapidez incrível. No fundo Max estava como que desmaiado. Pulamos no buraco, uma pequena respiração artificial boca a boca e pressão no tórax próximo ao coração e logo ele voltou a si.
Josuha apertou outro local na parede. Duas missões foram cumpridas. Restavam quatro. Uma pequena passagem se abriu. Quatro cascavéis de metro e meio estavam rastejando daqui e dalí. Não precisamos perguntar. Vimos um anel pequeno, sem ornamentos, no meio das cobras. Alguém teria que ir lá pegar.
Ninguém falou nada. Todos nós morríamos de medo de cobras. Conhecíamos bem as cascavéis. Juaci se prontificou. O que ele iria fazer? Não tínhamos a mínima idéia. Ele pé ante pé se aproximou da primeira cobra e jogou um punhado de areia em seus olhos. A cobra começou a saltar e em seguida Juaci fez o mesmo com a segunda e a terceira. Faltava a quarta. Ele saltou em cima de Juaci que se desvencilhou e deu seu cantil para ela. Foi uma mordida e tanto no cantil. Deu tempo para Juaci pegar o anel. As cobras sumiram.
Mais uma e agora restavam três. Josuha não perdeu tempo. Já estava sorrindo e sonhando com seu retorno. Apertou outro canto da parede. Uma fumaça preta tomou conta do final do salão. Josuha disse que era uma fumaça venenosa. Quem aspirasse morreria em segundos. A missão consistia em atravessar a fumaça, encontrar a parede do outro lado e achar o ponto exato onde tinha um botão que a fazia desaparecer.
Agora sim. Quem de nós se ofereceria? Nem bem pensei e eis que o Leo se prontificou. Tirou um lenço de bolso, cortou duas pequenas partes com seu canivete, molhou com água e fazendo duas pequenas bolas, enfiou em cada narina bem fundo. Ao ver aquilo até eu perdi a respiração. Leo correu e entrou na densa fumaça. Graças a Deus não demorou muito. Em menos de 3 minutos a fumaça tinha desaparecido.
Mais duas pela frente. Eu estava suando a bicas. No entanto vi que os demais estavam se divertindo! Só mesmo estes “Cinco Magníficos”. Josuha de novo apertou a parede. Apareceu no chão o desenho de três trevos de quatro folhas cada um. O sortudo teria que pisar em pelo menos seis folhas e estas deveriam soltar um pó amarelo. Pisando em uma folha que soltasse o pó azul seria considerado erro. Teria duas chances de erro.
Era uma das piores. Se não conseguíssemos perderíamos todas as missões completadas. Eu me ofereci. Sempre fui um “cara de sorte”. Ganhei diversas vezes as rifas que comprei. Nunca joguei em loterias e nada de errado acontecia comigo. Considero-me um sortudo. Tudo dava certo em todas as situações difíceis em minha vida. Sabia que ali também minha sorte não faltaria.
Que seja o que Deus quiser pensei e lá fui. Nas primeiras quatro folhas pó amarelo. Sorrisos e aplausos. Nas outras duas pó azul. Tristezas, desânimos. Não teria outra chance. Pisei em outra, pó amarelo. Fiquei amarelo de medo! Faltava uma. Fiquei ali parado, pensando, margeei duas e pisei na ultima. Pó amarelo! Gritos, alegria, abraços.
Faltava somente uma. Eu tremia como vara verde. Os demais continuavam eufóricos. Não sabiam dos perigos ou não queriam acreditar que tudo fosse verdade. Eu não. Sabia e tinha certeza que um só erro, um de nós poderia até perder a vida.
Josuhá apertou novamente a parede. Desta vez estremeci. Uma parte dela começou a se movimentar em direção a outra. Tínhamos somente uma área de dois metros quadrados que não se mexia. Ali ficamos. Josuha disse que a parede iria parar a 15 centímetros da outra. Alguém teria que ficar ali e não ser esmagado.
Não dava para mim. Era meio gordo. Mas Ned se ofereceu. Com mais de um metro e oitenta era um perfeito vara páu. Encostou-se à parede contrária, diminuiu a barriga, virou a cabeça para o lado e esperou. Sentiu que a parede se aproximava e achou que seria esmagado. A parede parou. Vimos Ned esticado sem mexer. Estava prensado entre as paredes e não podia sair.
A parede continuava lá. Olhamos para Josuhá. Ele nada dizia. Vimos a parede virar pó. Josuhá nada dizia. Um barulho tremendo aconteceu. Foi então que Josuhá olhou para nós e disse, corram o mais que puder. Tudo deu certo. Volto para minha gente. Vocês não podem dizer para ninguém o que viram ou fizeram. Quem souber disto, pode virar um Duende quando aparecer um Arco Iris a sua frente. Cuidado!
Olhamos para traz e vimos a escada de madeira se desmanchando. Em saltos enormes subimos como se fossemos uma pantera correndo de seu matador. Chegamos ao salão. Saímos rápido pela porta, corremos até umas árvores. Vimos a Mansão se transformar. Não dava para acreditar. Voltou sua pintura quando construída, apareceu em volta um belo jardim.
Em poucos segundos, todo cenário tinha mudado. A Mansão era uma linda e esplêndida casa. Vimos até pequenos rolos de fumaça saindo pela sua chaminé. Incrível! Não dava para acreditar o que era e no que se transformou. Em uma janela uma linda jovem apareceu. Mais acima em outra janela o sorriso de Josuha, com seu nariz afilado, sua tez esverdeada nos acenando e desaparecendo em seguida.
Voltamos para nossas casas sobressaltados. Era uma história fantástica. Eu não acreditava em tudo que vi. Perguntei a cada um se tinha realmente acontecido. Brancos como papel, só diziam sim com a cabeça. Durante uma semana não dormi direito. Na reunião seguinte resolvemos voltar lá no domingo. Convidamos Juaci.
Uma bela surpresa. Uma grande casa, verde musgo tinha surgido. Um lago cheio de flores, gansos e patos nadavam alegremente. Próximo a casa corria um regato de águas límpidas. Duas crianças de mais ou menos oito anos brincavam no jardim da frente. Nem sinal de Josuhá.
Combinamos de não contar para ninguém. Claro, a maldição para nós não tinha tanto significado, mas o deboche, a troça e zombaria não faz parte de nosso dicionário. Olhe chefe isto aconteceu há dois meses atrás. Nunca mais vimos ou ouvimos falar em Duendes. Josuhá era uma sombra do passado que se foi.
Se ele voltou para sua cidade, junto dos seus, e se alcançou a felicidade da volta, pois aqui se sentia deslocado, ótimo. Quem sabe um dia poderemos ir até a segunda dimensão que disse e lá encontrá-lo de novo. Já passamos por tantas coisas que nada seria difícil para aumentar nossas aventuras.
A tarde chegou. O sol estava se pondo. Debaixo daquelas árvores a brisa corria leve e solta. Olhei o semblante de cada um. Nenhum parecia estar inventando novamente esta história. No entanto era difícil de acreditar. Foi bem narrada. Se for mentira ficaram um bom tempo preparando e decorando cada situação. Nos Cinco Magníficos nenhum sinal de que foram bons na história inverossímil.  
Levantei para despedidas. Meu vôo seria as 23 horas e tinha pouco tempo para arrumar tudo. Fiquei calado. Não opinei. Não disse nem sim e nem não. Era uma história fantástica! Quem sabe digna de um grande filme feito por grande diretor ficcionista de cinema americano. Não sei se já li algum parecido. Acredito que sim, mas não me lembrava. Eles não demonstravam nada. Eram excelentes atores. Já tinha dito isto.
Mas e se fosse verdade? E a maldição? Ficar verde com orelhas pontudas e nariz afilado ao ver um Arco Iris? Até seria bom, pois quem sabe encontraria o tal Pote de Ouro que os Duendes tanto procuram? Despedimos-nos, e quando abracei o Jan, ele me disse ao pé do ouvido – Pode acreditar chefe. É e foi verdade. Não há mentiras. O Escoteiro Tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua própria vida.
Dei meu sempre alerta e voltei ao hotel. Tomei um banho, troquei de roupa, e quando ia saindo com minha mala o telefone tocou. Era o Jan. Estava me dando um até logo, pois contava que voltasse novamente. Ele tinha se reunido com a patrulha e eles concordaram que da próxima vez me contariam a aventura que viveram com o “Prefeito e o Padre Fantasma da Cidade Perdida”.
Incrível! Espantoso! Estes “Cinco Magníficos” eram terríveis em suas historias e aventuras. Mas eu não deixaria de voltar. Sentia-me bem junto deles. Confesso que não acreditava totalmente, mas a dúvida era grande! Contavam com tanta veracidade e de maneira tão escoteira que um embuste estava fora de questão.
Os cinco representavam bem seu papel. A cada narrativa mais ficava impressionado. Em toda minha vida escoteira nunca conheci alguma patrulha que tivesse tantas aventuras para contar. Ali, escondidos em uma pequena cidade estavam os perfeitos exemplares de todos nós escoteiros, que procuram suas próprias aventuras. Mais uma para meus contos com aquela mistura de ficção e realidade.
Eu me considero diferente de muitos. Acredito nos escoteiros. Afinal fazem uma promessa, tem uma Lei para seguir e sabendo que a honra é importante em suas vidas nunca, mas nunca iriam mentir... Pois sim, vou acreditar!!!
E quem quiser que conte outra...          
"Dando um chute na sílaba da palavra impossível IM, qualquer pessoa terá a certeza de sucesso."
Baden Powell

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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